Fleet Command: guerra aeronaval em tempo real
O Fleet Command (FC), conhecido também como Jane’s Fleet Command, é um simulador de guerra naval em tempo real, lançado em 1999.
Ele foi desenvolvido pela dupla Sonalysts Inc. e Electronic Arts, que mais tarde também produziu o Dangerous Waters.
O jogo licenciou partes do banco de dados do Jane’s Information Group, que é usado como referência. Alguns anos depois, o Fleet Command foi lançado também como parte de um “combat pack” junto com o 688(I) e o Sub Command.
Mesmo depois de tanto tempo, o simulador ainda impressiona pelos gráficos e pela dinâmica da inteligência artificial. Programas de televisão no exterior chegaram a usar as animações do simulador para ilustrar lançamentos de Tomahawk, em matérias sobre os ataques a Bagdá, na Operação Desert Fox e nas operações de Kosovo.
A Academia Naval dos EUA em Annapolis (United States Naval Academy) também usa o simulador nos seus laboratórios, para as aulas de introdução aos conceitos de decisão de comando de forças-tarefa e análises. Até a Royal Navy solicitou uma licença do simulador para modificá-lo e usá-lo em planejamento operacional.
O jogo foi feito para rodar no Windows 98, mas pode rodar no Windows XP também graças a um patch de instalação.
O Fleet Command usa o mesmo conceito do famoso simulador naval Harpoon, porém mais simplificado e visualmente mais rico, sem sacrificar a profundidade e o realismo. Praticamente todos os tipos de missões da guerra naval moderna estão presentes no FC: operações aéreas embarcadas, ações de superfície contra pequenas embarcações armadas de mísseis, escolta, trânsito sob ameaças múltiplas, ataque a alvos terrestres etc.
A simbologia padrão NTDS (Naval Tactical Data System) da US Navy é usada no mapa de planejamento tático do simulador, que tem dezenas de cenários para jogos em tempo real. Cada cenário define as unidades disponíveis e o objetivo da missão. Um editor de missões também possibilita a criação de cenários pelo jogador. Existe também uma campanha global de quatro etapas, com missões de dificuldade crescente, com diferentes objetivos, desde impedir que seus navios sejam atingidos, até evitar dano colateral em alvos civis.
Os mares ficam cheios de alvos não identificados, com contatos amigos, inimigos e neutros.
O jogo usa uma janela dividida em quatro partes, onde a maior apresenta o mapa tático 2D com simbologia NTDS e as outras com a câmera 3D focada na unidade selecionada e com informações da velocidade, rumo, armamento e grau de avarias.
Todos os comandos são feitos usando uma combinação de mouse e hotkeys (atalhos de teclado). Você pode dar ordens para qualquer navio, submarino ou aeronave sob seu comando. Algumas ordens são dadas com apenas um clique de mouse, como mover-se para determinada localização, identificar um contato ou destruir um alvo inimigo.
Menus pop-up permitem comandos mais precisos: grupos anti-submarino podem receber ordens de patrulhar áreas em box, em busca de ameaças. Armas podem ser selecionadas do menu, permitindo ao operador ordenar a um avião, por exemplo, que use mísseis AIM-9 Sidewinder num alvo, no lugar de AIM-120. Submarinos emergem em intervalos de tempo, para receber ordens pelo rádio. Quando estão submersos, ficam incomunicáveis, como no mundo real.
Uma característica interessante no simulador é o controle de emissões EMCON, pelo qual se define quais sensores ficarão funcionando em determinada plataforma. Levando-se em conta que um radar ligado denuncia a presença do seu emissor, o uso de EMCON é constante no jogo.
Para os brasileiros entusistas do Poder Naval e oficiais da Marinha do Brasil, o Fleet Command é um ótimo passatempo e instrumento de análise. Pode-se preparar missões no editor do jogo, como embates entre navios da MB e de outras marinhas e depois analisar as possibilidades táticas. No FC fica patente a importância de um navio-aeródromo numa força-tarefa e as limitações de forças que só dispõem de armas antiaéreas de curto alcance.
O Fleet Command pode ser adquirido na Amazon, como parte do Naval Combat Pack, e a versão antiga pode ser facilmente achada em redes P2P, precisando do patch de instalação para rodar no Windows XP.