Austrália começa a projetar a perspectiva de substituição dos ‘Collins’
O Governo australiano anunciou planos para substituir sua frota de submarinos da classe “Collins”. É o maior projeto australiano de construção naval que já se viu e mesmo antes de quaisquer projetos de design serem elaborados, o Governo admite que enfrentará desafios enormes.
A classe Collins será substituída por 12 novos submarinos e a oposição quer saber se o plano é realista, dado que a RAN atualmente tem problemas para manter mais de dois submarinos da classe Collins na água de uma vez.
O Ministro da Defesa, Pessoal, Material e Ciência Greg Combet, não tem ilusões sobre o quão complicado pode ser um submarino. “Por exemplo, cada “Collins” tem mais de 3.800.000 peças, 75 quilômetros de cabo”, e aí está a dificuldade, pois máquinas sofisticadas são extremamente caras, suas tripulações são caras e difíceis de adestrar e igualmente difícil e caro de se manter.
“O projeto do submarino futuro está às margens da nossa presente capacitação tecnológica e científica e será necessária toda capacidade científica, tecnológica e industrial que este país pode reunir. ”
Combet disse também que os submarinos da classe Collins valeram a pena todas as dores de cabeça que causaram durante seu projeto, desenvolvimento, construção e assimilação operacional e seus substitutos serão essenciais para a defesa da Austrália: “simplificando, temos de ser capazes de levar para uma eventual situação de combate um vetor capacitado a se distinguir em ação e submarinos são uma mecanismo muito importante para se conseguir isso “.
A oposição quer saber se a proposta é excessivamente ambiciosa e questiona as justificativas do Governo para a duplicação da frota atual. O porta voz da oposição, Bob Baldwin diz que se a Marinha atualmente só pode colocar dois submarinos no mar em um mesmo momento, então deve haver sérias dúvidas sobre sua capacidade de manter 12 unidades. “Se não podemos, como nação estabelecer e manter mais de dois submarinos em qualquer momento, como justificar 12 unidades? Governo irá continuar a investir em um projeto caro demais, pois hoje temos submarinos amarrados no cais e colocamos poucos no mar “.
Sean Costello, ex oficial submarinista dos “Collins”, hoje consultor de defesa e co-autor de um recente relatório sobre novos submarinos, encomendado pela Australian Strategic Policy Institute, concorda que muito se precisa mudar se os submarinos forem realmente autorizados e construídos. “Nossa Marinha está atualmente insatisfeita com o nível de disponibilidade dos submarinos e está se esforçando para capacitar e manter suas tripulações e capacidade de manter os submarinos no nível de operacionalidade desejado, não devemos pensar que somos os melhores operadores de submarinos do mundo, pois no presente, temos algumas lacunas graves, mas pelo menos reconhecemos que temos essas deficiências e parece que o Governo está começando a tomar algumas medidas para corrigi-las”. Seu relatório estima que os novos submarinos poderão custar mais de $ 36 bilhões, mas também que se forem bem projetados e construídos, valerá o preço elevado na relação custo x benefício, pois além de tudo, o desenvolvimento tecnológico e aprimoramento na construção de submarinos serão mantidos.
Os seis submarinos da classe Collins são:
Nome |
Base Naval |
Construtor |
Bat.quilha |
Launçamento |
Commissionamento |
Collins (SSG 73) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
February 1990 |
August 1993 |
July 1996 |
Farncomb (SSG 74) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
March 1991 |
December 1995 |
January 1998 |
Waller (SSG 75) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
March 1992 |
March 1997 |
January 1998 |
Dechaineux (SSG 76) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
March 93 |
March 1998 |
February 2003 |
Sheean (SSG 77) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
February 1994 |
May 1999 |
February 2003 |
Rankin (SSG 78) |
HMAS Stirling |
ASC, Adelaide |
May 1995 |
November 2001 |
March 2003 |
Fonte: MARITIME PRESS CLIPPINGS 2009 – nr. 307
NOTA: Alguma semelhança com o atual estado operacional de nossa Força de Submarinos e uma possível comparação e projeção para o futuro operacional das novas unidades da classe “Scorpène” e o submarino nuclear?
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