Soa familiar?
Atenda o #$%& telefone!
Dave Perry
“A crise de confiança que a U.S.navy enfrenta chega ao ponto de torná-la incapaz de responder a uma pergunta: ‘Qual função você desempenha que obriga a sociedade a se responsabilizar pela sua manutenção?'” – Samuel P. Huntington, em 1950
O autor comenta o problema observado nas Relações Públicas da Marinha canadense: “Com poucas exceções, os canadenses em geral e os responsáveis pelas decisões governamentais não entendem o que a Marinha faz, já fez ou pode fazer. Além disso, o pouco que o público conhece é, normalmente, negativo ou impreciso.”
Prossegue comentando o alto grau de visibilidade desfrutado pelo Exército canadense e a capacidade que o público e os tomadores de decisões têm para compreender o que o Exército faz por eles no dia-a-dia.
“Porque os canadenses sabem tão pouco a respeito , sem dúvida, se deve a um conjunto complexo de fatores, entre os quais: antipatia em relação às Forças Armadas em geral; a localização da Marinha em ambas as costas, distante da maior parte da população; as operações navais serem realizadas longe do litoral, afastadas das vistas do público em geral; e a cobertura da mídia, que é rara e, quase sempre, superficial.”
Segundo Perry, a Marinha pode optar por duas linhas de ação. A primeira é não fazer nada e torcer para que a situação atual melhore. Enquanto isso, os canadenses continuam ignorando a Marinha, e os marinheiros se sentindo desconsiderados. A segunda é reconhecer que a realidade não vai se alterar por si só, e tentar fazer algo a respeito.
O que a Marinha pode fazer?
– Os esforços para alcançar o público devem ser continuados e receber mais incentivos.
– Implementar ações para despertar o interesse dos cidadãos pela Marinha.
Na opinião do autor, os serviços de relações públicas devem ser mais proativos, antecipando-se aos acontecimentos e evitando ficar a reboque do noticiário.
A experiência do público em geral e dos jornalistas em particular é a dificuldade de falar ao telefone com alguém que lhe forneça uma informação clara e compreensível.
O autor sugere que o serviço de relações públicas seja terceirizado, contratando-se uma empresa de relações públicas que auxilie a Marinha a elaborar campanhas e a orientar declarações públicas e entrevistas de forma a permitir que quem assiste ao telejornal possa entender a mensagem. Ou seja, ter militares disponíveis para moldar e divulgar a mensagem, mas deixar que profissionais os ajudem a superar a distância entre a complexidade naval e a compreensão do homem comum. E, mais importante, ter pessoas para atender os #$%& telefones!
FONTE: Canadian Naval Review, outono 2006, p.29-31