Operação dos Fuzileiros Navais em Foz do Iguaçu gera protesto do Paraguai
A Marinha do Brasil realizou, na terça e na quarta-feira, um exercício de treinamento de resgate de reféns na sede da Capitania dos Portos em Foz do Iguaçu. A desinformação gerada pela manobra levou a um protesto oficial por parte do governo paraguaio. Em comunicado emitido nesta quarta-feira (08), em Assunção, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai faz saber ao Brasil sua “estranheza pela mobilização militar da Marinha brasileira” e queixa-se de que a “situação não foi comunicada às autoridades desta Chancelaria”.
“Este tipo de manobra em uma área fronteiriça não contribui para o desenvolvimento de uma relação de confiança e respeito que tem que haver entre os dois povos que compartilham um espaço geográfico”, afirma, no documento, o chanceler Alejandro Hamed Franco.
“Além disso, a operação militar gera todo tipo de especulação que se contrapõe ao espírito que deve sobressair no projeto de integração do Mercosul […] A Chancelaria solicitará às autoridades do Brasil as informações pertinentes sobre a referida operação militar”, complementa. A confusão sobre o episódio foi gerada por informações distorcidas publicadas na manhã de ontem (08) pelos correspondentes do jornal ABC Color na Tríplice Fronteira.
Entre outras imprecisões, a matéria publicada pelo jornal refere que “não se descarta que os fuzileiros navais do Brasil realizem manobras nas águas do rio Paraná. A mobilização poderia realizar-se no setor ‘minado’ de portos clandestinos, especialmente, na margem paraguaia”.
Na realidade, conforme apontado, na própria imprensa paraguaia, pelo Diário Última Hora, a Operação Retrex, com a participação de 250 militares do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, não envolvia qualquer ação de patrulhamento em águas fronteiriças ou combate à criminalidade local.
Realizada pela segunda vez em Foz do Iguaçu (a primeira foi em dezembro de 2007), a operação consistiu na simulação da invasão da sede da Capitania dos Portos por supostos terroristas, com tomada de reféns, e no adestramento das tropas para lidar com situações que envolvam o resgate de vidas.
“À diferença das megaoperações realizadas pelo Exército Brasileiro, como as denominadas Fronteira Sul I e II, com a mobilização de mais de 10 mil homens, esta é bastante modesta e, além disso, não tem como objetivo o combate ao contrabando, o tráfico de drogas e armas”, esclarece o Última Hora.
FONTE: Jornale
NOTA DO BLOG: Leia mais sobre a Operação Retrex no ForTe, o blog das Forças Terrestres.