Voo AF 447: A missão do ‘Gastão Motta’

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20 dias de mar e 3,5 milhões de litros de óleo transferidos

vinheta-clipping-navalO comandante do navio-tanque Almirante Gastão Motta, Ednaldo Blum, concedeu uma entrevista coletiva no final da manhã de hoje, logo após o atracamento da embarcação no Porto do Recife. O navio atracou às 11h20, trazendo despojos e o corpo de uma vítima do acidente com o voo 447, além de uma pequena quantidade de destroços do avião e bagagens dos passageiros.

O comandante disse que não sabe se o cadáver é de uma pessoa do sexo masculino ou feminino nem pode precisar de que partes da aeronave pertecem os destroços. Ele contou que o corpo e os despojos que estavam a bordo do navio Mistral, da Marinha francesa, foram transferidos para o Gastão Motta há três dias. Este foi o primeiro corpo de uma vítima do acidente a ser transportado por via marítima.

Os outros 49 cadáveres foram retirados do alto mar pelo helicóptero Super Puma da Aeronática até o Arquipélago de Fernando de Noronha, de onde vieram para o Recife a bordo de um avião Hérculos (sic) C-130. Segundo Blum, a operação foi modificada diante da pequena quantidade de material a ser transportado e para aproveitar a viagem do navio, que viria ao Porto do Recife para o reabastecimento.

O Gastão Motta passou 20 dias interruptos no mar. A embarcação saiu do Rio de Janeiro no dia 2 de junho, com o objetivo de abastecer as fragatas Constituição e Bosísio e a corveta Jaceguai, do Brasil, além do navio-anfíbio Mistral e da fragata Ventosie de bandeiras francesas. Durante todo o período em que permaneceu nas buscas, o navio transferiu cerca de 3,5 milhões de litros de óleo diesel. Segundo o comandante, após o reabastecimento no Porto do Recife, a tripulação, formada por 106 homens, vai aguardar a decisão da Marinha para saber se voltará ao local de buscas, uma área de 270 milhas náuticas.

Enfermeiros da Marinha foram chamados para retirar o corpo e os despojos do navio e entregá-los a representantes da Polícia Federal e do Instituto Médico Legal de Pernambuco (IML). O transporte ficou a cargo de um veículo da Polícia Científica, que esteve no local por volta das 12h30. Já o material dos destroços foi recolhido sob a supervisão do Cônsul Francês Yves Lo-Pinto e ficará à disposição do Bureau D´Enquêtes et D´Analises Pour la Securité de I´Aviation Civile (BEA), órgão francês responsável pelas investigações do acidente no hangar na Base Aérea do Recife.

FONTE: Diário de Pernambuco

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