A cooperação alemã na construção de submarinos no Brasil
A trabalho desenvolvido entre a Howaldtswerke Deutsche Werft-HDW / Ferrostaal A.G e a Marinha do Brasil, na construção de submarinos no Brasil – 1980-2005
RESUMO CRONOLÓGICO
1980-1981
A Marinha do Brasil (MB) convida proponentes da Itália, França, Alemanha e Suécia para oferecerem submarinos na faixa de 1.200 a 1.700 ton, inclusive transferência de tecnologia para a construção no Brasil.
1982
A MB seleciona o submarino alemão IKL Classe 209, oferecido pelo Consórcio Howaldtswerke Deutsche Werft-HDW / Ferrostaal A.G. A seleção baseou-se no desempenho, condições de financiamento e escopo de transferência de tecnologia para a construção no Brasil. O Consórcio já tinha experiência no fornecimento de conjuntos de materiais, equipamentos e transferência de tecnologia para a construção de submarinos na Índia e na Turquia.
A MB assina contratos com o Consórcio alemão HDW/Ferrostaal para a construção do 1º Submarino (TUPI) na HDW em Kiel, Alemanha e o 2º (TAMOIO) no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro-AMRJ.
1983
A HDW e o AMRJ discutem o plano geral de transferência de tecnologia e construção, enquanto são solucionadas as condições para a efetivação dos contratos.
1984
A data de efetivação do Contrato (23 de julho de 1984) define o início oficial do projeto. A HDW envia engenheiros ao AMRJ, a fim de avaliar e participar do projeto das instalações para a construção do submarino.
A HDW dá início à construção do TUPI em seu estaleiro em Kiel.
1985
A MB envia uma grande equipe de engenheiros e técnicos para a HDW na Alemanha, a fim de receberem treinamento “on the job” durante todas as fases de construção do submarino TUPI. Planejamento, construção, controle de qualidade e procedimentos de teste de submarinos são treinados, envolvendo aprox. 100 pessoas da Marinha do Brasil por mais de 2 anos.
A MB assina um segundo contrato com o Consórcio, para o fornecimento e financiamento de dois conjuntos adicionais de materiais e equipamentos para a construção no AMRJ do 3º e 4º submarinos, TIMBIRA e TAPAJÓ. A data de efetivação do Contrato é 10 de maio de 1985.
1985 – 1990
SUBMARINO NACIONAL – SNAC I – A Marinha do Brasil (Ministério da Marinha) contratou com a HDW / IKL um programa de treinamento para a elaboração de um projeto próprio de submarino no Brasil. Para esta finalidade, aprox. 30 engenheiros foram destacados para participar do treinamento durante os anos 1985 e 1986, seguido de uma fase de concepção de projeto entre os anos 1986 e 1990.
SUBMARINO NACIONAL II – SNAC II
O SNAC II decorre do precedente SNAC I e era um programa brasileiro para a elaboração do projeto de um submarino com sistema de propulsão nuclear.
1986
A MB decide construir seções do casco resistente do TAMOIO na NUCLEP. A HDW envia engenheiros para projetar os dispositivos e instalações de construção e incorporar na NUCLEP os procedimentos HDW de construção, controle de qualidade e testes.
É realizado na HDW e na NUCLEP um treinamento abrangente dos engenheiros e técnicos da NUCLEP, em tecnologia de construção de cascos de submarinos.
A HDW começa a enviar conjuntos de materiais e equipamentos do TAMOIO ao AMRJ.
1987
O AMRJ dá início à construção do TAMOIO, tendo como base o pessoal treinado na HDW. Todos os procedimentos de planejamento, construção, controle de qualidade e testes são incorporados ao AMRJ. A construção envolve aprox. 10.000 desenhos, 50.000 itens de materiais e equipamentos, além de uma força de trabalho que no pico envolve cerca de 230 engenheiros e técnicos especializados.
A construção do submarino requer aprox. 250.000 dias-homem de trabalho especializado, em instalações exclusivas, uma vez que os rigorosos requisitos de qualidade não permitem a execução de atividades de construção de submarinos simultaneamente com a construção de navios.
A HDW lança e conclui a construção do TUPI e inicia as provas de cais e de mar.
