AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
North American T-28 Trojan Ataque/Anti-submarino S u b v a r i a n t e s e M a t r í c u l a s T-28R-1
E s p e c i f i c a ç ã o o r i g i n a l (1)
Origem: EUA (North American Aviation) Dimensões: comprimento: 10,05 m; envergadura: 12,21 m; altura: 3,86 m; Superfície alar: 24,89 m2. Pesos: vazio: 2.913 kg; máximo na decolagem: 3.741 kg. Motores: um motor radial Right 1820-56A de 9 cilindros em uma estrela, desenvolvendo 1.350 HP e refrigerado a ar. Desempenho: velocidade máxima: 549 km/h; razão inicial de subida: 1.078 m/min; teto de serviço: 10.820 m; Alcance máximo 1.696 km. Armamento: no Brasil nunca foram utilizados armamentos embora o modelo original pudesse carregar quatro metralhadoras .50 M3, quatro bombas de 227 kg e oito foguetes HVAR de 5". Tripulação: dois tripulantes em tandem. H i s t ó r i c o O T-28 foi fabricado em três versões básicas (T-28A, T-28B e T-28C) que acabaram originando diversas reconstruções e modificações posteriores. Dentre elas, a Hamilton Aircraft Company passou a oferecer uma conversão designada T-28R Nomair no final da década de 1950. O T-28R era basicamente uma célula de T-28A com um novo motor e hélice tripá (2). O Wright original de 800 hp foi substituído pelo potente Cyclone 1820-56A de 1.350 hp. A versão civil recebeu a designação T-28R-2 (com canopi fixo e capacidade para até cinco pessoas) e a militar T-28R-1. A Marinha do Brasil adquiriu seis aeronaves da versão T-28R-1 mas solicitou ao fabricante que as modificasse para uso embarcado. A Hamilton então "navalizou" o avião (2) e instalou um gancho na parte inferior da cauda, mas sem modificar o leme (conforme feito nos T-28B) e numa posição mais à frente que os exemplares da US Navy. Algumas fontes (3) (4) informam que a MB chegou a adquirir 12 células desmontadas de T-28A da França (provavelmente em 1964). Seriam aeronaves enviadas à Sud Aviation para posterior conversão em T-28S Fennec, o que não chegou a ocorrer. Algumas células estavam em más condições e possivelmente foram utilizadas como fonte de peças para as demais. Duas chegaram a ser montadas (4) e eventualmente foram enviadas à Hamilton para posterior conversão. A aquisição dos aviões foi cercada de muito sigilo pois nesta época o Ministério da Marinha e da Aeronáutica disputavam o direito de utilizar aeronaves a partir do NAeL Minas Gerais. No entendimento da FAB somente ela poderia operar aeronaves militares no país após sua criação em 1941. Para a Marinha, a aviação orgânica era uma necessidade.
