Portugal – Construção de NavPol pode não ocorrer em Viana Castelo
O navio polivalente logístico, tido como o mais importante para a Armada portuguesa, já não deverá ser construído em exclusivo pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), tal como foi definido por Paulo Portas, em 2003, enquanto ministro da Defesa, mas através de uma “parceria estratégica” com uma empresa estrangeira, afirmou ao DN fonte daquele ministério.
Segundo o calendário inicial, a construção deste tipo de navio deveria arrancar este ano, nos ENVC, para ser entregue até 2010, o que dificilmente acontecerá, já que segundo fonte do Ministério da Defesa, apenas durante 2008 é que deverá ser “negociado” o contrato de aquisição, tratando-se de um navio que custará mais de 210 milhões de euros. Contrariando todas as expectativas iniciais, o ministério agora admite que a construção não será exclusiva da empresa, pública, portuguesa. “Está a ser estudada a possibilidade dos ENVC poderem constituir uma parceria estratégica com um estaleiro internacional, para a execução deste contrato”, explicou a fonte, sem esclarecer o motivo desta alteração.
O projecto técnico deste navio, sem paralelo na frota portuguesa, está avaliado em 15 milhões de euros e já foi disponibilizado, sem qualquer custo, por parte de um grupo alemão, no âmbito da construção dos submarinos. “Como contrapartida desta aquisição foi negociada a entrega, pela HDW, de um projecto básico do navio. A execução teve início em Fevereiro de 2005 e ficou concluído em Abril de 2007”, explicou o ministério, sendo que o consórcio alemão poderá vir a integrar a referida parceria estratégica. Contactada pelo DN, a Comissão de Trabalhadores dos ENVC escusou-se a tecer comentários alegando “desconhecer” qualquer alteração, mas reafirmando que “a empresa tem capacidade para construir, sozinha, este navio”.
O navio polivalente logístico é tido como um dos “mais importantes” na reestruturação da Marinha e utilizará a capacidade conjunta “dos três ramos das forças armadas”, aumentando, segundo a Armanda, “significativamente a capacidade de Portugal para operar em qualquer parte do mundo”. Será utilizado em operações de apoio à paz e de assistência a catástrofes humanitárias, contando com uma infra-estrutura hospitalar completa. Permitirá o transporte de seis helicópteros Lynx e 22 viaturas ligeiras. Com 162 metros, terá uma autonomia de 6 mil milhas e uma tripulação de 150 homens e capacidade para embarcar uma força de 650 fuzileiros.
Fonte: Diário de Notícias
NOTA DO BLOG: Portugal procura por um navio de assalto anfíbio/polivalente faz muitos anos. Primeiramente foi oferecido um LST de segunda-mão classe Newport pela USN. Também foi anunciado um possível interesse na aquisição do HMAS Tobruk (derivado da classe Sir/Roun the table). Entendimentos com a Holanda para a construção de um navio polivalente surgiram ainda em 2000, mas não prosperaram por falta de fundos. Esperamos que desta vez Portugal obtenha sucesso em sua empreitada, pois aquela nação necessita de um navio deste tipo para deslocar suas forças mecanizadas, unidades do exército, helicópteros pesados e tropas no geral. Atualmente, quando surge uma necessidade deste tipo, Portugual recorre aos demais parceiros da OTAN. Em Maio deste ano, durante a Operação Espabras, os fuzileiros portugueses que participaram dos exercícios vieram a bordo do navio espanhol Galícia.