Rubis/Améthyste: as pedras preciosas francesas
A “Rubis” é a classe de submarinos nucleares de ataque de primeira geração da Marine Nationale. Eles são os mais compactos submarinos nucleares de ataque do mundo. Todos os submarinos da classe (exceto o Casabianca), têm nomes de pedras preciosas: Rubis (S601), comissionado em 1983, Saphir (S602) em 1984, Casabianca (S603) em 1987, Emeraude (S604) em 1988, Amethyste (S605) em 1992 e Perle (S606), em 1993.
Embora a “Rubis” pertença à mesma geração dos submarinos nucleares de mísseis balísticos (SSBN) da classe “Le Redoutable”, devido à insistência do presidente Charles De Gaulle em adquirir uma capacidade de dissuasão nuclear para a França, o programa de SSNs só foi iniciado em 1974, após a conclusão do programa dos SSBN, ao contrário do que ocorreu nos EUA e Rússia. O primeiro submarino da classe “Rubis” teve sua quilha batida em dezembro de 1976, foi lançado em 1979 e entrou em serviço em 1983.
O programa Améthyste
A concepção inicial dos “Rubis” provou ser problemática, com elevados níveis de ruído. Este fato levou mais tarde ao Programa Améthyste (AMÉlioration Tactique HYdrodynamique Silence Transmission Ecoute), que foi aplicado inicialmente ao quinto (S605 Améthyste) e sexto (S606 Perle) cascos. O Améthyste e o Perle tinham 73,6 metros de comprimento, em comparação com os 72 metros do Rubis, com a proa e o casco redesenhados, melhorando o fluxo hidrodinâmico e garantindo uma performance mais silenciosa. Houve também o upgrade do sonar e dos sistemas eletrônicos. Com os upgrades testados e provados, os 4 submarinos do primeiro lote foram reconstruídos com os mesmos padrões do Programa Améthyste, entre 1989 e 1995.
Dois submarinos adicionais, o Turquoise (S607) e o Diamant (S608), tiveram sua construção interrompida em 1992.
O Turquoise estava 65% completo e o Diamant, 17% e foi desmantelado. O Turquoise foi oferecido para venda a outras marinhas, equipado com propulsão diesel-elétrica. Mas com a comercialização do Agosta 90B e do Scorpène, o Turquoise também acabou desmantelado.
Características e armamento
Os “Rubis/Améthyste” são construídos em aço 80 HLES de alta elasticidade, sendo que o domo de sonar da proa e a “vela” são feitos de material composto. O sistema de controle de armas é o DLA 2B e DLA 3. O sistema tático de dados é o (SAT – Systeme d’Armes Tactique).
O submarino tem capacidade para transportar 14 mísseis antinavio Exocet SM39 e torpedos. Os quatro tubos de torpedo de 533 milímetros estão equipados com um sistema pneumático para descarregar os tubos de torpedos.
Contra alvos submarinos, eles levam os torpedos ECAN L5 Mod 3 equipados com sonar ativo/passivo, com alcande de 9,5km. A velocidade é de 35 nós e a cabeça de combate tem 150 kg, contra alvos a até 550m de profundidade . Contra navios, são usados preferencialmente os torpedos ECAN F17 Mod 2 são guiados a fio, com sonar ativo/passivo e alcance de até 20km. Tem ogiva de 250 kg e profundidade máxima de engajamento de 600m. Os mísseis SM39 Exocet têm alcance de 50 km.
Em operação
Os submarinos têm duas tripulações, “Azul” e “Vermelha”, que se revezam a cada três meses no controle dos navios.
Em operação, houve dois acidentes graves: em 20 de agosto de 1993, o submarino Rubis (S601) colidiu com o petroleiro Lyria. Em 30 de março de 1994, o Émeraude (S604) teve um vazamento de vapor, com 10 tripulantes mortos.
O desempenho da classe têm sido eleogiado: em operações com a OTAN em 1998, o Casabianca conseguiu “afundar” o NAe americano USS Eisenhower e sua escolta, um cruzador da classe “Ticonderoga”.
Esses submarinos serão substituídos pela classe “Barracuda”, de segunda geração.