As seis aeronaves foram organizadas num único esquadrão denominado 1º Esquadrão Misto de Aviões Anti-submarino e posteriormente renomeado 1ºEsquadrão Misto de Aviões Anti-submarino e de Ataque (7). Algumas fontes divergem em relação à chegada dos T-28 ao Brasil. Seria entre 1962 (5) (8) e 1963 (1), mas o mais próvável é que o pedido tenha ocorrido em 1962 e os mesmos entregues no ano seguinte. Os aviões foram trazidos pelo NTrT Soares Dutra totalmente desmontados e dentro de caixas de madeira. Após atracar no cais do AMRJ, as caixas foram descarregadas do Soares Dutra e transferidas durante a noite para o NAeL Minas Gerais através de embarcações de desembarque. No hangar do NAeL as caixas foram abertas e, sob a supervisão de um técnico dos EUA, os aviões foram montados, prontificados e testados para vôo. No dia 17 de outubro de 1963, os aviões decolaram do NAeL em direção a BAeNSPA. O primeiro pouso a bordo ocorreria no dia 11 de dezembro de 1963. O T-28 N-703, pilotado pelo comandante do 1º Esquadrão Misto de Aviões Anti-submarino e de Ataque (Capitão-de-Corveta Roberto Arieira), tocou o convés de vôo do Minas Gerais às 17:50h (8). Logo no ano seguinte ocorreria a Revolução de 31 de março. O comandante da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia aderiu à rebelião e ordenou o patrulhamento aéreo da região próxima à base. Os T-28 fizeram vôos armados e o único evento conhecido foi um rasante sobre a cidade de Macaé, arrancando um poste que continha uma bandeira comunista (8). Em dezembro de 1964 ocorreu o incidente de Tramandaí, quando um helicóptero da MB foi metralhado por pessoal da FAB, e uma decisão final para o destino da Aviação Naval tornou-se urgente. No início do ano de 1965, o Minas Gerais entrou na Baía de Guanabara com os T-28 estacionados no convôo. A conseqüente reação do Ministro da Aeronáutica em relação ao fato acabou precipitando a decisão presidencial e, no dia 26 de janeiro, o Decreto de extinção da Aviação de Asas Fixas da Marinha foi assinado. Uma semana após a publicação do Decreto, o presidente Castelo Branco e sua comitiva chegaram ao NAeL Minas Gerais para assistir a última demonstração de toques e arremetidas e de pouso enganchado das aeronaves. Após o evento, os T-28 decolaram para o seu último vôo nas mãos da Marinha. Antes de rumarem para São Pedro da Aldeia, passaram em formatura sobre o convôo do navio (8). Com o decreto presidencial de 1965, as cinco aeronaves remanescentes foram transferidas para a FAB em janeiro de 1965, sendo incorporadas à 2ª Esquadrilha de Ligação e Observação. Na 2ª ELO, os T-28 executavam atividades diversas que também incluíam o apoio à Marinha. Foram utilizados até o ano de 1972 (3). O Museu Aeroespacial no Campo dos Afonsos possuía um exemplar preservado com a matrícula da FAB 0862 (6). Posteriormente, a pintura da FAB foi substituída pela pintura original da Marinha, incluindo o indicativo N-703. P e r d a s / A c i d e n t es / B a i x a s ?? ??. 1964 A aeronave (matrícula não conhecida), durante um vôo de treinamento ao largo de Cabo Frio, chocou-se com o mar e o piloto (Capitão-de-Corveta Jorge Vidigal) faleceu (8). F o t o s Clique na foto acima para ver o álbum de fotos B i b l i o g r a f i a (1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Rio de Janeiro: Ed. Revista de Aeronáutica. p. 62. (2) ADCOCK, A. T-28 Trojan in action - Aircraft Number 89. Squadron/signal Publication Inc. p. 48. (3) CUNHA, R. D. - Asas sobre os mares: Aviação Naval Brasileira. Disponível em: <http://www.rudnei.cunha.nom.br/Asas%20sobre%20os%20mares/index.html>. Acesso em: 10 nov. 2003Flying Review Internacional Vol.19 no 7 p.4 - 1964. (4) FLYNG REVIEW INTERNACIONAL - Brazil-Naval Air Arm. News in brief. Purnell & Sons: Londres, maio 1964. v. 19, nº 8, p.4. (5) BAUGHER, J. F. USAAS-USAAC-USAAF-USAF Aircraft Serial Numbers-1908 to Present: 1950 USAF Serial numbers. disponível em: <http://home.att.net/~jbaugher/1950.html>. Acesso em:08 ago. 2002. (6) CASTRO, L. B. de (Ed.) O Museu Aeroespacial Brasileiro. São Paulo: Ed. Aero, 1984?. p. 227-228. (7) LIVRE MANOBRAR. Aviação Naval da Marinha do Brasil. disponível em: <http://www.geocities.com/livremanobrar/historiaavnav.htm>. Acesso em:11 nov. 2002. (8) LYNCH, P. O vôo do Falcão Cinza. Ed. Grafitto: Rio de Janeiro, 2003. 391 p. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||