A HDW inicia o treinamento operacional da tripulação do TUPI na Alemanha. Os procedimentos operacionais e o sistema de apoio logístico são incorporados à Força de Submarinos e à Diretoria Geral do Material – DGMM.
1989
A HDW dá início ao fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos do TIMBIRA.
A HDW entrega o TUPI à Marinha do Brasil. O AMRJ dá início à construção de seções do casco resistente do TIMBIRA na NUCLEP.
1990
O AMRJ tem duas frentes de construção de submarinos nas oficinas – TAMOIO e TIMBIRA.
1991
A HDW inicia o fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos do TAPAJÓ.
1992
O AMRJ inicia a montagem final do TAMOIO no dique e começa a construção de seções do casco resistente do TAPAJÓ na NUCLEP.
1993
O AMRJ lança e conclui a construção do TAMOIO e dá início aos testes de cais e de mar, com o suporte técnico da HDW e de fabricantes de equipamentos alemães. A DGMM inicia a negociação de mudanças ao projeto do submarino IKL classe 209, com o objetivo de definir o 5º submarino. A HDW transfere tecnologia e treina engenheiros do AMRJ na HDW em Kiel e no Rio de Janeiro, em técnicas de reparo e reforma de submarinos. Objetivo desta transferência de tecnologia é capacitar o AMRJ a efetuar toda a manutenção e reparos da sua frota de submarinos, inclusive as reformas de meia-vida.
1994
O AMRJ entrega o TAMOIO à Força de Submarinos. É o primeiro submarino construído no hemisfério sul. O Consórcio e a MB iniciam as negociações para o 5º submarino, contendo as modificações técnicas projetadas pela MB.
1995
A MB e o Consórcio assinam os contratos para fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos para a construção do 5º submarino – TIKUNA. A data de efetivação do Contrato é 25 de setembro de 1995.
1996
O AMRJ lança e conclui a construção do TIMBIRA e dá início aos testes de cais e de mar com apoio técnico da HDW e fabricantes de equipamento alemães. A HDW começa a fornecer conjuntos de materiais e equipamentos do TIKUNA. O AMRJ entrega o TIMBIRA à Força de Submarinos – o segundo submarino construído no Brasil.
1997
O AMRJ inicia a construção de seções do casco resistente do TIKUNA na NUCLEP.
1998
O AMRJ lança e conclui a construção do TAPAJÓ e inicia os testes de cais e de mar com apoio da HDW e fabricantes de equipamento alemães.
1999
O AMRJ entrega o TAPAJÓ à Força de Submarinos – o terceiro submarino construído no Brasil.
2000-2003
O ritmo de construção do TIKUNA é desacelerado, devido a dificuldades orçamentárias referentes a custos locais.
2004
O ritmo de construção do TIKUNA é novamente acelerado. A MB convida o Consórcio a apresentar uma proposta para um novo submarino e modernização dos cinco da classe 209, incluindo financiamento integral.
2005
O AMRJ lança e conclui a construção do TIKUNA e dá início aos testes de cais e de mar com apoio da HDW e fabricantes de equipamentos alemães. O AMRJ entrega o TIKUNA à Força de Submarinos em 16 de dezembro de 2005 – o 4º submarino construído no Brasil com transferência de tecnologia alemã, incorporando consideráveis modificações de projeto realizadas pela Marinha do Brasil.
Com a entrega do TIKUNA a HDW e os demais estaleiros da ThyssenKrupp completaram um total de 43 contratos de fornecimento de conjuntos de materiais e equipamentos com transferência de tecnologia e construção de submarinos em 8 países clientes.
Excelente matéria Galante, de vital importância para todos nós. Está mais uma vez de Parabéns.
Sds.
E tudo isso jogado fora no momento da assinatura do acordo para a construção dos agora Marlin franceses!!
