‘São Paulo’ não participará da “festa do Pré-sal”

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Contrato de modernização dos A-4 pode ser assinado em abril

A festa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fazer no dia 1º de maio, para marcar o início das operações de extração de petróleo no campo de Tupi, na reserva do pré-sal, não vai ter o cenário espetacular pretendido: o porta-aviões A-12 São Paulo, capitânia da frota da Marinha, está em reforma, depois de sofrer um incêndio em maio de 2005. A operação de recuperação, inicialmente limitada ao reparo do dano causado pelo fogo, deveria terminar em 90 dias, eventualmente seis meses.

Passou por modificações, virou programa de atualização parcial e teve os recursos de caixa congelados várias vezes. Com tudo isso, a operação já dura quatro anos. O Comando da Marinha não revela quanto terá gasto até o fim da longa revisão.

O Palácio do Planalto planejava reunir, talvez, 250 convidados, levados pelo porta-aviões, até bem perto da plataforma da Petrobrás, a 300 km do litoral. O grupo seria recebido no hangar de bordo, um salão com 180 metros de comprimento e 7 metros de altura. Não deu certo. Outras possibilidades foram consideradas, como o uso de navios de transporte militar. Todavia, garante uma fonte do cerimonial da Presidência, deve prevalecer a fórmula conservadora: Lula e pequeno grupo vão até o campo, cumprem o ritual e só depois comemoram, no Rio.

De volta ao mar em três meses, o retorno do porta-aviões às operações navais vai exigir longo período de testes e de treinamento. Um ano, no mínimo, só para qualificar a tripulação, de acordo com a estimativa de um ex-comandante da Marinha. E ainda pode haver surpresas, como a ocorrida no ensaio de máquinas. A vibração em um eixo provocou a troca da peça – e o alongamento no tempo de permanência no estaleiro.

A volta dos AF-1

AF-1

A retomada das atividades da aviação embarcada é incerta. O A-12 está sem seus aviões, os caças subsônicos AF-1 Skyhawk. Foram compradas 23 unidades, usadas, no Kuwait, no ano 2000, por US$ 70 milhões. Com o orçamento contingenciado e sem poder investir na revitalização dos jatos, a Marinha desativou as aeronaves gradativamente. Em março de 2008 apenas duas tinham condições de voo. No mês passado, só uma.

O almirante Júlio Moura Neto, comandante da Força, espera assinar em abril o contrato de modernização com a Embraer. Até o fim de 2014, 12 AF-1/A1 terão passado pelo procedimento. O custo de referência é de US$ 60 milhões. Toda a eletrônica será atualizada. Os caças poderão atuar com bombas guiadas.

FONTE: O Estado de São Paulo
FOTOS: Cees Jan van der Ende/Poder Naval

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