China dá sinais de que vai mesmo construir navio-aeródromo

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“O mundo não deveria ficar surpreso se a China construir um porta-aviões, mas Pequim só vai usar o navio para defesa do seu território”, disse um alto funcionário do Ministério da Defesa Nacional chinês, ao Financial Times.

Os comentários do Major General Qian Lihua, diretor do ministério dos Negócios Estrangeiros, vieram aquecer mais ainda as especulações na China e no exterior, sobre o cada vez mais potente braço naval do Exército Popular de Libertação (PLAN), que agora tomou a decisão de desenvolver e construir seu primeiro navio-aeródromo. Tradicionalmente, esse tipo de navio iria acompanhar e proteger uma força-tarefa com outros navio de guerra.

O Pentágono afirmou, este ano, que a China está ativamente engajada nas pesquisas sobre navios-aeródromos e seria capaz de iniciar a construção de um até ao final desta década, enquanto o Jane’s Defense Weekly relatou no mês passado que a PLAN iniciou a formação de 50 alunos para se tornarem pilotos navais capazes de operar aeronaves de asa fixa, a partir de um navio.

“A marinha de qualquer grande potência… tem o sonho de ter um ou mais porta-aviões”, disse ele na entrevista, que foi o primeira organizada pelo ministério da defesa em suas próprias premissas. “A questão não é se você tem um porta-aviões, mas o que você vai fazer com seu porta-aviões.”

Embora ele não tenha mencionado os EUA, o Maj Gen Qian contrastou nitidamente a função de um possível navio-aeródromo chinês com a forma como a Marinha dos EUA usa seus 11 navios-aeródromos. “Marinhas das grandes potências, com mais de 10 grupos de batalha de navios-aeródromos com objetivos militares estratégicos, têm um objetivo diferente de países com apenas um ou dois navios-aeródromos usados para defesa terrestre”, disse ele. “Mesmo que um dia tenhamos um porta-aviões, ao contrário de um outro país, não iremos utilizá-lo para emprego global ou alcance global.”

É pouco provável que essa promessa irá tranquilizar aqueles que na região estão preocupados com o surgimento da PLAN como uma força naval de águas azuis. Um efetivo navio-aeródromo chinês poderia provocar sérias implicações em qualquer conflito que envolva Taiwan, mediante o reforço da capacidade do continente para combater a força aérea da ilha e o controle das suas rotas marítimas.

Pequim reclama a soberania sobre Taiwan e ameaça com uma ação militar contra a ilha se ela tentar ainda formalizar a sua atual independência de fato. O separatismo de Taiwan é “a maior ameaça” que a China enfrenta atualmente, disse o Maj Gen Qian.

O almirante Timothy Keating, chefe do Comando do Pacífico da US Navy, disse em Pequim no ano passado, que o desenvolvimento de um navio-aeródromo chinês não deve ser a causa de qualquer tensão desnecessária, e que os EUA estariam dispostos até a prestar algum auxílio.

NOTA DO BLOG: Nas fotos, o ex-Varyag, navio-aeródromo russo da mesma classe do Admiral Kuznetsov, que foi comprado incompleto pela China. Não se sabe ainda se a reforma que está sendo feita no navio visa colocá-lo em operação ou é apenas para familiarização dos engenheiros e técnicos chineses. Há quem diga que o ex-Varyag será usado para o treinamento dos primeiros pilotos navais chineses, já que seu convés de vôo recebeu pintura anti-derrapante.

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