Torpedos nas Marinhas da América Latina
A ilustração mostra os modelos de torpedos pesados (21 polegadas ou 533mm de diâmetro) usados nos submarinos das Marinhas da América Latina. O novo Blackshark está entrando em operação nos “Scorpène” da Marinha do Chile. O velho e problemático Tigerfish Mk.24, de fabricação britânica, foi usado nos IKL-209/1400 da Marinha do Brasil e deu lugar ao Mk.48 ADCAP, de procedência americana.
Os torpedos pesados são armas sofisticadas e caras, com tecnologias de propulsão e eletroacústica dominadas por poucos países. São normalmente guiados a fio na primeira fase da trajetória e depois acionam seu próprio sistema sonar passivo/ativo na fase final de ataque.
O domínio destas tecnologias deveria ser prioridade para a Marinha do Brasil, que preferiu investir na nacionalização das plataformas, ao invés das armas. Por isso, ainda vamos depender por muito tempo da importação de torpedos para os submarinos brasileiros.
Uma alternativa seria investir em pesquisa e desenvolvimento de um torpedo de tiro reto, dotado apenas de sistema de propulsão e cabeça de combate, para mais tarde, equipá-lo com uma cabeça eletroacústica desenvolvida no Brasil.
É bom lembrar que na Guerra das Malvinas, o submarino nuclear britânico HMS Conqueror, afundou o cruzador ARA General Belgrano com torpedos de tiro reto Mk.8, da Segunda Guerra Mundial, mesmo tendo a bordo os filoguiados Mk.24 Tigerfish, que eram considerados não-confiáveis já naquela época.
A China, por exemplo, conseguiu copiar o torpedo leve anti-submarino Mk.46 (arma padrão das marinhas ocidentais), num esforço de pesquisa de mais de 15 anos.