Um navio polar que será equipado com a mais avançada tecnologia para pesquisa oceanográfica é a nova aquisição da Marinha do Brasil. A embarcação, que está passando por obras de adaptação em um estaleiro na Alemanha, servirá de apoio ao Programa Antártico Brasileiro e deverá entrar em operação dentro de um ano e meio. A compra do navio de origem norueguesa Ocean Empress, que deve ser concluída nos próximos meses, conta com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia, que aprovou recursos não-reembolsáveis de R$ 69 milhões para o projeto.Entre as inovações tecnológicas que serão adpatadas ao navio estão um conjunto de sensores multifeixe que permitem captar imagens do fundo do mar e depois processá-las de maneira tridimensional. “Isso torna possível a análise, em detalhes, de objetos e de toda a geologia marinha”, afirma o coordenador do projeto, Fuad Gatt Kouri, Capitão-de-Mar-e-Guerra e superintendente de neios de Superfície da Marinha.

O Ocean Empress contará ainda com equipamentos avançados para a coleta de água, areia e lama no fundo do mar. Outra novidade é um sistema de posicionamento dinâmico, capaz de manter a embarcação parada em um determinado local, mesmo em condições de tempo e vento desfavoráveis. Com isso, a embarcação consegue uma coleta de dados muito mais precisa. Essa tecnologia já existe no mercado, mas ainda não é utilizada em navios de pesquisa brasileiros.

Além de cinco laboratórios para pesquisa, sendo dois “molhados” para receber amostras retiradas do mar, o novo navio tem capacidade para 106 pessoas (30 pesquisadores) e autonomia para 90 dias no mar. Ele está sendo preparado para realizar todo tipo de pesquisa antártica, nas áreas de meteorologia, geologia continental e marinha, oceanografia, biologia, astrofísica, geomagnetismo e geofísica nuclear.

“O novo navio vai representar um salto tecnológico nas pesquisas brasileiras, já que as tecnologias são de última geração”, afirma o comandante Kouri.

A idéia é que num futuro próximo, o Ocean Empress venha substituir o atual navio de pesquisa oceanográfica Ary Rongel, em operação desde 1994 na estação Almirante Ferraz, que fica na ilha Rei Jorge, no Arquipélago Shetlands do Sul. Segunda embarcação a servir de apoio logístico aos pesquisadores brasileiros na Antártica – o primeiro foi o navio Barão de Tefé que zarpou rumo à Estação em dezembro de 1982 – o Ary Rongel já está ultrapassado tecnologicamente.

A nova embarcação traz ainda a vantagem de ter amplo espaço interno e externo, além de operar com dois helicópteros (o Ary Rongel só tem capacidade para um). O projeto prevê um cyber café para acesso à internet via satélite e academia de ginástica.

Ocean Empress

Foto: Vesseltracker.com

Fonte: FINEP

NOTA DO BLOG: Antes de ser adquirido pela MB, o Ocean Empress estava sendo convertido em navio de apoio à indústria off-shore de petróleo no mar Báltico. Observar na foto acima a simbologia de três “trusters” próximo à proa. Quando o navio era empregado na indústria pesqueira com o nome Naerberg , existia somente um “truster” na proa.

Sobre o novo NApOC leia os seguintes artigos publicados aqui no Blog Naval:

MB terá segundo NApOc para o Programa Antártico

Novo NApOc gera dúvidas

Marinha do Brasil divulga nota sobre a aquisição de Navio Polar de Apoio às Pesquisas

Naerberg

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Marcelo Ostra

Sobre os tres thruster fiquei encucado com uma coia, ele tem tres na proa e dois stern thrusters na popa, e era de ApPetrol, será que ele era DP tambem ?

MO

Guilherme Poggio

Duvido que ele fosse DP sendo pesqueiro MO. Veja as fotos e os planos do Naerberg (só tem um truster na proa). Colocaram os demais trusters durante a reforma para ele funcionar com ApPetrol no Báltico (uma empresa russa era dona dele). Como ele não vai executar mais essa função, então ganhamos DP sem que realmente quiséssemos ou fosse necessário.

Patriota

É…. são sinais de novos tempos, de uma nova maneira de pensar o Brasil, em “quase” todos os sentidos, … ainda ha esperança!

Mauricio R.

Mas e aì, já resolveram a “idade” deste casco???

Guilherme Poggio

Já. O navio foi lançado em 1974 e totalmente reformado em 1988.

Marcelo Ostra

Sim, mas par que outra função se não fosse DP que justificaria tanto thrusters, mas se assim o for, olha soh que chique eim, um DP !!!

MO

[…] projetos da MB) e as obras de conversão andaram em rítmo acelerado. Em parte, isto deveu-se aos recursos disponipilizados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, através da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) que somaram R$ 69 milhões. Incluindo-se o valor de […]