A luta pelo controle do ‘espaço interior’
Na pintura acima, um submarino russo executa a manobra “crazy ivan”, guinando 90 graus para bombordo a fim de escutar o arco cego da popa, onde um submarino americano estava oculto. Nesse exato momento, ao redor do mundo, outras perseguições de gato e rato se repetem: submarinos chineses contra japoneses, submarinos russos e americanos, etc.
Os submarinos talvez sejam as plataformas que trabalham o mesmo tempo na paz quanto na guerra, por causa das constantes missões de inteligência e coleta de dados. É preciso atualizar as bibliotecas de assinaturas acústicas e também tentar descobrir o que o provável inimigo tem de novidade.
Na semana passada, foi noticiado que dois submarinos nucleares russos foram detectados operando próximo à costa leste dos EUA. A US Navy prontamente disse que “é capaz de localizar, identificar e rastrear atividade submarina através de satélites, navios, aviões e meio secretos.”
É interessante notar que a US Navy tem feito nos últimos anos um enorme esforço para obter dados operacionais de submarinos convencionais, nos exercícios do Programa DESI, convidando submarinos de várias marinhas amigas (inclusive a MB) para treinarem nos EUA.
Mas a mesma Marinha aparentemente não teve dificuldades de notar a presença dos submarinos nucleares russos em sua costa.
No momento em que o Brasil está prestes a assinar um contrato com a França, que inclui o desenvolvimento de um casco para o seu futuro submarino nuclear, perguntamos: quão silencioso será nosso submarino? será que seremos detectados e rastreados como foram os submarinos russos na costa dos EUA?
O gráfico abaixo mostra a competição pela discrição entre as classes de submarinos nucleares americanos, britânicos, russos e chineses. Quanto mais alta a posição da bandeira, maior o nível de ruído do submarino.