Os ‘navios russos’ da Argentina
Ainda sem o ARA Almirante Irízar, o Armada Argentina operou com navios afretados na campanha antártica deste verão
O Brasil possui uma estação polar antártica e esta demanda uma logística bastante complexa que envolve tanto navios da MB como aeronaves da FAB. Imagine um país que opera 13 bases naquele continente e atualmente não possui um único navio específico.
Este é o caso da Argentina. O país possui seis bases com atividade permanente (Orcadas, Marambio, Jubany, Esperanza, San Martín e Belgrano II) e sete temporárias (Brown, Matienzo, Primavera, Cámara, Melchior, Petrel e Decepción). O trabalho logístico já era bastante grande, mas ficou extremamente prejudicado depois do incêndio ocorrido a bordo do ARA Almirante Irizar em Abril de 2007. Naquela tragédia dois Sea King foram perdidos.
Desde então a Argentina recebeu ajuda de diversos países, incluindo o Brasil. Além disso, empregou diversos outros navios como o ARA Suboficial Castillo e o ARA Canal del Beagle em tarefas secundárias. Mas uma solução definitiva era necessária, pois a recuperação do Almirante Irízar, estimada em 170 milhões de dólares (informação da Janes), ainda levará tempo.
Já no final de 2007 foi noticiado que a Armada Argentina negociava a aquisição de um navio russo para dar continuidade ao programa antártico. As negociações prosseguiram e o Ministério da Defesa daquele país acertou com a Far Eastern Shipping Company (FESCO) o afrentamento do navio polar Vasily Golovnin, juntamente com uma aeronave orgânica Kamov Ka-32.
Assim, em 1 de Fevereiro de 2008 o Vasily Golovnin aportou na Base Vice-Comodoro Marambio, dando início a sua participação na campanha antártica argentina daquele ano.
Mesmo sendo um navio polar, o Vasily Golovnin não era páreo para o duro gelo do Mar de Weddell, caminho natural para a base Belgrano II. Esta base era abastecida por lançamentos aéreos a partir de C-130 da FAA e de um DC-3 civil dotado de esquis pertencente à uma empresa sul-africana.
Mas as aeronaves não tinham a capacidade de transportar equipamento pesado e um outro navio era necessário. Por este motivo, na campanha do verão 2008/2009, além do Vasily Golovnin, também foi afretado um outro navio russo, o Capitán Dranitsyn.
O Dranitsyn pertencia à antiga Marinha da URSS e foi modificado para executar passeios turísticos na região antártica. Sua missão principal neste verão era a abertura de uma passagem pelo gelo para que o Vasily Golovnin pudesse levar sua carga até Belgrano II.
Junto com o navio, foram contratados os serviços da empresa Avialift, que forneceu dois helicópteros Kamov Ka-32C e respectiva tripulação para a realização de transporte de carga pesada navio/terra. Estima-se que todo o pacote tenha custado perto de 20 milhões de dólares.
O incêndio a bordo do Almirante Irízar foi muito ruim para a Argentina em todos os aspectos, especialmente para uma Marinha com recursos limitados, que teve que arcar com o afretamento de navios e aeronaves. Mas existem sempre lições. Uma delas foi o acompanhamento do desempenho do Ka-32 sob condições extremamente rigorosas. É certo que, se as impressões forem positivas, esta aeronave poderá ser uma alternativa para as FAs daquele país.
FOTOS: nuestromar.com.ar/blix.com.ar
Jacubão,
KGB ou a sucessora, a FSB??????????
Vai saber, grande camarada Jacuba dos navios da MB, rs,rs,rs,rs.
O Vassily era um sniper russo. Fez um belo estrago nos invasores alemães, durante a batalha por Stalingrado. Foi treinado na arte da caça por seu avô, nos Montes Urais.
abraços.
Será que o Vassily é um espião Russo??????
Ka-32 na antártida me lembra sorvete de cupuaçú.
Alguém ainda lembra da história do cupuaçú voador?
É Vasily pra cá, Vasily pra lá. Se esse aí tivesse um “L” à mais, já teria cobrado pelo uso do nome.
O galante se salvou por um triz, ou melhor, por um L à menos,rs,rs,rs.
abraços.
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