O novo perfil das Forças Armadas e o poder naval
Ministro entrega a Lula no Dia da Independência projeto que reformula totalmente o setor
Guardado como o novo segredo civil-militar até o próximo dia 7 de setembro, quando deverá ser anunciado pelo presidente Lula, o novo Plano Estratégico de Defesa Nacional causará impacto no orçamento do governo para os próximos anos. Com previsão atual de gasto estimada em 1,5% do PIB ou cerca de R$ 50,2 bilhões, a proposta entregue a Lula prevê aumento de, no mínimo, o dobro desse patamar, colocando o Brasil numa faixa intermediária de investimentos entre os países pobres e ricos, que chegam a empregar nos gastos com defesa cifras superiores a 5% do PIB.
– Será um aumento substancial – diz o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangaberia Unger, um dos pais do novo plano.
Ele classifica a proposta orçamentária como “patamar mediano” e alerta que a reformulação radical delineada no texto de mais de 100 páginas entregues ao presidente exigirá sacrifícios de tempo e recursos públicos.
– Não há estratégia de defesa sem dinheiro – avisa Mangabeira Unger, em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil. Garante, no entanto, que o foco do plano é a qualificação das Forças Armadas.
Plataformas da Petrobras, uma preocupação.
Um dos pontos principais na preocupação com a parte operacional, segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, é a negação do mar ao inimigo, cuja finalidade seria garantir o comércio e proteção das plataformas da Petrobras na fronteira marítima distante. Pelo plano, o país teria de investir em submarinos de propulsão nuclear e, entre 2015 e 2020, trocar toda a atual frota de aviões-caça. Unger diz que não se trata simplesmente de compra de equipamentos, mas de garantir a reestruturação de uma indústria nacional “sem corporativismo mercantil ou contingenciamento orçamentário” que permitam ao Estado – através de um novo marco regulatório legal – o controle sobre as empresas privadas e suprimentos de acordo com as necessidades do país.
– Manteríamos uma capacidade focada para defender as nossas linhas de comércio e para resguardar a fronteira marítima distante aonde estão as nossas plataformas de petróleo. Ao lado da força de superfície devemos ter uma força submarina nuclear. São fundamentais para negar o mar ao inimigo – diz.
Fonte: Jornal do Brasil Foto: Nunão
NOTA DO BLOG: falta só uma semana para o tão aguardado e comentado 7 de setembro de 2008.