AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA |
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A História do Correio Aéreo Naval O Correio Aéreo da Esquadra Com o propósito de agilizar as comunicações entre as diferentes unidades navais da esquadra, quando em exercícios fora da sede, a Aviação Naval criou um serviço aéreo chamado Correio Aéreo de Esquadra. O vôo inaugural ocorreu no dia 15 de agosto de 1919, doze anos antes do Correio Aéreo Militar (criado pelo Exército) realizar o seu primeiro vôo postal. Utilizando-se de um aerobote Curtiss HS-2L (nº. 11) (1), o primeiro vôo partiu da cidade do Rio de Janeiro em direção à Ilha Grande. No comando estavam os aviadores navais Mario da Cunha Godinho e Raymundo Vasconcellos Aboim, tendo o sub-comandante da Escola de Aviação Naval Carlos Pereira Guimarães como "observador" (2 ).
A tarefa básica do Correio Aéreo da Esquadra era atuar no envio de correspondências entre unidades da Marinha do Brasil. Não existiam aeronaves específicas destinadas a esse serviço, sendo utilizadas as aeronaves que estavam a disposição. Ao longo de sua existência, o serviço realizou cerca de 300 ligações com a esquadra em diferentes exercícios e manobras (1). Mas a sua experiência serviu de base para a implantação do Correio Aéreo Naval na década de 1930.
O Correio Aéreo Naval Com a finalidade de fazer ligação entre sua diversas bases espalhadas pelo País, o Ministério da Marinha criou o Correio Aéreo Naval (CAN) em 29 de julho de 1934. Quando o CAN surgiu, já existia o Correio Aéreo Militar, organizado pela Aviação Militar do Exército. No entanto, as rotas e as condições eram bem distintas (3). A primeira linha atendia as cidades litorâneas de Rio de Janeiro - Santos - Paranaguá - Florianópolis. No ano seguinte, esta linha foi estendida até Rio Grande. Em 29 de julho de 1936 ocorreu a organização definitiva do CAN e, de acordo com as ordens, este tinha como objetivos:
O CAN estava organizado em linhas principais e linhas de irradiação. As linhas principais compreendiam as cidades de maior importância enquanto as linhas de irradiação eram subsidiárias a estas e se estendiam pelas regiões próximas ao litoral ou marginais dos rios. No final de 1936, o CAN já percorria a "Linha Tronco Sul" com regularidade, ligando as cidades de Rio de Janeiro (RJ) e Rio Grande (RS) numa extensão de 1.430 km ao longo da costa (4). Os vôos saíam do Rio de Janeiro todas as quartas-feiras as seis horas da manhã e regressavam de Rio Grande as sextas-feiras no mesmo horário. As escalas eram realizadas nas cidades de Santos(SP), Paranaguá(PR), Florianópolis (SC) e Osório (RS). A partir de Santos, Florianópolis e Rio Grande eram feitas irradiações para outras cidades próximas (3).
Inicialmente os vôos do CAN foram executados com as oito aeronaves WACO modelo CSO adquiridas em 1933 e equipadas com flutuadores. Posteriormente, com a introdução dos modelos WACO mais modernos (CJC e CPF-5) em 1935, o CAN melhorou a sua regularidade e a sua eficiência, passando a utilizar também pistas de pouso em terra. Em 20 de fevereiro de 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, o Correio Aéreo Naval fundiu-se com o Correio Aéreo Militar (do Exército) formando o Correio Aéreo Nacional (CAN) da Força Aérea Brasileira. B i b l i o g r a f i a (1) INSTITUTO HISTÓRICO-CULTURAL DA AERONÁUTICA. A aviação na Marinha. In: História Geral da Aeronáutica Brasileira. Ed. Itatiaia Ltda. Rio de Janeiro: 1990. v. 2, p. 315. (2) SOUZA, J. G. A Epopéia do Correio Aéreo. Empresa Gráfica Ouvidor S.A. Rio do Janeiro, 1946. p. 333-348. (3) SOUZA, J. G. A Epopéia do Correio Aéreo. Empresa Gráfica Ouvidor S.A. Rio do Janeiro, 1946. p. 91-93. (4) PDV-CY. CAN - Asas Desbravadoras. Destacamento de Proteção ao Vôo de Cuiabá - Artigos sobre aviação. Disponível em: <http://www.geocities.com/Pentagon/Barracks/4469/can.html>. Acesso em: 12 jun. 2002.
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