Clique no desenho abaixo, para conhecer o interior do “Rubis/Améthyste” em resolução maior:
FICHA TÉCNICA DO RUBIS/AMÉTHYSTE:
Deslocamento: 2.400t (na superfície); 2.600t (submerso)
Comprimento: 73,6 m; Boca: 7,6 m; Calado: 6,4m
Propulsão: um reator de água pressurizada (PWR) K48 (48MW); 2 turbo-alternadores; 1 motor elétrico (7 MW); um hélice; um diesel-alternador SEMT Pielstick e Jeumont Schneider 8 PA4 V 185 SM, de 5 MW, para emergências.
Velocidade: mais de 25 nós (46 km/h)
Alcance: Virtualmente ilimitado
Tripulação: 70 homens
Se essa informação qnto ao diâmetro do casco é filedigna, fizemos um tremendo de um mau negócio.
E baseado no artigo referente á classe “Rubís”, poir ainda.
Amarramos o nosso barco em uns caras que são verdadeiras as topeiras no design de submarino nuclear.
Salvo alguma ingerencia politica americana, deveriamos haver atravessado o canal e procurado os ingleses p/ a parceria do submarino nuclear.
Que ao contrário das duvidosas jóias francesas, tem realmente tecnologia e design p/ mostrar.
Correção:
“E baseado no artigo referente á classe “Rubís”, poir ainda.”
Aonde se lê “poir” leia-se “pior”.
Renè, o que adianta meia dúzia de Tomahawks ou algo equivalente? E pra atirar em quem? O nosso submarino será essencialmente um submarino de ataque típico, com função precípua de negar o uso do mar a navios e submarinos indesejáveis. No máximo, além dos mísseis antinavios e torpedos, vai lançar minas e infiltrar comandos. Os EUA levaram mais de trinta anos para armarem seu SSNs com mísseis de cruzeiro, mesmo porque eles usam seus submarinos com doutrina totalmente diferente da que deve ser a nossa. Nós não precisamos nem agora e nem num futuro imediato de tais armas estratégicas. Um… Read more »
Como que é? Não faz parte do projeto disparar misseis de cruzeiro? Arma que até a Espanha agora tem? Que tdas as marinhas dignas de nota possuem??? Aí sim é pra chorar…missil anti navio, torpedo,pr’a que? Afunda 5 Nae e eles controem 30 como na II WW…
Leiam com atenção e o link está aqui:
https://www.mar.mil.br/menu_v/ccsm/imprensa/submarinoEscorpene.htm
Guilherme Poggio, enquanto ninguém te responde com mais propriedade, vamos lá! Provavelmente nosso futuro submarino será capaz de lançar além de torpedos mísseis anti-navios, mas o fará através dos tubos de torpedo. Não deverá ter tubos verticais já que os mesmo são usados para lançamento de mísseis de cruzeiro contra alvos em terra (embora estes possam ser lançados também de tubos de torpedos), e parece os mesmos não constam no projeto e nem na doutrina de utilização do nosso primeiro submarino nuclear. Para que mísseis sejam lançados dos tubos de torpedos todos eles ou alguns deles devem ser compatíveis com… Read more »
Valeu pela matéria Alexandre!
Eu que acompanho o blog diariamente estou vendo que ele está cada vez melhor!!!
Inês tá morta! Não adianta chorar pitangas! Temos agora que valorizar a escolha da MB e fazer que nem Pollyana: enxergar os pontos fortes e diminuir os pontos fracos! Bem vindo Scorpène ou outro nome que derem à classe!
INÊS ESTÁ REALMENTE MORTA! É O CASO DE CHORAR AINDA MAIS! Temos agora de acompanhar onde está sendo colocado nosso chorado dinheiro. Descobrir os pontos fortes e criticar, reclamar e pedir providências contra os sabidos e mundialmente conhecidos pontos fracos.
Parabéns ao eficiente LOBBY francês pois, como todo mundo sabe, submarino francês perde TODAS as concorrências do mundo e só vende quando o processo decisório é POLÍTICO.
Dessa maneira, talvez os outros fornecedores aprendam que não adianta fazer o melhor equipamento, pois em vários países o LOBBY e a política é que valem.