Caro Galante Acompanho seu trabalho neste site. Vejo que você é contra este programa com a França. Vejo que também é contra às mudanças constantes nos programas da Marinha A causa do problema no meu entender está no processo decisório em si; os fatos mostram que as decisões não podem ficar na mão do Comando de plantão da Marinha , assim como o FX não pode ficar na mão da FAB apenas, embora suas opiniões sejam valiosas. Deve ser feito um planejamento de longo prazo pelo Min da Defesa, pelo Conselho de Defesa Nacional, ou algo que o valha, e… Read more »
Muito tem se falado sobre a inadequação do acordo que possivelmente será assinado para a obtenção de submarinos com tecnologia francesa, sobre novamente começar a partir do zero ( o que considero questionável) a construção de um projeto nacional, com vistas ao futuro submarino nuclear. Não seria viável manter a “tradição” da flotilha de submarinos da MB, com produtos de tecnologia e filosofia alemã? Haja visto que temos tripulações treinadas e operacionais, assim como conhecimento destes subs (Não os U-214)? Qual seria a vantagem para a MB da utilização dos U-214 (com AIP, preferencialmente)? Suas características técnicas são superiores ou… Read more »
Parabéns, Galante. Este post é uma excelente contribuição com o debate sobre futuro da arma subarina brasileira.
Amigo Iuri, sem entrar no mérito do que vc falou para o Galante, respeito a opinião e os pontos de vista de ambos, concordo plenamente com seu raciocínio a respeito do Sub Nuc e do projeto nuclear da MB (que vai além do submarino). Inclusive do ponto de vista ambiental, como vc disse. Como sabemos, hoje em dia a energia nuclear não só é vista como menos danosa ao meio ambiente como também uma alternativa energética viável em um país como o nosso, desde que se tome todas as devidas precauções no uso desta energia (como, aliás, tem que ser… Read more »
De acordo Hornet
Observando seu post, não pude deixar de notar que são 25 anos desde a assinatura do contrato com a Alemanha para hoje termos 5 submarinos que já irão passar por um processo de modernização. Eu acho maravilhosa a idéia de termos meios navais para garantir nossa soberania. Mas como iremos proteger nossas aguas somente com 5 submarinos? Nosso país é quase do tamanho de toda a Europa e nossa costa é uma das mais extensas do globo. E nossa Marinha? Não navega, não tem dinheiro nem para manter sua minúscula e obsoleta frota navegando ( navios de superfíciee submersíveis ).… Read more »
“E tudo isso jogado fora no momento da assinatura do acordo para a construção dos agora Marlin franceses!!!”
Assino embaixo!!!
Brilhante trabalho!
Caro Zorann
Peço que leia o meu post acima.
É um caso claro de falta de planejamento estratégico (de boa qualidade, é claro) da Nação como um todo, já que é ela quem no final paga a conta.
Algo que sempre nos faltou em tudo.
Sds
Iuri
pois é, aos poucos vamos chegando ao reais problemas do Brasil. A falta de transparência, sem dúvida alguma, é um deles. O problema não está tanto no programa A ou B, para a defesa, mas na forma como as coisas são feitas. Além do que o Mauro já disse, eu questionaria também o seguinte: e o Conselho Nacional de Segurança? cadê? Esse conselho, pelo o que tenho acompanhado só se reune a cada século, e não é isso que deve fazer um conselho (seja de segurança ou de saúde, não importa). Está na Constituição: “Parágrafo único. Na forma do §… Read more »
ops. onde está: “Conselho Nacional de Segurança”, leia-se Conselho Nacional de Defesa…
E detalhe, está na constituição também, o Presidente da República, como chefe das FAs, tem prerrogativa para convocar o Conselho quando achar por bem, mas o Conselho pode (deveria até) ser permanente (reuniões permanentes), pois consta na Constituição o seguinte: Art. 5° O exercício da competência do Conselho de Defesa Nacional pautar-se-á no conhecimento das situações nacional e internacional, com vistas ao planejamento e à condução política e da estratégia para a defesa nacional. Como se vai planejar alguma coisa, ou criar condições políticas estratégicas se reunindo somente nas sextas feiras santas dos anos em que o Tabajara F. C.… Read more »
Prezado Mauro
Você mostrou o caminho. Batizar os navios e criar cargos de confiança. Essa é a solução.
E quanto ao Conselho de Defesa Nacional citado pelo Hornet, para que ele se reúna quase que diariamente, seria necessário pagar jetons aos participantes.
