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Segundo as notícias mais recentes veiculadas no Blog do Poder Naval, planeja-se  para 2014 o término da construção do primeiro Scorpène destinado à Marinha do Brasil. Assim, pode-se projetar um prazo de 6 anos de construção após uma assinatura de contrato neste ano (apesar de não se falar, ao menos na imprensa dita leiga, em datas mais específicas, como lançamento, início de provas de mar e mostra de armamento). Para colocar essa projeção em perspectiva, estas são as datas cumpridas ou projetadas das construções de submarinos Scorpène para outras marinhas.

Chile: assinatura de contrato em dezembro de 1997. Lançamento da primeira unidade em novembro de 2003, sendo incorporada em setembro de 2005 (chegou ao Chile em janeiro de 2006). O segundo submarino foi lançado em novembro de 2004, incorporado em julho de 2006 e chegou a Valparaíso em dezembro de 2006. Vale lembrar que o Chile foi o cliente lançador do tipo. A primeira unidade foi construída pela DCNS em Cherburgo (França) e a segunda pela Izar/Navantia em Cartagena (Espanha).

Malásia: assinatura de contrato em junho de 2002. Lançamento da primeira unidade em outubro de 2007 (DCNS – Cherburgo), com previsão de incorporação no início de 2009. A segunda unidade tem previsão de lançamento para outubro deste ano (Izar/Navantia – Cartagena) e incorporação em outubro de 2009.

Índia: assinatura de contrato em outubro de 2005. A primeira unidade começou a ser construída na própria Índia em dezembro de 2006, no estaleiro estatal Mazagon, em Bombaim, com equipamentos e assistência técnica fornecidos pela DCNS. A previsão de incorporação do primeiro submarino é dezembro de 2012 e, a partir daí, uma nova unidade deverá ser entregue por ano até 2017, completando um total de seis.

Vê-se que a data planejada para entrega do primeiro Scorpène para a MB  não está fora dos padrões de prazos cumpridos / projetados para o lançamento dos Scorpène construídos nos estaleiros da França e Espanha. Em relação às unidades em construção na Índia, há uma diferença de um ano (mas deve-se levar em conta também doutrinas de cada marinha em relação a tempo de provas de mar após o lançamento, além das próprias definições de incorporação).

O Poder Naval Online já colocou sob uma perspectiva crítica (visando sempre o debate construtivo, deve-se ressaltar) o cronograma planejado para a construção primeiro submarino nuclear brasileiro. Quanto ao prazo de entrega do primeiro Scorpène para a MB, caso essa primeira unidade seja efetivamente construída no Brasil, a comparação mostra que cumprir o cronograma não é impossível – irrealista seria, talvez, esperar por um prazo mais curto, ainda mais comparando-se com o exemplo indiano. Mas é um prazo apertado. Certamente há outras variáveis em jogo do que uma simples comparação de datas como esta: construção de estaleiro, aspectos industriais, absorção de tecnologia, técnicas já dominadas e outras a serem aprendidas. Mas também é certo que não há tempo a perder para conseguir cumprir a promessa.

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edilson

É impressão minha os Formage estão desbancando os chucrute???

Norberto Pontes

Ninguém desbanca os alemães ao meu ver, só que eles nnao fabricam atômicos não sei porque motivo, talvez passado de guerra. Mas lembre-se: foi através da Alemanha que diversificou o submarino como um todo, foi através das guerras que americanos, franceses e etc.. aprenderam como se fazia um arma letal submersa(o submarino germânico). Portanto apesar de fazerem o convencional, pra mim são os melhores nessa empreitada. Claro que ao fazer atômicos, vão se distanciando em outros aspectos,, mas eu ainda prefiro submarinos alemães aos franceses, pena que não façam atômicos e aí.. perdem nesse quesito. Outra coisa: parabéns ao Brasil,… Read more »

Taer

Agora só nos resta ter paciência, acompanhar o desenvolvimento do projeto e esperar que nosso governo tenha feito a escolha certa, que as metas sejam cumpridas dentro dos prazos estabelecidos, acredito que foi, pelo menos, a escolha mais coerente para o momento.
Sds.

