Mangabeira Unger espera críticas ao Plano Nacional de Defesa

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Brasília – O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmou hoje (7), logo depois do desfile de 7 de Setembro, que o Plano Nacional de Defesa, que teve seu lançamento adiado, vai “ser atacado” quando for lançado. “Vão acusá-lo de ser um desperdício de dinheiro e um instrumento de corrida armamentista”, disse Mangabeira.
No entanto, o ministro defendeu que as críticas serão uma forma de começar um debate nacional sobre o novo plano, que deveria ter sido lançado hoje pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.
De acordo com Mangabeira Unger, ele não foi lançado hoje porque a data coincidiu com a visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e também porque a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve cheia nos últimos dias. “Ele [Lula] quer aproveitar para ter uma última discussão e fazer alguns últimos ajustes”, disse o ministro.
Mangabeira explicou que o plano está organizado em três grandes vertentes: “A reconfiguração, a reorientação e o equipamento das Forças Armadas, a reconstrução da indústria nacional de defesa e a própria composição das Forças Armadas, inclusive a evolução do serviço militar obrigatório”.
Ele disse que há um consenso entre as lideranças de que o serviço militar obrigatório deve ser mantido e aprofundado,  pois “num país tão desigual como o nosso [o serviço obrigatório] é um nivelador republicano, um espaço no qual a nação pode se encontrar acima das classes”.
Perguntado se a Marinha vai receber reforço para cuidar do pré-sal, o ministro se limitou a dizer que “a estratégia nacional de defesa não é uma resposta conjuntural a problemas conjunturais”.
Sobre a possibilidade de as Forças Armadas serem utilizadas para a manutenção da lei e da ordem, ele disse que isso é parte da missão constitucional do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. “E nós abordamos no conjunto da estratégia de defesa a necessidade de regulamentar com mais precisão esse mandato constitucional.” O objetivo, segundo ele, é não permitir que a tarefa das Forças Armadas se confunda com a da polícia. “Força Armada não é polícia, ela existe para defender o Brasil”.

FONTE: Agência Brasil

NOTA DO BLOG: Quem já acompanha os assuntos de Defesa no Brasil há anos, sabia que não podíamos esperar muito deste 7 de setembro. Chegou o dia, e mais uma vez adiou-se a questão, por outras coisas mais importantes. Sobre a frase do Ministro Mangabeira “a estratégia nacional de defesa não é uma resposta conjuntural a problemas conjunturais”, podemos concluir então que os recursos dos royalties contingenciados que pertencem à Marinha não serão liberados?
Como pensaremos uma estratégia nacional de defesa se a lição de casa não é feita pelo Governo, que é justamente liberar o dinheiro para manter um nível de aprestamento MÍNIMO às Forças?
Uma Estratégia Nacional de Defesa não poderá ser construída sobre ruínas, nem começar do zero. Mas se a classe política desse país continuar a tratar as Forças Armadas como assunto secundário, nem ruínas teremos para servir de base.

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