Caro Hornet, seus posts geralmente são bem instrutivos, entretanto no seu post das 14:53 me permita discordar um pouco do último parágrafo, nós fizemos uma parceria com os alemães, construímos os subs aqui, melhoramos os 209 e criamos o TIKUNA, penso que poderíamos ter ido mais longe e ter projetado um sub nacional baseado nos conhecimentos adquiridos. Veja a Koréia, começou como nós, fabricando os Subs alemães e hoje planejam um com tecnologia nacional, absorvida e melhorada dos subs construídos lá. E agora olhe para o que estamos fazendo, construímos subs alemães aqui, melhoramos o projeto, e depois… engavetamos tudo,… Read more »
Em casa que falta o pão ninguém tem razão. Este ditado serve muito bem para explicar a triste situação do nosso País. Mas mais triste ainda é que ontem o presidente Lula assinou medida provisória anistiando milhares de entidades pseudo filantrópicas, que na verdade foram classificadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como “pilantrópicas”. Elas foram investigadas e denunciadas por não cumprirem com o fim a que se destinam. A medida provisória ainda vai passar pelo crivo do Congresso, mas a “pressa” do nosso presidente é no mínimo muito estranha. Estas “entidades” causam um rombo nos cofres do País… Read more »
Galante,
Excelente matéria.
São dados que fazem qualquer um refletir bastante e questionar muita coisa.
Veja como as intervenções estão objetivas.
Parece que há muito o que esclarecer e como disseram acima, falta transparência.
Ainda bem que não fui eu que falei pois recebí pesadas críticas quando disse mais ou menos a mesma coisa na outra matéria sobre submarinos…
Parabéns
EM TEMPO: Parece que é hora de acessar o CONGRESSO NACIONAL!
Amigo Leo Paiva, pode ser. E nem quero defender essa parceria com os franceses a todo custo. No entanto, a Alemanha, como sabemos, não pode (não é nem por falta de condições, mas por motivos relativos ao fim da II Guerra) desenvolver armas nucleares, nem mesmo um Sub Nuc. Então, o que eu coloquei e comentei é o seguinte: se queremos ter um Sub Nuclear e precisamos de parceiros para isso, fica um pouco claro que esse parceiro não pode ser a Alemanha. Apareceu a França nessa história e pelo visto, vamos com a França. Se fosse do meu gosto,… Read more »
Hornet, aí é que está a questão: os franceses não vão passar nenhuma tecnologia de submarino nuclear. Isso ninguém passa.
O que eles propõem é passar tecnologia de casco de submarino convencional. Isso os alemães também fazem.
Hornet
Agora ficou perfeito o seu raciocínio, penso assim também.
Sds.
Boa João-Curitiba. Apoiado. De um modo geral essas “entidades” filantrópicas, são “pilantrópicas” mesmo (salvo as raras excessões de praxe)…Mas tem uma outra questão nisso, além do que vc falou: onde tem muita “entidade” (e ONG e essas coisas) é porque a cidadania ainda não chegou…e pelo visto, nem chegará, pois o Estado parece que se conforma com essas coisas e se mexe menos ainda, menos que o de costume, aonde mais precisa…
um forte abraço
Caro Hornet, Você disse uma coisa importantíssima. Já que estamos entrando numa crise bastante complicada e duradoura, capaz de afetar os programas militares, uma das hipóteses seria aproveitarmos o que temos e fazemos outro TIKUNA, numa versão mais aprimorada já trabalhada pela MB. É barato: pouco mais de U$ 200 MI. Se espremerem os alemães eles passam mais tecnologia e menos preço só para ficarem no páreo, lógico… Manteríamos o AMRJ em funcionamento, reteríamos talentos, acumularíamos mais tecnologia e incorporaríamos mais uma unidade à Força de Submarinos – uma unidade eficiente que vem fazendo bonito em todas as manobras pelo… Read more »
caro Nimitz, não sou um especialista nisso e nem poderia te responder em termos técnicos, mas pelo o que eu sei a coisa não é tão simples assim. Não sei se estou enganado, mas o casco de um submarino nuclear requer uma série de proteções especiais, inclusive contra a radioatividade, além da pesquisa de uma série de materiais que são envolvidos na “fabricação” (“fundição”, ou algo assim) das placas que formam o casco, entre outras coisas. Saber fazer bem um casco de sub convencional, como é o caso dos alemães, não garante que se saiba fazer um casco de sub… Read more »
