Inédito: a proposta alemã para o Novo Programa de Submarinos do Brasil
Depois de 25 anos de cooperação com a MB na construção dos cinco submarinos da classe “Tupi” (IKL-209/1400), o Consórcio alemão HDW/Ferrostaal propôs em 2005, seu novo submarino classe 214 e uma ampla modernização dos cinco classe 209 existentes na MB, com um financiamento de longo prazo cobrindo também os custos locais para infraestrutura e construção.
A MB e o Consórcio deram início às discussões do contrato de construção do novo submarino (Contrato A) e do contrato de modernização (Contrato B), assim como do contrato de Offset. O Offset continha abrangente transferência de tecnologia de projeto e construção da nova classe 214, treinamento “on the job” na HDW, na Alemanha, equipamentos de oficina especializada para o Centro de Armamento da Marinha, fabricação local das baterias da classe 214 e uma Licença para o AMRJ, para reparar e reformar submarinos HDW pertencentes às Marinhas sul-americanas.
O financiamento cobria também todos os custos de expansão da infraestrutura local bem como os custos locais de construção.
Especificações, contratos e financiamento foram discutidos durante aproximadamente 6 meses. O trabalho foi finalizado por uma delegação em visita à HDW na Alemanha e ao submarino da nova classe 214 durante seus testes na Noruega.
A MB concluiu a análise dos contratos de construção, modernização, Offset e financiamento, e remeteu o projeto ao Almirantado em Brasília.
Durante o ano de 2005, os acionistas da HDW e da Ferrostaal decidem formar uma empresa conjunta — Marine Force International LLP, Londres-(MFI). O Consórcio original HDW/Ferrostaal é substituído pelo Consórcio HDW/MFI.
2006
A MB solicita à COFIEX a aprovação do novo programa de submarinos. O projeto é analisado pelas equipes dos Ministérios de Planejamento e Fazenda, e diversas condições são revistas para adaptarem-se aos requisitos do Governo Brasileiro.
Todos os acordos são incorporados nos textos contratuais e todos os contratos são rubricados.
Em 4 de setembro de 2005 a COFIEX aprova o novo programa de submarinos.
2007
A MB decide contratar a modernização do sistema de combate dos cinco submarinos da classe 209 com a US Navy, sob o programa FMS.
A MB solicita ao Consórcio a revisão completa do projeto e a oferta de quatro (4) submarinos novos.
O Consórcio apresenta uma proposta onde a aprovação já existente da COFIEX cobre projeto e pacotes de materiais para a construção no Brasil de dois (2) novos submarinos da classe 214, inclusive a expansão da infraestrutura local e os custos locais de construção, além de uma abrangente transferência de tecnologia para a elaboração do projeto de um submarino próprio brasileiro e a transferência de tecnologia para elaboração do projeto, construção e manutenção de sensores submarinos e sistemas de combate. Também são apresentados os preços indicativos dos demais dois submarinos.
A MB envia uma delegação para visitar o Comando da Força de Submarinos da República da Coréia e discutir o desempenho da nova classe 214, onde o primeiro da série de 3 submarinos já tinha finalizado todos os testes de mar.
2008
O Consórcio procura apoio do Governo Alemão para uma proposta de transferência de tecnologia adequada para elaboração do projeto, no Brasil, de um submarino convencional de grande porte, para futuramente provê-lo de um sistema de propulsão nuclear com meios próprios brasileiros.