Trecho da entrevista concedida pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, à Gazeta Mercantil.

O Brasil assinou o tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, mas nós temos toda a tecnologia. E aí surgiu o seguinte problema: nós precisamos da energia nuclear para a Marinha, porque nós temos 4,5 milhões de quilômetros quadrados para tratar. O submarino convencional é um submarino que tem autonomia e velocidade muito menor, ao passo que a turbina do submarino nuclear é muito mais silenciosa e muito mais rápida. (sic) Então se decidiu a linha do submarino. Paralelamente, vem a nós o protocolo adicional. Aí já foi uma decisão presidencial. Houve uma discussão com o presidente no Palácio sobre isso. O Ministério das Relações Exteriores foi resistente em relação a isso e o Ministério da Defesa afirmando a necessidade de nós não admitirmos o protocolo adicional, porque inviabilizava o Brasil na pesquisa da tecnologia nuclear. E nós precisávamos da tecnologia nuclear. Para a defesa, que é o submarino, e para a produção de energia elétrica. Vamos ter, evidentemente, problemas. Mas isso faz parte do jogo. Agora quero lembrar o seguinte: a Índia não participou do Tratado de Não-Proliferação e teve tratamento diferenciado. E se desenvolveu. Israel também… Todos. Então, por isso, houve uma decisão política do presidente: não vamos assinar.

NOTA do BLOG: Para conhecer mais sobre as diferenças entre submarinos nucleares e convencionais de ataque, acesse o dossiê do Poder Naval Online sobre o assunto, clicando aqui.

NOTA do BLOG 2: O debate sobre o submarino nuclear brasileiro continua em evidência. Depois de quase 30 anos, o Programa Nuclear da Marinha foi ressuscitado pelo Governo Lula, mas por causa da crise econômico-financeira mundial, ele está novamente ameaçado. O acordo de transferência de tecnologia de submarinos assinado com a França encontra dificuldades de financiamento, devido à crise que assola a Europa.

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