caro Arcanjo, essa discussão está ficando boa. Na minha modesta opinião, acho que daria para continuarmos com o nosso projeto do sub nuclear, até porque a verba que está sendo destinado a ele não sai do orçamento normal da MB (é uma verba extra), e ainda daria para construírmos mais Tikunas, em paralelo. Tikunas mais aperfeiçoados, é claro. Não estou falando de construírmos 5000 submarinos, nada disso. Mas mais alguns, nem que fosse para exportação. Ao menos assim não deixaríamos de continuar nos aprimorando naquilo que já sabemos fazer. Toda vez que eu discuto a questão de Defesa, eu sempre… Read more »
Arcanjo, antes que me chamem de louco… Quer dizer…daria pra construir mais Tikunas, se houver planejamento para isso, se a gente não torrar a pouca grana que temos comprando mais “sucatas” e essas coisas todas que sabemos bem como funcionam. É o tal negócio, que Marinha queremos ter? parece que ninguém chega a um consenso, nem mesmo na Marinha. Se é pra privilegiar os Submarinos como arma principal, então vamos lá, vamos planejar isso aí e termos uma frota de submarino de acordo…agora, se não é pra porivilegiar o submarino como arma principal, então desencana de tudo o que falei…vamos… Read more »
Caro Hornet, Sua tese é muito boa. Se querem fazer um nuc de qualquer jeito, seja lá por que motivo for, vamos admitir pelo menos para argumentar. Vale a idéia de continuar espremendo os alemães e colocá-los contra os franceses porque, desde o tempo dos SNACs (lembra) é certo que dominam a construção de nucleares.Ninguém entraria nos projetos SNACs no escuro, sabendo que o objetivo era o nuclear. Os alemães além de construirem 80% dos submarinos do mundo, construiram um navio a propulsão nuclear há decadas! Eles tem o pulo-do-gato e, se colocados em confrontação com os franceses (17% dos… Read more »
Bom Post Hornet. Vejamos se posso te ajudar na linha de raciocínio que, ao meu ver, está correta. Como foi colocado, além de passar tecnologia de construção, foi também passada tecnologia de projeto. Quando se fala em passar tecnologia, significa que nos ensinaram a fazer como eles fazem, o que não é o mesmo que nos ensinar os métodos que melhor se adaptem a nossa cultura ou o método que seria melhor para nós. Aprendemos, fizemos modificações e construímos no Brasil, fazendo algumas alterações nos métodos que nos ensinaram. Isso tudo já foi postado, mas para projetar um novo navio,… Read more »
Esqueci de dizer que novas maneiras de se resolver os mesmos problemas só acrescenta conhecimento
O Scorpene será construído no AMRJ? Nós já não temos tecnologia para construirmos um Tikuna NG? Eles não podem ser construídos em paralelo? Se os Scorpene são parte do preço do SubNuc, até que não está caro, uma vez que ganharemos de “brinde” 4 subs. Concordo com o Hornet: o SubNuc nos dará um status de potência tecnológica. Os países desenvolvidos passarão a nos olhar com mais respeito. E eles prestarão mais atenção ao que falarmos. E dinheiro não falta. O que falta é honestidade. Quase ninguém mais lembra da CPI do Banestado (de vez em quando o Boris Casoy… Read more »
Amigos Arcanjo e Castor, concordo com ambos. Em primeiro lugar, sempre penso em tecnologia como desenvolvimento de uma outra, anterior (minha área não são navios, mas trabalho com coisas próximas a desenvolvimento tecnológico na Universidade). Um exemplo de minha área: televisão é o rádio e o cinema no mesmo veículo; o PC é a TV, o rádio e o cinema no mesmo veículo e assim por diante. Creio que foi isso que vc quis dizer, estou certo Castor? Se entendi direito, concordo e continuo achando uma “roubada” se desfazer do projeto dos Tupis/Tikunas. No meu modo de ver, embora sendo… Read more »
O que eu quis dizer mesmo, já que você é da área acadêmica, é que a escola dos alemães nós já freqüentamos e fomos aprovados. O que precisamos é de banco de dados para submarinos do tamanho do nuclear, se isso vier com um curso em outra escola, com outro método, só reforça nosso conhecimento.
Castor, não fomos aprovados. Não conseguimos tocar pra frente, nem o SNAC-1, nem o SMB-10.