C’est la vie …
direto do fundo do mar, muito bom este link, e p/ mim está nas entrelinhas a resposta daqueles questionamentos : – Será Scorpene ou Marlin ? – E as questões judiciais advindas do divórcio c/ os espanhois no projeto Scorpene ? Vejam : “Os submarinos serão construídos no Brasil. Nesse caso, o modelo do submarino Classe Scorpène será adaptado por nossos Engenheiros Navais. O índice de nacionalização será bastante elevado, havendo em cada um mais de 36.000 itens, produzidos por mais de 30 empresas brasileiras.“ Vão dizer que este é um projeto novo franco-brasileiro corroborado pelas partes feitas aqui e… Read more »
EM TEMPO:
Galante, “pedras preciosas”????
É brincadeira …
Caramba, Leo. Parece que o “Barracuda” terá 8,8m de boca. Era a mesma boca do SNAC-I.
Putz.
Excelente matéria.
Da pra enriquecer o conhecimento.
Mas o negócio parece que é muito diferente do que a imprensa tem divulgado. O Brasil vai adquirir ferramentas para projetar o seu submarino, banco de dados e tecnologia de projetos da parte não nuclear. Não vai ser adquirido um projeto pronto.
Como diz o ditado: “Se só tem tu, vai tu mesmo”. Se a única opção para o submarino nuclear brasileiro é ser baseado no francês ótimo.
Depois de quase 20 anos hoje eu obtive uma resposta bastante precisa sobre o diâmetro do casco do futuro sub nuclear brasileiro. Vou escrever apenas o que é possível. No início do projeto da planta de propulsão ela deveria ser adptável ao IKL-2000 ou um sub nuclear equivalente ao Rubis. Mas como o reator brasileiro é do tipo loop – gerador de vapor segregado do reator – ao contrário do Rubis cujo gerador de vapor é integrado ao vaso de pressão do reator, formando uma estrutura única, logo se percebeu que seria impossível adaptar a planta a um diâmetro de… Read more »
F-15
Existe um artigo logo acima onde o CM afirma que o futuros submarinos brasileiros lançarão mísseis e torpedos. Com relação ao torpedo, o Brasil selecionou o modelo Mk 48 norte-americano como substituto dos Tigerfish.
Falando em submarinos, ja saiu uma maquete do sub nuclear brasileiro ne? qual vai ser o armamento? vai lançar so torpedos ou mísseis tb? E quanto aos torpedos, vamos compra torpedos de outra empresa ou produzir os nossos? já que vai leva varios anos ainda pra fica pronto nao seria uma boa ideia desenvolver torpedos tb?
Parabéns ao Blog, estão dando uma varredura geral
Forte abraço
[…] alternativa seria outro casco mais largo, como o do “Turquoise” (um Rubis/Amethyste com propulsão convencional) ou a Marinha entrando de sócia no novo SSN classe […]
[…] ministro francês de Defesa, Hervé Morin, disse nesta sexta-feira, 5, que a França enviará um submarino nuclear à região do acidente para ajudar na detecção das caixas pretas do Airbus desaparecido. Morin […]
[…] hoje à área de buscas do AF 477 o submarino nuclear da classe “Rubis/Amethyste” Emeraude […]
Os alemães, americanos, franceses, italianos, japinhas e holandeses tb são feras em submarinos. Eu gosto dos submarinos americanos pelo fato de que tomam conta daqueles porta aviões imensos e cheios de armamentos sofisticadíssimos. E consequem essa guarda dando tranquilidade a frota e aos porta aviões. Agora imaginem o poder bélico de cada submarino desses.
Galera,
Leva a mal não, mas alguns esclarecimentos:
– os ingleses pediram a ajuda dos americanos para conseguirem resolver grandes problemas no projeto da próxima geração de submarinos nucleares
– os americanos não fazem parceria com mais ninguém nessa área
– para “afundar” Porta-aviões nuclear basta ser submarino. Em 2008 o Submarino “Timbira” fez isso lá nos EUA, enfrentando Ticonderogas, Arley Burkes, Oliver Hazard Perry, P3-C, SH-60 E SSN…
– se alguém tiver uma sugestão melhor e mais rápida para o nosso submarino nuclear, fala logo. Talvez ainda dê tempo
Abraços
[…] Rubis/Améthyste: as pedras preciosas francesas […]