CM afirma que número de embarcações é insuficiente

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O comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, admitiu hoje (19) que o número de embarcações de que a Força dispõe é insuficiente para o cumprimento da missão de patrulhar e defender o extenso litoral brasileiro e as vias fluviais do país.

“Dispomos de mais de 100 embarcações e o número das disponíveis [em plenas condições de uso] não é o mais importante, mas sim que a quantidade [total] é insuficiente para cumprirmos nossa missão”, afirmou o almirante, ao deixar o prédio do Ministério da Defesa, onde acertou detalhes para a assinatura do contrato, na semana que vem,com o governo francês, permitindo que o Brasil construa quatro submarinos convencionais, além do casco de primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

Moura Neto elogiou o Plano Estratégico de Defesa Nacional, assinado ontem (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o comandante, a formulação de uma estratégia nacional para o setor possibilitará que a Marinha e as demais Forças recebam os recursos de que necessitam.

“A estratégia vai organizar a Defesa e as Forças Armadas. Com isso, vamos receber os meios necessários para cumprirmos nossa missão”, afirmou Moura Neto. “O programa de reaparelhamento da Marinha, que está condicionado à aprovação da estratégia nacional, é que fará com que tenhamos esse meio”, completou.

O comandante defendeu as mudanças sugeridas pelo Plano Estratégico, como o reposicionamento das tropas ao longo do território nacional, com a ampliação da presença de unidades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nas fronteiras e ênfase na vigilância dos rios Amazonas e Paraguai-Paraná.

“O plano estratégico da Marinha já frisava que tínhamos necessidade de tomar conta não apenas da foz do Rio Amazonas, mas também de suas vias e das do Rio Paraguai-Paraná. Agora vamos ter os meios necessários para isso”, disse Moura Neto, voltando a demonstrar seu otimismo com o plano estratégico.

A estratégia nacional de Defesa estabelece que a Marinha deve iniciar os estudos e preparativos para estabelecer uma base naval de uso múltiplo o mais próximo possível da foz do Rio Amazonas. Determina também que duas áreas litorâneas continuarão a merecer atenção especial no que diz respeito à necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai de Santos (SP) a Vitória (PR) – onde foram identificados os campos petrolíferos submarinos do Pré-Sal – e a área em torno da foz do rio Amazonas. “Ainda não há uma decisão final sobre a instalação da nova base. Isso continua em estudo”, destacou Moura Neto.

O plano estratégico também prevê que a Marinha contará com submarinos convencionais e de propulsão nuclear, armados com mísseis; um corpo de fuzileiros navais permanentemente prontos para entrar em ação e defender instalações navais e portuárias, arquipélagos e ilhas oceânicas; navios de grande porte capazes de operar e de permanecer por longo tempo em alto-mar e embarcações de combate, transporte e patrulha oceânica, litorânea e fluvial.

Além do contrato assinado entre os governos brasileiro e francês para construção de submarinos convencionais e nuclear, um contrato de transferência de tecnologia permitirá à Helibrás construir, em Itajubá (MG), 50 helicópteros de transporte, modelo EC-725, que serão adquiridos pelo Ministério da Defesa e distribuídos às três Forças. Segundo Moura Neto, a Marinha deverá receber 16 A Helibrás é controlada pela francesa Eurocopter, em sociedade com o governo de Minas Gerais. O valor do negócio ainda não foi divulgado.

A presença da Marinha nas bacias fluviais deverá ser facilitada pela inauguração de um modelo multimodal de transporte, contemplando a construção das Hidrovias do Paraná-Tietê, do Madeira, do Tocantins-Araguaia e do Tapajós-Teles Pires. Por orientação do plano, “as barragens serão, quando possível, providas de eclusas, de modo a assegurar franca navegabilidade às hidrovias”.

Fonte: Pantanal News

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