Produção de petróleo na “Amazônia Azul” aumentará 1/3 em 2009
Produção de gás será equivalente ao volume importado atualmente da Bolívia
A Petrobras e seus parceiros terão um acréscimo de aproximadamente 500 mil barris de óleo por dia e mais 19 milhões de metros cúbicos diários de gás natural em sua produção com a entrada em funcionamento de pelo menos oito novos sistemas operacionais localizados na Bacia de Campos, Santos e Espírito Santo ao longo de 2009. Para se ter uma ideia do montante, o volume de óleo representa pouco mais de um terço do total produzido no País, e um pouco mais do que o maior campo da Petrobras, de Marlim, produz hoje. Já em relação ao gás, o acréscimo equivale ao volume importado atualmente da Bolívia.
Mesmo considerando que nenhuma destas unidades vai atingir o pico de produção ainda este ano, técnicos do setor estimam que elas podem significar um mínimo de 200 mil barris diários em sua produção. Levando em conta o total de declínio de produção em campos maduros e o volume ainda a ser adicionado das plataformas que entraram em operação em 2008 e que ainda não atingiram seu pico, a quantidade de barris a mais deverá ser suficiente para que a estatal cumpra a meta de produzir 2,05 milhões de bpd.
O primeiro dos sistemas a entrar em operação, com início previsto para amanhã, será o reservatório de Jabuti, no campo de Marlim Leste. O FPSO Cidade de Niterói, que já está na área para iniciar a produção, tem capacidade para produzir 100 mil barris por dia e comprimir mais 3,5 milhões de metros cúbicos de gás natural.
Em seguida, deve entrar o FPSO Cidade de São Mateus, que está ancorado em Vitória aguardando autorização da Marinha para partir para a área de Camarupim – área operada pela Petrobras (75,7%) em parceria com a El Paso (24,3%), onde produzirá 35 mil barris de óleo por dia e mais 6 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. A previsão é de que a unidade tenha início de suas operações em abril.
Na mesma época deve começar a operar na mesma região o campo de Canapu, com capacidade de produzir no seu pico 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Sem uma plataforma própria, o campo terá sua produção escoada por meio da plataforma hoje instalada em Golfinho.
Mas um dos grandes destaques do primeiro semestre será o FPSO que acaba de deixar Cingapura, rumo ao Brasil para fazer o Teste de Longa Duração (TLD) em Tupi. O FPSO Cidade de São Vicente terá capacidade para produzir apenas 20 mil barris por dia, mas será fundamental para identificar os detalhes do pré-sal naquela região, como a vazão dos poços, por exemplo. Isso será determinante para que a estatal saiba quantos poços deverá perfurar em cada área para extrair o óleo do local e, assim, ter ideia do custo exato para a exploração de cada área. O Ibama concedeu esta semana a licença de operação para o TLD de Tupi e a previsão é de que a unidade comece a produzir entre o final de abril e início de maio.
Para o segundo semestre entra o maior sistema previsto para este ano, a plataforma P-51, a primeira inteiramente produzida no Brasil, e que terá capacidade para 180 mil barris por dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural. A unidade vai operar no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos.
Também para o segundo semestre entram dois projetos privados com participação da Petrobras. O primeiro deles, é o campo de Frade, operado pela Chevron (51%). O campo produzirá 85 mil barris de óleo por dia. Já a área do Parque das Conchas nas águas da Bacia de Campos, que é operada pela Shell, com 50% do controle acionário, com a participação da Petrobras (35%) e do grupo indiano ONGC (15%), produzirá 100 mil barris por dia, tornando-se o maior campo em produção no Brasil nas mãos de investidores privados.
FONTE: Agência Estado
NOTA do BLOG: aproveitando o tema da “Amazônia Azul”, vale a pena assistir a excelente entrevista do vice-almirante Armando Amorim Ferreira Vidigal, membro do Centro de Estudos de Política e Estratégia da Escola de Guerra Naval – CEPE/EGN, feita pelo Programa Debate Brasil, disponível no link logo abaixo.
O almirante Vidigal presta ótimos esclarecimentos sobre a importância da “Amazônia Azul” e seu significado estratégico para o Brasil no século XXI.
Vidigal discorre sobre o Direito do Mar, a recriação da 4a. Frota da US Navy, as futuras crises mundiais, energéticas e ambientais, que colocarão o Brasil em evidência e os Royalties do Petróleo, que por direito, pertencem à Marinha e que não estão sendo devidamente liberados, para resolver o problema do reequipamento dos meios navais brasileiros, tão necessários para a proteção desse nosso imenso patrimônio.
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