Fragata Liberal participa de exercícios com a OTAN
Fonte: Lusa.pt
Lisboa, 02 Jul (Lusa) – A participação de uma fragata brasileira em exercícios militares com Portugal no quadro da NATO foi “frutuosa” e “proveitosa”, estando o país disponível para acções semelhantes em qualquer organização, disse hoje o chefe do Estado-Maior da Armada do Brasil.
Em declarações à Agência Lusa em Lisboa, o almirante Aurélio Ribeiro Silva Filho referiu que a fragata “Liberal”, com um helicóptero a bordo e uma tripulação de cerca de 350 homens, participou em exercícios de guerra anti-submarino e em acções simuladas de manutenção de paz.
“A fragata ‘Liberal’ participou na semana passada num exercício militar da NATO a convite de Portugal. No fim-de-semana passado esteve atracada no Arsenal do Alfeite e já demandou à sua base, no Rio de Janeiro, via Funchal”, afirmou o almirante brasileiro, que recordou que a participação nas manobras militares surgiu a convite da congénere portuguesa.
Trata-se do segundo exercício em que o Brasil participa em operações da NATO, embora a primeira tenha ocorrido há mais de 10 anos, em 1997, igualmente a convite da Marinha portuguesa, tendo, na altura, enviado uma fragata, um submarino e uma corveta.
Aurélio Silva Filho está em Lisboa a liderar uma delegação da Marinha brasileira que participa, até quinta-feira, no I Simpósio das Marinhas de Língua Portuguesa, que reúne, na Academia da Marinha, os mais altos responsáveis deste ramo das Forças Armadas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
“Não poderíamos recusar o convite para estarmos neste simpósio, pois trata-se de uma excelente oportunidade para uma troca de ideias e para criar um destino comum entre as nossas Marinhas”, sublinhou, manifestando-se “agradado” com a perspectiva de, no futuro, poderem participar conjuntamente em missões e operações militares de manutenção de paz.
“É possível chegar a esse ponto. O Brasil tem um interesse muito grande no Atlântico Sul, onde há também vários países africanos que são membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)”, frisou.
“Para a segurança marítima no Atlântico Sul, haverá possibilidade de cooperação e acredito que o simpósio é o início de um entendimento que pode ser muito útil no futuro”, afirmou o CEMA brasileiro à Lusa.
Aurélio Silva Filho reiterou a disponibilidade de o Brasil em apoiar acções militares de segurança no quadro da CPLP, mas apenas no caso de serem facilitados os recursos necessários para tal, sobretudo políticos.
“O Brasil já participa na força de manutenção de paz da ONU no Haiti. Mas também acredito que não haja necessidade de efectuar esse tipo de acções nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Mas o Brasil estará sempre pronto para participar, tudo dependendo do entendimento dos chefes das diplomacias da CPLP”, acrescentou.