Brasil não cederá tecnologia diz comandante da Marinha

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Em visita à fábrica de combustível nuclear da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município de Resende, no sul fluminense, o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, afirmou que o País “não pretende ceder sua tecnologia na área nuclear e a defenderá em qualquer fórum de discussão”. “Isto (ceder tecnologia) ninguém faz”, declarou.

Moura Neto disse que nenhum País cedeu tecnologia ao Brasil. “Tudo que conseguimos foi de forma muito difícil, com técnicos brasileiros unindo diversos setores da sociedade: a Marinha, as universidades, os institutos de pesquisa e as indústrias. Uma vez conseguida esta tecnologia, ela não será passada em hipótese alguma para nenhum País. Cada um terá que conseguir sua própria tecnologia.”

Segundo ele, esta posição não é apenas da Marinha, mas do País. O Brasil vem discutindo com a Argentina acordos bilaterais, entre os quais a cooperação na área nuclear, com ênfase no processo de enriquecimento de urânio, que o país vizinho não detém.

Segundo o presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, em “momento algum na discussão com a Argentina falou-se de transferência de tecnologia”. Segundo ele, discute-se a possibilidade de se criar uma empresa binacional para identificar oportunidades e necessidades dos dois países.

A tecnologia de enriquecimento de urânio adotada na INB foi desenvolvida no Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo. O Brasil ainda necessita de urânio enriquecido no exterior. Um projeto de ampliação da usina de enriquecimento da INB prevê, para 2014, a produção de 100% do combustível utilizado na usina nuclear Angra 1 e pelo menos 20% da usina Angra 2.

O almirante Moura Neto disse ainda que desde o ano passado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu a continuidade do projeto nuclear da Marinha, que tem como meta a construção de um submarino de propulsão nuclear. Segundo ele, o projeto está na fase de desenvolvimento do protótipo de reator. As previsões oficiais indicam que até 2020 a Marinha deverá testar esse protótipo em um submarino.

Fonte: Agência Estado

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Norberto Pontes

2020? snif, estarei velhinho pra ver isso acontecer hehehehe.
Brincadeiras à parte, realmente ninguém transfere tecnologia assim, na faixa.
O Brasil tá certo, a Argentina bem que fica na sombra esperando algo daqui…..
Tá na hora de se virarem…….

Nunão

Ei Norberto, se em 2020 vc vai estar velhinho é sinal de que hoje não está digamos na flor da idade, não? Hehe.

É, e pensar que quando criança eu achava que no ano 2000 a coisa hoje ia ser tipo Jetsons, que todo e qualquer navio teria propulsão nuclear e que submarino, de verdade, ia ser tudo tipo o subvoador pilotado pelo Kowalsky. E é claro, eu ia ser astronauta e a esta altura estaria dando um rolê em Marte.

Mas que venha o sub nuclear em 2020, quando todos estaremos bem mais tiozões (mas ainda não tiozinhos, espero).

edilson

depois dó 3 a 0 só faltava entregarmos agora as Ultra centrífugas para nostros hermanos… rsrsrrs

João das Botas

A discussão foi baseada na notícia postada. Esta nova noticia é muito mais esclarecedora,inclusive com declarações confiáveis do comandante da marinha. No entanto, para quem sabe ler, continua a dúvida: Se “…o país vizinho não detém”, e a ênfase é no “…PROCESSO DE ENRIQUECIMENTO DE URÃNIO…”, QUE TECNOLOGIA SERÁ EMPREGADA? Seria aapenas mais um exercício de retórica do SAPO BARBUDO?

Bosco

“Isto (ceder tecnologia) ninguém faz”
É bom nossos competidores para o Programa F-X2 não lerem esta frase.

Raphael

João das Botas, eu acho que é um projeto, um novo projeto de interesse dos dois países e que pode demorar muito visto o tempo que a marinha demorou pra se ter o conhecimento e os recursos limitados, mas nada que envolva meios militares… É apenas para o uso civil.

shandowlord

A Argentina tem um pequeno reator nuclear pronto para ser comercializado que ja foi vendido 2 unidades para o Canadá e pode interessar muito para o Brasil.
Este reator era para ser usado num SNA.

Raphael

O reator Argentino pelo que eu sei não foi feito pra uso militar, apenas civil. O Brasil hoje tem dois tipos de reatores O RENAP-11 de 11 megawatts e o RENAP-50 de 50 megawwats que foi feito para o SNA, mas ainda são experimentais..

Nunão

Shandowlord,

Pelo que já ouvi falar, esse pequeno reator argentino de baixa potência era pra ser usado em um SSK da mesma forma que se utiliza AIP hoje, como propulsão auxiliar para aumentar a autonomia (a baixas velocidades).

Seria instalada uma seção adicional no casco dos TR1700 argentinos para instalação do pequeno reator, mas a propulsão principal continuaria sendo diesel-elétrica.

Bom, pelo menos é o que eu ouvi falar.

Shandowlord

Nunão,
legal bom eu acho que eles tem bons projetos como INVAP, CAREM, e em termos de reator nuclear eles estão muito mais adiantados que o Brasil, por ate ja exportarem eles para outros países, acredito que o Brasil pode tirar bom proveito da parceria.