Restauração da galeota termina em novembro
Construída em 1818 especialmente para a Família Real, a galeota, embarcação oficial de D. João VI, está em processo de restauração, e deve ficar pronta no final de novembro. A equipe técnica, composta por três portugueses e quatro brasileiros, trabalha desde junho no redouramento da embarcação. Eles tiram as camadas de ouro falso, tratam e preparam a madeira para receber fios de ouro no ornamento. A galeota está em exposição no Museu da Marinha, no Centro.
– Normalmente uma embarcação não é uma obra de arte, é algo efêmero, que duro no máximo 50 anos. Estamos diante de uma relíquia de 200 anos, de um presente encomendado especialmente para o rei – analisou o diretor de Patrimônio Histórico e Documentação da marinha, almirante Armando Bittencourt.
Em 1808, quando o princípe regente João VI e família passaram pela Bahia, o conde da Ponte, D. João de Saldanha da Gama de Melo Torres Guedes de Brito, mandou que o Arsenal de Marinha daquela capitania iniciasse a construção de uma embarcação para o serviço particular da Família Real. O conde faleceu um ano depois e a galeota só ficou pronta dez anos mais tarde, em 1818.
A galeota de D. João VI participou de importantes eventos históricos. Ela levou o rei D.João ao navio que o levaria de volta a Portugal, em 25 de abril de 1821. Em 1838 a galeota imperial serviu como uma espécie de barco fúnebre, para transladar o corpo de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. Falecido em São Domingos (Niterói), José Bonifácio foi trazido para o Rio na galeota imperial.
Fonte: JB online