A difícil tarefa de garantir a “Amazônia Azul” canadense

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A localidade de Pangnirtung é um pequeno vilarejo perdido no norte do Canadá, próximo ao Círculo Polar Ártico. Ali vivem basicamente descendentes dos Inuit, povo que habitava a região muito antes da chegada dos primeiros colonizadores europeus. Vivendo basicamente da pesca e da caça de mamíferos marinhos, raras são as visitas ou o aparecimento de indivíduos estranhos e qualquer novidade espalha-se rapidamente pela comunidade local. No entanto, fatos estranhos chamaram a atenção daquela isolada população.

Uma mulher Inut, navegando num barco pesqueiro, deu de cara com um homem vestido com trajes de mergulho próximo à costa. Numa outra ocasião, caçadores Inuit descreveram uma estrutura metálica no meio do gelo semelhante a uma vela de submarino. As autoridades militares canadenses foram alertadas e um CP-140 Aurora (versão canadense do P-3 Orion) foi enviado para a região, mas nada encontrou.

Há alguns anos atrás um navio da Marinha da Dinamarca foi enviado para o canal de Kennedy, que divide o norte do Canadá da Groelândia, e fuzileiros daquele país fincaram uma bandeira na pequena ilha de Hans, disputada pelos dois países.

Estes casos mostram como é frágil a “fronteira” norte do Canadá. “Se o Canadá não estiver em posição de oferecer proteção então, alguém mais fará” anunciou o Ministro da Defesa canadense. “É o nosso país, nossa responsabilidade e nós assim o faremos”. O ministro está correto pois as ameaças ao Canadá não param por aí. A “passagem noroeste”, uma rota marítima fechada durante boa parte do ano pelo gelo, pode tornar-se um caminho viável para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico durante todo o ano graças às mudanças climáticas (aquecimento global).

A corrida pelo Ártico começou recentemente e o Canadá sabe que largou em desvantagem. O país ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS – para mais detalhes leia o texto no Poder Naval OnLine) em 2003 – quinze anos depois do Brasil – e agora corre atrás do prejuízo, procurando um embasamento internacional para realmente exercer o seu direito jurisdicional sobre a região. A questão da soberania do Ártico ainda vai esquentar mais.

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