Um oficial brasileiro a bordo do ‘Sagres’
Depois de passar por Bermudas e Nova York, o navio-escola português Sagres chegou a Boston no dia 8 para completar uma das etapas do Tall Ships Atlantic Challenge 2009. Durante cinco dias, a embarcação ficou aberta a visitas públicas, participando de eventos culturais e atividades esportivas com veleiros de outras Marinhas e agora parte para uma regata entre o Canadá e a Inglaterra, tendo a bordo um oficial brasileiro.
O segundo tenente da Marinha do Brasil, Raulino de Oliveira, de 23 anos, se juntou à tripulação do navio português em Boston e segue viagem até o dia 23 de agosto rumo a Lisboa. Mas durante este período a embarcação compete numa regata entre veleiros militares no circuito entre Halifax e Belfast.
“É um privilégio estar no Sagres. Estava embarcado na fragata Niterói e percorri 18 países com ela. Agora, vou a bordo do Sagres e quero muito ajudar na conquista desta regata”, disse o carioca Raulino de Oliveira.
Aproximadamente 200 pessoas compõem a atual tripulação embarcada no Sagres durante a viagem que começou no dia 30 de maio. O navio construído em 1937, que navega com a bandeira portuguesa desde 1962, tem a missão principal de assegurar a formação náutica dos futuros oficiais de Marinha, complementando a formação acadêmica ministrada na Escola Naval.
Além disso, o Sagres, segundo o tenente Monteiro Teixeira, relações públicas da embarcação, funciona também como um extensão dos serviços de relações exteriores do país, desempenhando o papel de embaixada itinerante de Portugal.
“O Sagres é Portugal em vários lugares do mundo. Ano passado, por exemplo, estivemos em Salvador, no Brasil, onde o presidente Luís Inácio Lula da Silva, embarcou para assinar o tratado do novo acordo ortográfico entre os dois países. Aqui, durante esta viagem, estamos visitando comunidades portuguesas que emigram para diversos pontos do mundo”, afirmou ele.
Mas o navio serve de escola não apenas para futuros oficiais portugueses. Estão embarcados neste período da viagem, além do brasileiro, cadetes e oficiais de diversas Marinhas, entre elas, do Canadá e Inglaterra.
“Para mim, foi um prêmio embarcar no Sagres. Fui um dos melhores colocados no meu período de formação no Brasil e tive o privilégio de poder ingressar nesta viagem”, disse o tenente Raulino de Oliveira.
O comandante do Sagres, Capitão-de-Fragata Luís Pedro Pinto Proença Mendes, disse que o intercâmbio com outras Marinhas é muito benéfico.
“É uma forma de trocarmos experiências, conhecer outras realidades e ainda podemos ver de perto a forma de treinamento de oficiais de marinhas amigas. É muito importante o estreitamento do relacionamento entre Marinhas de países diferentes”, afirmou.
A chegada em Portugal está prevista para 23 de agosto, poucos dias após a regata. “A gente tem uma tripulação muito empenhada e acredito que vamos ganhar a competição”, completou Teixeira, de 33 anos, há três servindo no Sagres.
Mas se engana quem pensa que o longo período no mar pode ser monótono. A tripulação não para um segundo e os alunos a todo instante sendo avaliados. “O navio não pode navegar sozinho. Então, a todo instante temos pessoas trabalhando”, explica Teixeira. E na hora do descanso, o convés vira campo de futebol, com oficiais e cadetes disputando jogos com bolas feitas de folhas de jornal.
A viagem de instrução teve como primeiro destino o porto de Hamilton, capital das Bermudas (21 a 24 de junho), seguindo-se os portos de Nova York (29 de junho a 5 de julho) e Boston (8 a 13 de julho). Agora, é a hora da regata. Quando chegar a Lisboa, o Sagres passa por reparos, recebe novos cadetes para uma fase de treinamentos e depois volta ao mar. E Oliveira volta para o Brasil de avião.
FONTE: O Jornal
Grande Raulino,
Meu veterano de escola, excelente militar e excelente oficial, apesar de ser maquinista hehehehe