Operação Atlântico simulará defesa da ‘Amazônia Azul’
A Marinha do Brasil marcou para setembro um grande exercício naval no litoral dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, com a participação de pelo menos nove mil militares e mobilização de 20 navios, 40 aeronaves e 250 outros veículos militares. A Operação Atlântico, orçada em cerca de R$15 milhões, acontecerá um mês depois de iniciada a exploração de petróleo abaixo da camada de sal no Campo de Jubarte, norte da Bacia de Campos.
A operação está prevista para ocorrer entre 15 e 26 de setembro, e vai mobilizar comandos das três Forças. Além da Marinha, participarão a Aeronáutica e o Exército. O foco é o treinamento militar para proteção das reservas petrolíferas, afastando do litoral brasileiro, como dizem os oficiais da Marinha, ‘presenças indesejáveis’. Além disso, a Força quer reforçar a importância da defesa das riquezas brasileiras e mostrar que os navios-patrulha e helicópteros estão ‘aquém do necessário’. O comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, quer dobrar de 18 para 36 o número de navios-patrulha para proteger a chamada Amazônia Azul.
As Forças Armadas também querem treinar a defesa de toda a infra-estrutura terrestre associada à indústria petrolífera, na região compreendida entre os estado do Espírito Santo e São Paulo: gasodutos, oleodutos, refinarias, portos e terminais.
A exploração das reservas do pré-sal está prevista para começar oficialmente nesta semana, provavelmente terça-feira. Em setembro, quando a Marinha já estiver se deslocando para os exercícios da Operação Atlântico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai visitar a plataforma P-34, usada para explorar o óleo leve abaixo da camada de sal em Jubarte.
As recentes descobertas de petróleo na Áreas do pré-sal, mesmo ainda precisando de alguns testes para dimensionar e certificar o potencial a explorar, mostram que podem somar reservas da ordem de 50 bilhões de barris de petréleo e exigir investimentos, calculados pelo banco UBS, em torno de US$600 bilhões.
Fonte: AE
NOTA DO BLOG: A Operação Atlântico deverá ser uma reedição ampliada da Operação Albacora, realizada no ano passado. Com a divulgação da recriação da IV Frota da Marinha dos EUA e da descoberta de novas reservas petrolíferas no litoral brasileiro, esse tipo de operação deverá continuar a se aperfeiçoar nos próximos anos.
Se o treinamento for realista, levando-se em conta um inimigo mais forte e poderoso que o Brasil, vai ficar cada vez mais patente a ausência de meios adequados que possam oferecer uma capacidade de dissuasão crível. Urge portanto, que saiam do papel as providências para a modernização das Forças Armadas brasileiras, em particular a Marinha, que há anos sofre com o corte de verbas para suas funções básicas.