Guerra do Pacífico: a ferida que todo ano, em 8 de outubro, volta a abrir
Não se engane: não estamos falando da II Guerra Mundial, com japoneses e norte-americanos se enfrentando no Oceano Pacífico. Essa é mais antiga, de 1879 a 1883, envolvendo combates navais entre Chile e Peru (com a Bolívia também participando dos combates terrestres). O Chile ganhou a guerra, incorporando territórios dos vizinhos, ricos em minerais, e consolidando seu domínio naval na costa Sul-Americana do Pacífico.
Hoje o Peru celebra oficialmente o seu maior herói nacional, o Almirante Miguel Grau, morto em 8 de outubro de 1879 na batalha de Angamos. Em todo o território do País, observou-se um minuto de silêncio às 9h50 da manhã, hora da morte de Grau, quando um projétil atingiu o passadiço do monitor encouraçado Huáscar. Durante todo o mês, diversos eventos navais estarão comemorando tanto os 129 anos daquele combate, quanto os 187 anos da criação da Marina de Guerra del Perú. Já no Chile, a lembrança daquele combate e da guerra é o próprio Huáscar, que foi capturado, incorporado à esquadra chilena e até hoje é preservado e aberto à visitação, atracado no porto militar de Talcahuano.
Fotos e fontes: Marina de Guerra del Perú – fotos do Almirante Grau e do Crucero Ligero Missilero que leva seu nome, originariamente De Ruyter na marinha holandesa (na qual entrou em serviço em 1954) e incorporado à marinha peruana em 1973. É o último cruzador com canhões de 6 polegadas (152mm) em atividade no mundo, modernizado nos anos 80 para incorporar o SSM Otomat Mk2. É capitânea da esquadra peruana e, na foto, aparece “empavesado y engalanado”. Armada de Chile – monitor encouraçado Huáscar, hoje relíquia histórica que, na visão chilena, serve de exemplo para os feitos navais tanto do Chile quanto do Peru.
Nota do Blog: é bastante interessante comparar as versões oficiais da Guerra do Pacífico, na visão do Peru e do Chile, lendo as seções históricas dos dois links acima.