Hamina, navios-patrulha com poder de fogo de fragata
Aproveitando o tema dos navios-patrulha e seu armamento, que vem a calhar no momento em que a MB planeja a construção destes em grande escala, trazemos para o debate a classe finlandesa “Hamina”, de 250 toneladas, praticamente o mesmo deslocamento dos nossos atuais classe “Gurupi”.
É um conceito completamente revolucionário de navio-patrulha, pensado para um país totalmente diferente do Brasil, mas que traz algumas características que poderiam ser aproveitadas nos nossos navios.
O casco da classe “Hamina” é feito de alumínio e a superestrutura de material composto. Os navios são equipados com water jets no lugar de hélices, o que lhes dá a capacidade de operar em águas extremamente rasas e de manobrar de maneiras não convencionais.
Embora pequenos, são navios com capacidade de vigilância e poder de fogo encontrado normalmente em navios com mais de o dobro de seu deslocamento. O projeto enfatiza as características “stealth”, com mínimas assinaturas magnética, infravermelha e de radar. A forma do casco reduz a seção reta radar e as partes de metal são cobertas por material que absorve ondas eletromagnéticas.
A superestrutura em material composto protege os equipamentos eletrônicos do navio contra pulsos eletromagnéticos e também impede que os sinais de radiofrequência gerados pelo navio escapem, denunciando sua presença.
O casco feito de poucas partes de metal gera um campo magnético muito pequeno, que é anulado pelo sistema degaussing, protegendo o navio contra minas de influência. Os gases de exaustão são direcionados sob a água para minimizar a assinatura infravermelha. Cinqüenta nozzles ao redor do convés e superestrutura podem espargir água do mar sobre o navio para resfriá-lo e limpá-lo depois de um ataque químico ou radioativo.
Com relação ao armamento e sensores, as “Hamina” realmente impressionam. São equipadas com um sistema de controle tático Ceros-200 da Saab, um radar de navegação Selesmar, um radar 3D multimodo TRS-3D/16-ES da EADS, um sonar de casco Simrad Subsea Toadfish e um towed array Sonac/PTA.
Cada “Hamina” pode monitorar cerca de 200km de espaço aéreo do redor do navio e é capaz de engajar até oito aeronaves a 14km de distância, com mísseis antiaéreos Umkhonto VLS.
A capacidade antinavio reside em 4 mísseis RBS-15 Mk.3 com 200km de alcance e um canhão Bofors de 57 mm. O sistema alemão MASS garante a defesa contra mísseis e duas metralhadoras 12.7 mm são usadas contra alvos menos capazes. Os navios podem ser usados também em ações de minagem.
O calcanhar de Aquiles da classe é a pequena autonomia, de apenas 500 milhas a 30 nós, mas que não chega a ser um problema para o litoral da Finlândia. Clicar nos vídeos abaixo para ver uma demostração da classe “Hamina”.