Foi lançado o mais poderoso navio de guerra do mundo, destinado à Marinha do Brasil

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Há 100 anos.

Dez de setembro de 1908. Há exatamente 100 anos, corria na carreira do estaleiro W. C. Armstrong Whitworth & Company, na Inglaterra, o Encouraçado Minas Geraes. Teve por madrinha a Sra. F. Régis de Oliveira. E teve um impacto, nos círculos navais da época, compatível com suas 19.250 toneladas de deslocamento padrão e seus 12 canhões de 12 polegadas.

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Cogitou-se na Europa que a encomenda brasileira era um subterfúgio para posterior transferência a uma outra marinha. Jornais britânicos especulavam que o verdadeiro destinatário seria a Alemanha. Jornais alemães cogitavam que o navio seria secretamente transferido à Royal Navy. A verdade é que, menos de dois anos depois, em 17 de abril de 1910 (e exatamente 3 anos após o batimento de sua quilha), o então mais poderoso encouraçado do mundo adentrava a Baía da Guanabara, para o início de 44 anos de serviço na Marinha do Brasil.

Não deteve por muito tempo o posto de navio de guerra mais poderoso do mundo. Afinal, vivia-se uma acirrada corrida armamentista rumo à Primeira Grande Guerra. Não esteve plenamente operacional por diversos períodos de sua existência na MB. Afinal, o Plano Naval que objetivou a encomenda de uma completa esquadra para a Marinha, nova em folha, não previa as instalações adequadas para sua manutenção. Só nos anos 20 a discussão sobre a industrialização do país iniciou um processo que levaria, décadas depois, a se atingir uma capacidade industrial compatível com a manutenção de belonaves modernas. Quando esse tempo chegou, o nome Minas Geraes já mudara para Minas Gerais, e batizava um outro navio.

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Mas o Minas Geraes mostrou, há 100 anos, que era possível ao Brasil do café e da industrialização incipiente adquirir uma esquadra compatível com suas pretensões geopolíticas de então, cristalizadas na figura do Barão do Rio Branco, e que não eram modestas.

O passado traz erros e acertos para se analisar com os olhos de hoje. Aliás, é sempre sob o olhar do presente que o passado encontra sua existência e é revivido, refletido, repensado, construído e debatido. Há 100 anos, uma nova esquadra era construída para um governo que a desejava e um País que ainda não estava pronto para recebê-la. E o Brasil de hoje, está pronto para receber uma nova e moderna esquadra? Ele a deseja? Com a previsibilidade que é tão peculiar ao movimento de passagem do tempo, o tão comentado e esperado sete de setembro de 2008 passou. É de se esperar que este dez de setembro, de maneira não menos óbvia, também passe rapidamente. E que talvez as reflexões que ele poderia deixar no caminho passem com igual rapidez.

Abaixo, uma surpreendente animação da chegada do Minas Geraes ao Brasil, realizada por Hamilton e Sérgio de Sena Tavares e casualmente encontrada no YouTube:

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