uss-nautilus

vinheta-especialLogo após o término da Segunda Guerra Mundial, a repartição responsável pelo desenvolvimento da bomba atômica, o Manhattan District, convidou a Marinha dos EUA e outros setores das Forças Armadas e indústrias privadas para participarem de um projeto de energia nuclear para fins pacíficos, a construção de uma usina experimental de energia nuclear.

O Bureau of Ships, da Marinha, vendo aí uma oportunidade de utilização da energia nuclear na propulsão de navios, selecionou um capitão e quatro jovens oficiais e encaminhou-os a Oak Ridge, no Tenessi, onde se achava instalado um enorme reator de urânio, encarregando-os de colaborarem no projeto conjunto.

O Grupo Naval, nome dado posteriormente à equipe enviada pelo Bureau of Ships, mergulhou na tarefa, levando consigo seus variados talentos. O capitão Hyman George Rickover, formado na Academia Naval dos EUA em 1922, já havia estado na ativa por 24 anos e servira, durante a guerra, na seção de eletrecidade do Bureau of Ships, ocupando o posto de chefia.

Dedicava-se às suas tarefas de modo tão incansável que sua fama de perfeccionista e sizudo coordenador de serviços chegou a ocultar a sua considerável capacidade técnica.

Os outros quatro jovens oficiais (três deles também graduados pela Escola Naval) haviam sido selecionados entre os melhores engenheiros e especialistas do Bureau.

O plano básico

Não era nova a idéia de colocar uma fonte geradora de vapor num submarino. Havia sido tentada anteriormente para a propulsão de submarinos na superfície e abandonada, porque a temperatura do processo de combustão era tão alta elevada que obrigava a realização do resfriamento do submarino antes da imersão.

Mas agora, com o avanço da tecnologia, o problema poderia ser eliminado substituindo a combustão de material fóssil pela fissão de urânio e usando parte da energia gerada para operar os outros equipamentos do navio, inclusive para a geração de oxigênio.

A nova fonte de energia, conhecida como Reator Térmico Submarino, combinava teoria nuclear, física aplicada e engenharia prática testada.

Mas ainda se passariam dois longos anos, cheios de frustrações, até que chegasse de Washington a autorização para implementar o reator nuclear naval.

A oposição das altas esferas

A oposição ao desenvolvimento do submarino nuclear envolvia diferentes fatores, alguns de caráter prático, outros de caráter emocional, que brotavam de fontes variadas.

Dentro da própria Marinha havia relutância, em certos escalões, quanto a qualquer afastamento das formas tradicionais de propulsão de navios, especialmente quando se tratava de favorecer um programa de aperfeiçoamento de submarinos, favorecendo, consequentemente, a carreira de um determinado oficial.

Nos quadros da Comissão de Energia Atômica, alguns membros se opunham à colocação de materiais físseis em plataformas militares.

A indústria privada, por sua vez, evitava empregar vultosas somas na área amplamente desconhecida da produção de energia nuclear.

Foi necessário que o tempo passasse para que se manifestasse renovado interesse pelo material nuclear como fonte de energia e a capacidade do capitão Rickover em debates políticos, levantamento de fundos e direção de pessoas, para que a situação se alterasse.

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Continua em próximo post…

NOTA DO BLOG: A semelhança do casco do USS Nautilus (foto do alto) com o U-boot Type XXI, na segunda foto, não é mera coincidência. Com a derrota da Alemanha, suas inovações tecnológicas foram absorvidas pelos americanos e incorporadas aos seus submarinos, inclusive no Programa “Guppy”.

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