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IPERÓ, SP – O vice-presidente José Alencar discutirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma aceleração no programa nuclear da Marinha, desenvolvido no Centro Experimental Aramar, em Iperó, interior de São Paulo. O objetivo imediato seria antecipar o funcionamento de um reator nuclear de testes, previsto para ficar pronto em 2014. Com isso, será possível chegar mais rápido à construção do submarino nuclear brasileiro, objetivo final do projeto e ainda sem prazo definido.

“Precisamos do submarino nuclear para defender a costa brasileira”, disse Alencar, que visitou no dia 21 o Centro de ARAMAR. “Temos um mar muito grande e precisamos ter força para desencorajar qualquer ameaça.” Na cidade, a Marinha completou o desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear, com o enriquecimento de urânio, e trabalha na fase de desenvolvimento da produção de energia nucelar.

Com os recursos liberados em 2007 por Lula, a força naval contratou e iniciou a construção das instalações do Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene – ver ilustração), onde será montado o reator. Quase todos os componentes foram construídos e estão guardados no centro, esperando o momento da montagem.

No mesmo local, será instalada a plataforma com as turbinas de geração, cuja tecnologia é semelhante às das máquinas de propulsão nuclear que equiparão o navio submerso. O vice-presidente conheceu detalhes das obras e considerou que a proposta é inadiável. “Não podemos retardar mais e é preciso abreviar um pouco o cronograma.” Alencar disse que o presidente sabe da importância do plano, não só para tornar possível a construção do submarino, mas também como alternativa à produção de energia elétrica.

“A energia nuclear é uma opção energética para o País e temos isso até como dispositivo constitucional.” O Brasil, segundo ele, tem compromisso de usar a energia com fins pacíficos “para fortalecer a soberania e a integração nacional”. O projeto recebeu este ano cerca de R$ 80 milhões, empregados também na construção da usina de conversão do urânio natural beneficiado, conhecido como yellow cake, no hexafluoreto de urânio, um gás que depois se transforma no urânio enriquecido.

Hoje, esse processo é feito no exterior – parte no Canadá e outra na França. A usina, que deve operar em 2010, produzirá 40 toneladas de hexafluoreto por ano, o suficiente para atender às necessidades do centro. Com a tecnologia, será possível construir usinas comerciais. Lula assegurou a liberação de R$ 1,04 milhão ao longo dos próximos oito anos, prazo que Alencar quer encurtar. “Precisamos desses recursos num prazo mais curto”, disse, na presença do comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Souza Neto.

FONTE:
Agência Estado

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