Praticagem de Santos recebe para estágio 11 aprovados pelo concurso da Marinha
Onze candidatos aprovados para atuar como Praticantes de Prático no Estado de São Paulo já começaram o estágio na Praticagem de Santos. O processo seletivo realizado pela Marinha aprovou 22 candidatos para a ZP-16 (Zona de Praticagem do Estado de São Paulo), que estão sendo apresentados para o estágio de qualificação em dois grupos de onze: o primeiro grupo em 2009 e o segundo em 2010. Pela primeira vez há uma mulher entre os aprovados para São Paulo.
O Prático é o profissional que assessora os Comandantes nas manobras de atracação e desatracação dos navios e na navegação pelo canal. Exerce a sua profissão de forma autônoma, geralmente como membro de sociedade uniprofissional, à semelhança do que ocorre na Praticagem de São Paulo.
Os 11 primeiros selecionados pela Marinha passam, a partir de agora, pelo estágio de Praticante de Prático, destinado a qualificá-los para manobrar navios no Porto de Santos. Este treinamento vai durar de um a dois anos. Nesse período, o candidato vai adquirir conhecimentos específicos sobre as peculiaridades locais de navegação, dos berços e dos terminais. Somente depois deste processo ele poderá ser habilitado para executar as manobras, contribuindo para garantir a segurança da navegação, da tripulação e passageiros e das instalações portuárias, além da preservação do meio ambiente.
Cinco aprovados residiam no Rio de Janeiro, dois em Brasília, um em Salvador, um em Belém, um em Fortaleza e um em Santos. A idade varia entre 25 a 47 anos. Todos têm nível superior e, nesse estágio de qualificação, deverão acompanhar e/ou realizar um mínimo de 700 manobras diurnas e noturnas ao lado de Práticos experientes, sendo pelo menos 350 no período noturno.
Cada um dos Praticantes terá seu estágio supervisionado por um Prático monitor, que fará avaliações periódicas. Quando completarem o número de manobras previstas, todos passarão por exames de habilitação perante uma banca examinadora presidida pelo Capitão
dos Portos. Eles aprenderão a conhecer a região acompanhando as diversas manobras, estudando as cartas náuticas, croquis, levantamentos batimétricos e outras publicações sobre o Porto de Santos e o canal de acesso. Não há um horário fixo de trabalho, uma vez que as manobras podem acontecer a qualquer hora do dia ou da noite, inclusive aos sábados domingos e feriados, e receberão cerca de R$ 2.900,00 mensais.
O trabalho do Prático é regulamentado pela Marinha, que estabelece padrões rígidos de atuação. No caso de Santos, a Praticagem é ainda mais rigorosa, pois mantém o certificado de qualidade ISO 9001 desde 1998 e é conhecida pela excelência nos serviços. A Praticagem de Santos foi pioneira nas Américas, na obtenção desta certificação de qualidade.
Sobre a Praticagem
A Praticagem é responsável por todos os investimentos em compra de embarcações e outros equipamentos necessários à operação, todas as despesas de manutenção e a folha de pagamento dos cerca de noventa funcionários, além de todos os tributos comuns a qualquer atividade de prestação de serviços. Os Práticos não recebem salários e correspondentes encargos, pois não são empregados, e sim sócios. Recebem um pro labore de cerca de 30 Salários Mínimos e, como em qualquer outra atividade similar, auferem eventuais lucros ou cobrem prejuízos que venham a ocorrer.
As exigências para o exercício da profissão incluem proficiência em idioma inglês, conhecimento em navegação, além de formação superior e disputa acirrada em processo seletivo conduzido pela Autoridade Marítima Brasileira (Marinha do Brasil). Depois de habilitados, por força de acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, a cada cinco anos, os Práticos são submetidos a um curso de reciclagem, para renovação de seus certificados.
A Praticagem contribui diretamente para que as cargas cheguem e saiam dos portos nos navios com segurança, reduzindo o valor dos seguros. Os preços cobrados pelo serviço resultam de livre negociação com os usuários do serviço e são compatíveis aos praticados nos grandes portos internacionais, ao contrário do argumento de alguns armadores. Trata-se de uma atividade exercida com reconhecida eficiência pela comunidade marítima, essencial para a segurança da vida humana, das comunidades, do porto, das embarcações e do meio-ambiente e que representa apenas 0,07% das despesas do exportador.
NOTA do BLOG: Ver a ótima reportagem sobre a praticagem no link abaixo:
http://tvtribuna.globo.com/videos/default.asp?video=22672&dt=6/4/2009&key=&urlv=&idCat=3
NOTA do BLOG 2: Clique aqui para baixar a prova do Concurso de Praticante de Prático de 2006, para ter uma idéia da complexidade da profissão.
FONTE: http://www.santospilots.com.br/