Um avião para duas Forças
Com o recente informe dos três finalistas do processo de aquisição de um novo caça para a FAB, algumas questões podem vir a influenciar a escolha do vencedor.
Uma delas é a possibilidade de que aeronave selecionada pela FAB também possa ser adquirida futuramente pela Marinha do Brasil, para substituir/complementar seus AF-1 Skyhawk.
As vantagens de ambas as Forças operarem a mesma aeronave são inúmeras, dentre as quais a redução do custo de aquisição, de manutenção e treinamento. Certamente esses fatores devem ser levados em conta pelo Ministério da Defesa.
Dois dos finalistas do F-X2 estão prontos para operar em navios-aeródromo, o F/A-18E Super Hornet e o Dassault Rafale.
O F/A-18E pode operar no NAe São Paulo, segundo informação do executivo da Boeing, Bob Gower, em entrevista à Alide.
O protótipo do Rafale já operou no navio, nos testes de qualificação iniciais da aeronave.
O peso máximo de operação suportado pelas catapultas e pelos elevadores do NAe São Paulo é de 20.000kg; o peso do F/A-18E e do Rafale, configurados para missões de defesa aérea, é de 21.320kg e 21.000kg, respectivamente. Ou seja, uma tonelada acima do permitido.
Para diminuir o peso dos aviões até o limite do São Paulo, é possível fazê-los decolar com menos combustível ou armamento, como foi feito com o Rafale nos testes a bordo do navio.
Tendo em vista que o NAe São Paulo deve operar na MB até o ano 2025, a aquisição do mesmo caça pela FAB e pela Marinha seria uma boa forma de aproveitar o potencial do navio na defesa dos interesses brasileiros no Atlântico Sul.