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Na segunda metade da década de noventa, a Marinha do Brasil buscava um substituto para o NAeL Minas Gerais e que pudesse operar de forma mais segura os recém adquiridos A-4KU Skyhawk II (Falcões). Para isso, foram analisadas duas propostas. Os estadunidenses ofereceram o CV 62 Independence (Classe “Forrestal”), por cerca de US$ 100 milhões (Alguns anos antes haviam oferecido o CV 59 Forrestal por US$ 70 milhões). Já os franceses ofereceram o PA Foch (R99, classe “Clemenceau”), por cerca de US$ 15 milhões.

Os elevados custos de operação e manutenção do navio-aeródromo estadunidense o tornavam proibitivo para a Marinha do Brasil. Por outro lado, o navio-aeródromo francês possuía custos de operação e manutenção mais compatíveis com nossa realidade orçamentária. Além disso, o Foch operou a maior parte de sua vida na Marine Nationale como porta-helicópteros de ASW, enquanto seu “irmão”, o Clemenceau, operava com aeronaves de asa fixa, o que sem dúvida, provocou um desgaste muito menor no Foch.

Assim, a Marinha do Brasil optou pelo navio francês e o “rebatizou” como  São Paulo (A12). Contudo, os constantes cortes nos orçamentos, fizeram com que a Marinha do Brasil não conseguisse realizar a manutenção adequada no navio, que sofreu uma rápida deterioração.
Com o incidente ocorrido em sua tubulação, foi necessária uma reforma no navio. Ocorre que, conforme a reforma ia sendo executada, novos problemas iam aparecendo, forçando a Marinha do Brasil a realizar novos reparos.

Sem muito alarde, a Marinha do Brasil aproveitou esse período para realizar uma grande manutenção e modernização do navio. Foram realizadas diversas reformas nas instalações e espaços habitáveis; o aparelho de parada foi totalmente revisado; a catapulta de proa foi revisada, enquanto a catapulta lateral foi recalibrada para poder lançar aeronaves de até 20 toneladas; diversos equipamentos do convôo foram modernizados; diversos sistemas eletrônicos foram atualizados e foi instalado o sistema tático SICONTA Mk 4 e, por fim, todo sistema de propulsão (maquinaria) foi revisado (Aguarda-se apenas que a última turbina, que ainda está em manutenção seja recolocada).
Ainda esse ano, quando voltar a navegar, o NAe São Paulo poderá novamente manter velocidades superiores a 30 nós e será um navio muito superior ao que foi recebido em Brest no ano de 2000.

No futuro, espera-se que o NAe São Paulo receba aeronaves para MASC (Maritime Airborne Surveillance and Control), COD (Carrier On-board Delivery) e AAR (Air-to-Air Refueling).

Recentemente, devido a concorrência do F-X2 da FAB e da intenção do Ministério da Defesa de utilizar caças idênticos, pertencentes a MB e a FAB, embarcados no futuro navio-aeródromo, franceses e estadunidenses ofereceram por preços bastante reduzidos caças Rafale e Hornet para a Marinha do Brasil, caso as suas propostas sejam as vencedoras do programa F-X2.

Os estadunidenses ofereceram primeiro os seus F ∕ A-18 Hornet. Contudo, as células dessas aeronaves que estão estocadas, encontram-se com muitas horas de vôo acumuladas não sendo interessante para a Marinha fazer uma modernização. Assim, uma contra-proposta poderia ser de células pertencentes a força aérea do Canadá.

Um representante da US Navy informou que poderiam ser caças Super Hornet Mk 1, que não foram atualizados para o padrão Mk2. Porém, para que essas aeronaves operassem no NAe São Paulo, seria necessário o reforço ou mesmo a substituição do aparelho de parada, e aumentar a pressão da catapulta de proa para atingir a capacidade de 50 mil libras. Mesmo assim, as aeronaves operariam com restrições de peso.

Por outro lado, os franceses oferecem os Rafales F1 que chegaram a operar no NAe São Paulo quando este ainda pertencia a Marine Nationale. Contudo, esses caças operariam com restrições de peso. Além disso, os franceses oferecem assistência técnica da Thales e da DCNS no projeto e construção do futuro navio-aeródromo da Marinha do Brasil.

Será muito difícil a Marinha do Brasil realizar modernizações tão dispendiosas para operar esses caças ainda no NAe São Paulo, tais aeronaves seriam mais adequadas ao futuro navio-aeródromo.

O NAe São Paulo terá sua vida útil estendida até 2025, quando deverá ser substituído por um novo navio-aeródromo.

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TEXTO: LM / FOTO do ALTO: Alexandre Galante/Poder Naval

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