Marinha dos EUA no Governo Obama: o que vai mudar?

0

americasdefensemeltdown

O CDI – The World Security Institute’s Center for Defense Information, é um grupo independente que provê análises de especialistas sobre os diversos componentes da segurança nacional dos EUA, segurança internacional e sobre a política de Defesa americana. O CDI promove uma ampla discussão e debate sobre questões de segurança, tais como armas nucleares, segurança no espaço, defesa contra mísseis, armas de pequeno calibre e transformação militar.
O instituto é um monitor independente do Pentágono e das Forças Armadas americanas, e tem como objetivo a  investigação e análise das despesas militares, das políticas e sistemas de armas. Ele é composto de altos funcionários aposentados do governo e ex-militares, bem como experientes analistas de defesa. O CDI é financiado exclusivamente por doações públicas e de fundações, não aceitando dinheiro do Pentágono ou da indústria militar. O instituto disponibiliza suas análises militares ao Congresso, à mídia e ao público, através de uma variedade de serviços e publicações, e também presta assistência ao governo federal e às Forças Armadas, se solicitado.
A publicação acima é uma proposta do CDI para a reforma das Forças Armadas dos EUA no Governo Obama. Para baixar o arquivo PDF, é só clicar na imagem acima ou aqui.
Eis um resumo das recomendações do CDI para a reforma da US Navy:
  • A principal deficiência da Marinha dos EUA é o seu corpo de oficiais dominado por técnicos, quadro que reforça a cultura de segunda geração da Marinha. A reforma requer a adoção da cultura de terceira geração, mandando os engenheiros de volta às praças de máquinas. A razão pela qual isto é problemático na Marinha é que a maneira de pensar do engenheiro é diferente da maneira de pensar militar-tática-estratégica – são modos opostos de pensamento. A guerra não é um problema de engenharia. O adversário são homens, não máquinas, e eles usam suas mentes para criar táticas assimétricas e surpresa, coisas que os oficiais atuais têm dificuldade em lidar. Para ganhar as guerras do futuro, as pessoas são mais importantes, as idéias vêm em segundo lugar e por último, o equipamento.
  • As guerras de quarta geração exigirão que a Marinha mude o foco Mahaniano de batalhas pelo controle do mar, para o controle de áreas costeiras. Ao contrário do que se pensa, a US Navy nunca esteve preparada para enfrentar a Marinha Soviética, pois o paradigma naval americano continua(va) sendo o porta-aviões, criado para enfrentar a Marinha Imperial Japonesa. Em caso de guerra com a Marinha Soviética durante a Guerra Fria, os porta-aviões americanos não durariam dois dias, segundo o almirante Hyman Rickover, pois seriam alvos prioritários dos submarinos lançadores de mísseis.
  • Os submarinos são os navios capitais de hoje e a US Navy deve manter-se dominante nessa área, inclusive explorando outros designs, como a volta dos submarinos convencionais para operações costeiras.
  • Os navios-aeródromos são “caixas grandes” úteis, mas eles precisam dissociar-se das clássicas alas aéreas embarcadas para transformarem-se em navios de emprego múltiplo, transportando tudo o que for necessário para crises específicas ou conflitos.
  • A Marinha deveria adquirir uma aeronave similar ao A-10 Thunderbolt II para ser realmente efetiva no apoio aéreo aproximado, já que o F/A-18 deixa muito a desejar nesse quesito.
  • Cruzadores, destróieres e fragatas são navios de guerra obsoletos e precisam ser desativados. Suas funções podem ser cumpridas por pequenos navios-aeródromos ou navios mercantes convertidos. “A melhor escolta para um navio-aeródromo é outro navio-aeródromo”.
  • A Marinha deveria formar uma flotilha de pequenos navios de guerra adequados para águas verdes e marrons, capazes de operar de forma autônoma em conflitos de quarta geração. O atual “Littoral Combat Ship” é aparentemente uma tentativa falha de design nesta direção.
Subscribe
Notify of
guest

0 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments