100 anos de submarinos alemães – parte 1
Os submarinos desempenharam papel relevante em ambas as guerras mundiais. Se a Marinha Alemã, no princípio da 1ª Guerra Mundial, tivesse conseguido convencer o alto comando da importância que teria a interrupção das linhas de suprimentos dos aliados, a História poderia ter tido seu curso alterado. Embora começando com muito atraso em relação às outras marinhas, os submarinos alemães conseguiram afundar um grande número de navios. O submarino da foto acima é o “U1”, o primeiro submarino da Marinha Alemã, que entrou em serviço em 14 de dezembro de 1906. Ele tinha 42,2m de comprimento, 283 toneladas de deslocamento, 2 motores de 200 hp, fazia 10,8 nós na superfície e 8,7 nós submerso. Tinha tripulação de 12 homens e era armado com um tubo de torpedo, com 3 torpedos a bordo.
Na 2ª Guerra Mundial, somente por um enorme esforço de luta anti-submarino é que os comboios aliados conseguiram passar pelas “matilhas” de U-boats. No final da guerra, os alemães apresentaram alguns projetos de submarinos excepcionais que, para sorte dos Aliados, não se tornaram operacionais em números significativos.
Um desses projetos era o submarino Tipo XXI (foto acima), que surgiu em 1944 e apresentava inovações revolucionárias. Diferentemente dos outros modelos da época, o Tipo XXI possuía um casco “liso”, no qual todas as principais saliências (canhões, mastros, balaustradas) foram eliminadas ou, como no caso da “vela”, receberam forma hidrodinâmica. Essas medidas somadas a baterias mais poderosas, aumentaram sensivelmente a velocidade e a autonomia em imersão. A construção do XXI inaugurou a era modular, feita em seções (foto abaixo), para aumentar a velocidade de produção dos submarinos.
Um outro melhoramento usado no Tipo XXI era o snorkel (do alemão schnorkel), dispositivo inventado pelos holandeses e aperfeiçoado pelos alemães, que permitia o funcionamento dos motores diesel mesmo sob a água. O snorkel consistia num tubo de admissão de ar para os motores e para a ventilação, e outro para a exaustão dos gases. Esses tubos eram içados na profundidade de periscópio e proporcionavam maior discrição ao submarino, enquanto este recarregava as baterias e renovava o ar ambiente, sem precisar se expor na superfície por completo.
O projeto do Tipo XXI foi a base para a maioria dos submarinos do pós-guerra, tanto no Ocidente como no Oriente, como as classes soviéticas “Zulu” e “Whiskey”, a classe francesa “Narval” e as conversões americanas “Guppy” e o primeiro submarino nuclear do mundo, o USS Nautilus.
Nas fotos abaixo, feitas pelo Poder Naval Online no Memorial Naval em Laboe, Alemanha, as maquetes mostram a evolução dos três principais submarinos alemães até 1945. O modelo do meio, Tipo VII, foi o “cavalo de batalha” do Atlântico, do qual foram construídas mais de 700 unidades, fato que o tornou o mais produzido submarino da História.