Patrulhas estratégicas de submarinos dos EUA continuam no ritmo da Guerra Fria
A frota de 14 submarinos nucleares de mísseis balísticos dos EUA conduziu 31 patrulhas de deterrência em 2008, num ritmo operacional comparável ao da Guerra Fria.
A nova informação, que foi obtida sob o Freedom of Information Act, coincide com a marca de 1.000 patrulhas de deterrência, atingida em 11.2.2009, pelos submarinos da classe “Ohio”, desde 1982.
Os dados da tabela ao lado mostram que os EUA conduziram mais patrulhas de deterrência que a Rússia, França, Reino Unido e China combinados.
Patrulhas em números
As 31 patrulhas conduzidas em 2008 coincidiram com os 48 anos contínuos deste tipo de operação. Desde que o USS George Washington (SSBN-598) com mísseis Polaris, partiu para a primeira patrulha em 1960, 59 SSBNs conduziram 3.814 patrulhas (clicar no gráfico gráfico).
Tempo operacional maior
Embora o total anual de patrulhas de SSBN tenha sido reduzido desde o final da Guerra Fria, o tempo dispendido em cada patrulha aumentou. Cada submarino da classe “Ohio” conduz quase o mesmo número de patrulhas por ano, mas gastam quase 50/60% do seu tempo em patrulha.
O tempo operacional maior é possível porque cada SSBN possui duas tripulações, Azul e Ouro. Cada vez que o submarino volta ao porto, outra tripulação assume o comando do navio, gasta poucas semanas em reparos e reabastecimento e leva o SSBN de volta para a próxima patrulha.
Os dados revelam picos interessantes, com o aumento das patrulhas em 1963, 1965 e 1991. As razões do aumento de atividade coincidem com a Crise dos Mísseis em Cuba e os dias finais da União Soviética.
O que é uma patrulha de deterrência?
A patrulha feita por um SSBN é o período de operação do submarino numa posição em que ele cobre alvos que fazem parte de plano estratégico de guerra. Cada patrulha de um submarino da classe “Ohio” leva de 60 a 90 dias, mas um submarino cumpriu 98 dias de patrulha em 2008 e outras, ocasionalmente, passam de 100 dias.
Pode ocorrer também de a patrulha ser interrompida por problemas técnicos, e nesse caso, outro submarino é enviado para cobrir o setor. Como resultado, as patrulhas estão durando em média 72 dias.
Estar em patrulha não significa que o submarino fique permanentemente submerso “on-station”, mirando seus mísseis em alvos de risco na Rússia, China e outros países, mas muito do tempo de patrulha é gasto no deslocamento, em exercícios com forças navais, passando por inspeções e certificações, realizando os Weapon System Readiness Tests (WSRTs), conduzindo exercícios de retargeting e comando e controle.
Outro tipo de atividade envolve os exercícios SCOOP (SSBN Continuity of Operations Program), quando um SSBN tem que praticar o reabastecimento em outros portos, em caso de sua base ser aniquilada num ataque.
FONTE: FAS.ORG