Em reunião relizada ontem com o Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio do Rio, a comissão de negociação dos empregados da Empresa de Gerenciamento de Projetos Navais (Emgepron) ratificou a rejeição dos cerca de 1.500 trabalhadores a proposta da empresa – vinculada à Marinha do Brasil – de 11,84% de reajuste salarial, válido por dois anos.

A data base é janeiro. A proposta da empresa já havia sido recusada em assembléia dos empregados no dia 12 de janeiro. Os trabalhadores reivindicam 11,72% referente ao ano de 2008, mais as perdas passadas, além do Plano de Cargos e Salários até julho de 2009. Se não houver acordo até o fim do mês os trabalhadores ameaçam paralisações por tempo determinado.

Com o impasse nas negociações, a Emgepron acabou demitindo 80 empregados, sendo dois integrantes da comissão eleita pelos trabalhadores, disse Fernando Bandeira, presidente da Federação dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio. A Federação e o Sindicato vão entrar nesta sexta-feira com ação de reintegração na Justiça do Trabalho dos empregados demitidos, disse Bandeira, acrescentando que as demissões são uma forma de retaliação da empresa em cima dos empregados que se opuseram à proposta da empresa que atua no Arsenal de Marinha, na Fábrica de Munições e no Laboratório da Marinha.

A Federação questionou as demissões desde janeiro num momento de crise financeira global, quando o cenário econômico é altamente desfavorável aos trabalhadores. A Emgepron, por sua vez, alegou ao sindicato e a federação da categoria que ofereceu o máximo de reajuste, autorizada pelo Ministério da Defesa.

FONTE: O Dia

NOTA do BLOG: As demissões na Emgepron dificilmente aconteceriam se o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro estivesse construindo mais navios de guerra, como mais uma unidade da Barroso, por exemplo. Com sua capacidade ociosa, é óbvio que haverá demissões e dificilmente os servidores do AMRJ conseguirão o reajuste solicitado. Mais uma vez o Governo, que tem tido boas iniciativas na construção naval civil, demonstra sua insensibilidade para com a Marinha do Brasil e a construção naval militar no país. Todo o esforço feito pela Marinha ao longo de décadas para manter o know-how de construção de navios e submarinos no Brasil está indo por água abaixo.

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