Castor, Acho que agora entendi melhor. Sem dúvida, concordo que uma mudança de escola de vez em quando faz bem, especialmente neste caso. Vejo assim também, como uma etapa a mais na nossa autonomia no que se refere a submarinos. No entanto, vc veria com maus olhos a possibilidade de fazermos o sub nuc com os frances e continuarmos a desenvolver em paralelo os subs com os alemães? Vc veria isso como uma possibilidade sensata, ou só perda de tempo e de dinheiro? Nem pergunto isso em termos de defesa, ma sem termos de ciência e tecnologia. São perguntas mesmo,… Read more »
Hornet Você poderia esclarecer uma dúvida técnica quanto aos meios disponíveis da MB? As tais pranchas são short ou longbord? E é verdade que a MB vai contratar o Kelly Slater para prestar consultoria no uso otimizado das pranchas? Brincadeira à parte, você falou em planejamento estratégico e daí eu lembrei de um curso que fiz durante a faculdade (Adm. Emp.) ministrado por um professor dos EUA. Era sobre marketing, mas no currículo daquele profissional, entre outras coisas, constava “consultor da Guarda Costeira”. Aqui a MB não pode nem fazer planejamento estratégico, uma vez que vivemos um período de fartura… Read more »
caro João-Curitiba, pois não: as pranchas são short (longboards encarecem a manutenção), mas há sérios comentários no meio naval que o Kelly Slater será contratado em breve, assim que sair o PND….hehehe A falta de verbas, caro amigo, acho que é resultado de um monte de coisa…como governar é colocar prioridades, e a defesa nunca foi prioridade, por uma série de fatores, então a coisa vai em banho maria mesmo… Não sei se vc viu uma entrevista do Jobim, há uns meses atrás (no Jornal da Cultura), em que ele dizia mais ou menos o seguinte: “Perguntei a equipe econômica… Read more »
Senhores, nesse ponto do debate, entre ter fugido da escola alemã, e ter nos matriculado na escola francesa, eu, mais uma vez, cito o exemplo coreano. Eu diria o seguinte, como vimos no post dos subs coreanos mais abaixo, a Coréia formou uma massa crítica de 130 engenheiros e sabe-se lá mais quantos técnicos, todos envolvidos na construção dos subs de tecnologia alemã, e agora envolvidos no desenvolvimento do seu próprio sub, só que, o fato de desenvolverem um projeto nacional tem a grande vantagem de poder flexibilizá-lo, o uso do sistema russo de AIP é a maior prova disso,… Read more »
Já que estamos falando de Planejamento Estratégico, temos de ver a situação atual e aonde queremos chegar. Depois, precisamos potencializar nossos pontos positivos e minimizar nossos pontos negativos. Aonde queremos chegar os ministros Mangabeira e Jobim já falaram. Como estamos, dispensa comentários. O que temos de positivo é a criatividade e a genialidade dos nossos profissionais. De negativo, as aposentadorias e pensões das FAs matam o orçamento de defesa. Acredito que uma solução para a crônica falta de verbas passa pela questão das pensões. Alguém teria uma sugestão de como poderia ser atacado este problema? Sei que fui simplista, mas… Read more »
Temos um outro problema: descontinuidade dos projetos… Fiz uma rápida pesquisa na Internet pra saber o que poderíamos aproveitar da experiência com os alemães na construção de novos submarinos…e sabe o que eu achei? vejam vcs mesmos: “Consta que já nos falta, hoje, as mesmas condições de construção dos “Tupi/Tikuna”, por força da evasão de recursos humanos especializados, decorrente do esgarçamento do programa de construção de submarinos ( adiamento do início da construção do “Tikuna”; falta de dinheiro orçamentário para a sua construção, que levou 11 anos; cancelamento da construção do irmão “Tapuia”; e falta de perspectiva de novas construções);… Read more »
Tudo bem que submarinos e aviões são coisas totalmente diferentes, mas não conseguimos o mesmo sucesso na parceria Brasil/Alemanha, no caso dos Subs, quanto obtivemos na parceria Brasil/Itália, no caso do AMX, que teve uma certa continuidade de desenvolvimento nos jatos comerciais da empresa, no Super Tucano, nos R-99 e por aí vai…será que não está faltando uma “Embraer naval” pra gerenciar essas coisas todas, no caso da Marinha? Nem sei como poderia ser uma coisa dessas, uma empresa naval de construção militar e civil, mas enfim, fica aqui a pergunta/sugestão/devaneio…
abraços
Hornet Como o AMRJ é da administração direta da MB, é o caso de criar um estaleiro de economia mista, a Navbrás ou a Embranav, incorporando a Emgeprom. Daí ela poderia seguir os mesmos passos da Embraer. E daqui a uns 20 anos ela poderia ser privatizada. E o primeiro barco de navagação fluvial teria alavancado os modernos transatlânticos que seriam o maior sucesso de vendas. Claro que também seria elogiado o acordo com a Itália para a construção dos primeiros navios patrulha costeira, que deram o know how suficiente para a nova linha de transatlânticos. Você falou em devaneio.… Read more »
João-Curitiba,
é, eu sei que foi devaneio…hehehe
mas enfim…
abraços
Hornet
Você acredita em reencarnação ?
