100 anos de submarinos alemães – parte 4
Os TR 1700 da Armada Argentina
Dos três submarinos atualmente em operação na ARA, dois são da classe “Santa Cruz”. Em novembro de 1977, a Argentina contratou a Thyssen Nordseewerke para a construção de dois submarinos tipo TR 1700 na Alemanha Ocidental e o fornecimento de peças e supervisão da construção de mais quatro unidades na Argentina, nos Astilleros Domecq Garcia, em Buenos Aires.
Os submarinos construídos na Argentina deveriam ser dois submarinos TR 1700 e dois menores, TR 1400. Em 1982, contudo, detalhes do contrato foram alterados para um lote de seis submarinos TR 1700.
Os dois submarinos construídos na Alemanha Ocidental foram o Santa Cruz e o San Juan, que tiveram sua construção iniciada em dezembro de 1980 e março de 1982, lançados em setembro de 1982 e junho de 1983, e incorporados em outubro de 1984 e novembro de 1985, respectivamente. Por questões econômicas, os quatro submarinos que seriam construídos na Argentina não ficaram prontos. Em 1996, os dois submarinos Santa Fé e Santiago del Estero, que estavam 52 e 30 por cento completos, respectivamente, tiveram sua construção interrompida.
Em fevereiro do mesmo ano, o estaleiro foi vendido, e as duas unidades incompletas foram canibalizadas para a manutenção dos dois submarinos construídos na Alemanha. A mesma sorte tiveram os equipamentos entregues pela Alemanha Ocidental para os dois últimos submarinos.
A classe TR 1700 foi feita para superar a IKL209 e era muito avançada para a sua época, com grande velocidade subaquática, uma considerável capacidade de operacional de mergulho e uma autonomia de 70 dias. Um sistema automático de recarga de torpedos leva apenas 50 segundos para rearmar um tubo. Os submarinos também têm espaço de sobra para transportar e desembarcar commandos para operações especiais.
Tanto o Santa Cruz quanto o San Juan são baseados em Mar del Plata. Entre setembro de 1999 e 2001, o Santa Cruz recebeu uma atualização de meia vida no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) e uma atualização semelhante está prevista para o San Juan em Puerto Belgrano, na Argentina, quando a economia argentina permitir. A atualização envolverá, entre outras coisas, a substituição dos motores principais do submarino e a atualização do sistema de sonar ativo e passivo.
Os torpedos que equipam os TR 1700 são os SST-4 alemães e os velhos Mk.37 americanos. O sistema de comando e controle é o holandês Signaal Sinbads, que pode acompanhar até 5 alvos e controlar 3 torpedos simultâneamente.
Os TR 1700 têm raio de ação de 12.000 milhas a 8 nós na superfície, e 460 milhas a 6 nós, sem usar o snorkel.