edilson

Caro Norberto Pontes. concordo consigo que os subs germânicos sejam melhores, porém chamo a atenção pelo fato da França que não tinha tradição em exportações de armas desta natureza estar ganhando ano após anos adeptos pelo mundo a fora, até mesmo agregando clientes tradicionalmente operadores de aramas de procedência germânica. e concordo com o senhor também no quesito, previsibilidade, achoq ue o programa proposto apesar de em número pequeno é sim significativo, a renovação e a ampliação da força submarina estão indo muito bem ao meu ver. que sá umas aquisições extras e um número considerável de SN??? viriam muito… Read more »

joao

Realmente temos que ter paciencia e esperar. Acredito que na area submarina o Brasil vai em bom caminho,uma vez que se cumpram todos os prazos estabelecidos,com a seriedade e dedicacao merecidas. Uma forca submarina moderna,numerosa e capaz,mesmo que convencional da a MB um poder de negacao do mar imenso. Mas nao devemos esquecer que uma frota deste porte necessita de uma verba adequada para manuntecao,tendo em vista o exemplo atual,que tem a MB com somente dois subs em condicoes operacionais.So espero que os problemas do passado nao venham a tona outra vez,com os contingenciamentos,cancelacoes e adiacoes. Ja e hora do… Read more »

RL

Acreditam que seria inviável o pais permitir a contrução de ao menos uma unidade na França tendo o acompanhamento e a participação de técnicos brasileiros a fim de literalmente “Sugarem” as técnicas e procedimentos empregados na construção do Scorpene? Questiono isso, pois vejo com certa preocupação o tempo para a construção do estaleiro aqui no Brasil para a mesma finalidade. Apenas uma idéia, onde ao mesmo tempo em que fossem feitas atualizações nos Subs existentes de nossa força naval, uma unidade já sendo produzida na França poderia nos dar uma capacitação a curto prazo maior do que a existente hoje.… Read more »

Ulisses

Com tantos submarinos,centenas de caças,C-390 nacional da Embraer e novas armas como o MSS1.2 e ALAC (Tomara que tambem tenhamos alguns Leclerc)Vamos mostrar ao Hugo Cháves que não vai adiantar ele gastar bilhões de dólares em armas que nós estaremos muito a frente dele.

Um abraço.

König

Um Lerlec sai mais caro que o Leopard2A6 o Lerlec sai por cerca de 8 milhões de dolares.
Temos de ver que não conseguiremos os melhores equipamentos com os franceses a preços mais acessiveis sempre.
Saudações

McNamara

Prezado Norberto Pontes. Itália, Alemanha e Japão são ainda, proibidos por acordos do cessar fogo da Segunda Guerra Mundial, de produzir ou operar artefatos nucleares, ainda que como meio de propulsão. Acredito que japoneses, italianos e alemães principalmente, poderiam dispor dos melhores e mais eficientes submarinos nucleares jamais construídos, se não existisse tal acordo. Quanto aos prazos, espero que tenha se iniciado uma mudança de mentalidades e que com os novos subs, não tenhamos os costumeiros atrasos que chegam a décadas.

Mauricio R.

Os alemães venderam 6 “Type 214” p/ a Turquia e + 2 “Type 212” p/ a Itália. Ah, de suma importância p/ o Brasil, a India já está reclamando da dita transferência de tecnologia dos franceses p/ a construção dos 6 “Scorpéne” deles. “Acreditam que seria inviável o pais permitir a contrução de ao menos uma unidade na França tendo o acompanhamento e a participação de técnicos brasileiros a fim de literalmente “Sugarem” as técnicas e procedimentos empregados na construção do Scorpene?” Isso vai pensando que se hipotéticamente um sub for construído na França, o pessoal brasileiro que for acompanhar,… Read more »

EMERSON FULLY

ACHO QUE AINDA É CEDO PRA SABERMOS SE O SCORPENE NA MB SERÁ REALMENTE VIÁVEL.POIS NO PAPEL ATÉ QUE ESSE BAGUETE DA PRO GASTO.FALTA SABER,SE A MB VAI TER GRANA PRA OPERAR ESSE SUB,(MISSEIS,MINAS ,TORPEDOS).FORA O ADESTRAMENTO DE PESSOAL.NÃO VAI SER FÁCIL!!!

[…] A entrega do segundo Scorpène, o KD Tun Razak, lançado em outubro do ano passado pelo estaleiro Navantia (Espanha), é esperada para o final deste ano. Para uma análise do Blog Naval sobre contratos e prazos de entrega dessa classe de submarinos pelo mundo, clique aqui. […]

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