Parece ser a única solução para o karma de ser brasileiro …
Sds
Iuri
Caro Hornet, importantíssima (ou ao menos muito relevante) a questão levantada no seu último post. Não sei se estou correto mas parece-me que a Embraer somente “decolou” à altura que “voa” hoje, depois de privatizada.
Creio plenamente que nossos projetos, sejam eles navais, terrestres ou aéreos, somente teriam solução de continuidade se houvesse um maior envolvimento com nossas indústrias. O primeiro problema a ser enfrentado é a má gestão daqueles que são responsáveis pela condução de tais áreas; algo que pode ser observado na história da Embraer. Quem sabe se a MB alocasse profissionais de mercado para tal…
Abraços
Hornet
Acho que a Embraer também começou com um devaneio. Esta crise mundial está mostrando que as vezes o Estado precisa tomar a frente da situação. Deixar tudo ao Deus dará não funciona sempre. Por que não uma empresa de economia mista para o setor naval? Se um presidente da República quiser, ela sai.
Iuri,
hehehe…é como disse o caipira: acreditar em fantasmas, eu num acredito não, mas que eles existe, ô se existe…
No caso das nossas FAs seriam mais ou menos isso só que ao contrário: acreditar eu acredito, mas que elas num existe, num existe…rs.rs.rs.
tamo por aí…
abraços
Que nada gente, deixa aparecer mais petróleo no pré-sal que vcs verão as verbas aparecerem …
direto pro bolso dos políticos !!!rs
É, por falar nisso o PND já tá virando fantasma… mas eu acredito!!!
Pessoal, empresas de capital público/privado é um caminho que vem se mostrando eficaz no Brasil, vide a Petrobrás e a própria Embraer. Curioso, a Petrobrás acabou de construir a P-53 e demorou muito menos tempo pra fazer aquele “trambolho” gigantesco do que demoramos para fazer o “Tikuninha”…e por que isso? Porque o “trambolhão” vai dar lucro, explorando petróleo. Já o Tikuna…deixa pra lá… Mesma coisa em relação ao AMX…a Embraer só decolou mesmo, depois que se tornou uma empresa de capital misto, e assim pode desenvolver seus jatos, colocá-los no mercado, e ao mesmo tempo equipar a FAB com novos… Read more »
Hornet, desculpe a demora em postar, mas só uma observação no seu post que você diz que a Alemanha não pode construir Sub Nuclear. Ela realmente não pode obter armamento nuclear, mas nada a impede de desenvolver a tecnologia nuclear, só como exemplo está nossas Usinas Nucleares e o Navio Mercante Nuclear Otto “alguma coisa” que eles nos ofereceram no final da década de 70, início da 80 conforme postado no Blog anteriormente. Sendo assim eles possuim tecnologia suficiente para colocar um reator nuclear em um Navio, para os alemães não deve ser problema algum colocá-lo em um Sub (digo… Read more »
amigo Corsario, bem lembrado. Mas até onde eu sei, a Alemanha pode produzir energia nuclear para fins pacíficos, como é o caso de usinas nucleares para gerar energia elétrica, só não pode usar a energia nuclear para fins militares. Então, os alemães faz tempo que dominam a energia nuclear (aliás, foram os primeiros do mundo a fazerem isso, foram alemães os primeiros cientistas que dominaram o núcleo do átomo). Só não sei se isso basta para se construir um Sub Nuclear… Veja o exemplo do próprio Brasil, além de termos e operarmos as usinas de Angra, ainda estamos desenvolvendo as… Read more »