AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

Grumman/General Motors Avenger TBM-3

Bombardeiro / Torpedeiro


S u b v a r i a n t e s  e  M a t r í c u l a s

TBM-3E/TBM-3S*

1 (N-501)

2 (N-502)

3 (N-503/N-502)*

*ver detalhes no texto


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l

Origem: EUA (Grumman Aircraft Corp./General Motors-Eastern Aircraft Division)
Dimensões: comprimento: 12,49 m; envergadura: 16,51 m; altura: 5,00 m; Superfície alar: 454,52 m.

Pesos: vazio: 4.783 kg; máximo na decolagem: 8.117 kg.

Motores: um motor radial Right R-2600-20 de 14 cilindros em duas estrelas, desenvolvendo 1.400 HP e refrigerado a ar.

Desempenho: velocidade máxima: 444 km/h; razão inicial de subida: 628 m/min; teto de serviço: 9.174 m; Alcance máximo 1.625 km.
Armamento: no Brasil nunca foram utilizados armamentos embora o modelo original possuísse duas metralhadoras .50 nas asas, uma metralhadora .30 na torreta dorsal, uma metralhadora .30 na posição ventral, oito suportes sob as asas para foguetes e capacidade para transportar 907 kg de armamentos diversos no paiol de bombas.

Tripulação: três tripulantes


H i s t ó r i c o

Os Avenger adquiridos pela Marinha do Brasil possuem um lugar de destaque na história da Aviação Naval. Eles foram os primeiros aviões da MB a decolarem de um Navio-Aeródromo brasileiro. Além disso, interromperam um período de quase vinte anos sem asa fixa na Marinha.

 

No ano de 1960, o NAeL Minas Gerais encontrava-se na Europa, realizando testes de mar após um longo período de reformas no estaleiro holandês Verolme. Nessa época a Marinha do Brasil recebeu, como doação da US Navy, três aviões Grumman TBM Avenger. As três aeronaves foram recebidas oficialmente em 25 de julho de 1960 (2) (3) (outubro de 1960 segundo uma das fontes (4) e maio segundo outras fontes).

As aeronaves usadas, ex-US Navy, também foram empregadas pelos britânicos e posteriormente pelos holandeses. Em 1953, as três foram doadas para a Royal Navy. Em 1958 foram repassadas para a aviação naval holandesa (segundo (5) uma das três veio da aviação naval francesa).

Existem dúvidas sobre as modelos doados para a MB. Provavelmente seriam dois TBM-3E (3) (6) e um TBM-3S (4) (5). Porém, sabe-se que todas elas foram fabricadas pela General Motors.

No início, mantiveram o padrão de pintura original, com tons de cinza e azul escuro nas superfícies superiores e cinza claro na parte inferior. As marcações nacionais substituíram as originais e na deriva e na fuselagem foram aplicadas as numerações “1”, “2” e “3” ostentadas em branco. Existem dúvidas em relação à matrícula original das mesmas, mas sabe-se que e o "número dois" manteve o "Serial nº 85549" da US Navy (6). As matrículas foram posteriormente modificadas para N-501, N-502 e N-503 respectivamente. O quadro abaixo resume as informações pesquisadas.

modelo

USN serial nº 

Matrícula britânica -

data de 

transferência

Matrícula holandesa  - 

data de 

transferência

Matrícula MB - data de 

transferência

TBM-3E

85930

XB-447 - 04/05/1953

22-26 (post. 068)/  17/03/1958

3 (?)

(post. N-501) - 25/07/1960

TBM-3E

85549

XB-445 - 04/05/1953

21-25 (post. 067)/  17/03/1958

2

(post. N-502) - 25/07/1960

TBM-3S (?)

53142

XB-378 - ??/??/1953

22-32 (post. 073)/  ??/??/19??

1 (?)

(post. N-503, post N-502) - 25/07/1960

 

Como o objetivo da doação destinava-se unicamente à utilização das aeronaves como treinamento de manobra a bordo (alinhamento na catapulta, hangaragem, etc), houve uma solicitação por parte do Governo Norte-americano para que as mesmas não voassem, embora as aeronaves tivessem condições de fazê-lo. Durante os treinamentos na Holanda, eles eram “rolados” pelo convés de vôo até a velocidade de decolagem, mas nunca o fizeram (5). 

As três aeronaves vieram para o Brasil a bordo do NAeL Minas Gerais, que chegou ao Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro de 1961. Pouco depois da chegada, o Avenger matrícula N-502 tentou uma decolagem sem catapulta a partir do convés de vôo, rumo à base de São Pedro da Aldeia (então recém inaugurada). Logo após a decolagem, a aeronave acabou caindo no mar sem que o piloto, Capitão-Tenente Mario Costa, sofresse maiores ferimentos (4). Assim, o N-503 passou a ser matriculado N-502 (6).

 

No Brasil, os Avenger ficaram baseados em São Pedro da Aldeia (BAeNSPA) mas, por causa da falta de peças de reposição, pouco voaram. O N-502 passou então a fornecer peças para que a outra aeronave, o N-501, pudesse voar. Esse avião recebeu uma pintura branca com detalhes em vermelho alaranjado. Devido às divergências entre a Marinha e a Força Aérea (FAB), os aviões nunca chegaram a operar no NAeL Minas Gerais, embora decolassem a partir da base aeronaval (6).

Em 1965, por decisão presidencial, ficou determinado que todas as aeronaves de asas fixas seriam operadas apenas pela Força Aérea. Os dois aviões foram então definitivamente desativados. O N-501 foi desmontado como sucata e o N-502 encontrava-se no Quartel dos Marinheiros localizado na Av. Brasil (Rio de Janeiro) até o início dos anos setenta, sendo sucateado posteriormente (5). 


F o t o s

Clique na foto acima para ver o álbum de fotos


B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Rio de Janeiro: Ed. Revista de Aeronáutica. p. 32

(2) AEROFLIGHT. Netherlands naval aviation - All-time usad aircraft. Disponível em: <http://www.aeroflight.co.uk/waf/neth/mld/mldtypes.htm#g>. Acesso em: 8 ago 2002.

(3) BAUGHER, J. F. US Navy and US Marine Corps Aircraft Serial Numbers and Bureau Numbers--1911 to Present: US Navy and US Marine Corps BuNosThird Series (80259 to 90019). Disponível em:<http://home.att.net/~jbaugher/thirdseries9.html>. Acesso em:08 ago. 2002.

(4) PINTO, R. Feroz House - Grumman TBF-1 Avenger. Disponível em : <http://members.fortunecity.com/ferozhouse/pagina45.html>. Acesso em: 8dee ago. 2002.

(5) TERLIZZI, R. Avenger - Aviação Naval Brasileira. Disponível em: <http://www.autoaeromodelismo.hpg.com.br/especiais.htm >. Acesso em: 8 ago. 2002.

(6)GALANTE, A. NAeL Minas Gerais - 30 Anos de MB. Revista Segurança & Defesa. Ed. Contec: Rio de Janeiro, 1990. no 34, ANO 6, p. 8-13.