Marinha esclarece reportagem do jornal “O Globo”

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Ao justificar a necessidade de o Brasil gastar 6,8 bilhões de euros (cerca de R$ 19 bilhões) na compra de quatro submarinos convencionais (diesel-elétricos) Skorpène, da França, num casco um pouco maior dessa embarcação, e na construção de um estaleiro e de uma base naval no litoral fluminense, a Marinha sugeriu — em carta enviada ao GLOBO — que a operação tem como objetivo final permitir ao país construir um submarino nuclear com a ajuda francesa.

O comando da Marinha disse ainda que nada tem a se opor ao fato de que tanto o estaleiro quanto a base venham a ser construídos pelo governo da França (*), utilizando a brasileira Odebrecht Engenharia sem licitação pública. “Não teria sentido uma construtora francesa ser mobilizada para realizar obras no Brasil, daí a necessidade de a DCNS (Directions de Constructions Navales Servies) se associar a uma empresa brasileira”, diz a carta, acrescentando: “A escolha da associada foi de livre arbítrio da DCNS”.

Parceria Estratégica não prevê submarino nuclear

Na carta, a Marinha acrescenta que “nada tem a opor à (empresa) escolhida”, e que, “qualquer que fosse a empresa selecionada pela DCNS como parceira para a construção, as obras seriam isentas de processo licitatório, como previsto em lei, em virtude das características de sigilo”. Isso por se tratarem de plantas de instalações nucleares militares.

A carta, enviada como resposta a uma reportagem publicada sábado no GLOBO sobre o alto custo da transação — equivalente a cerca de dois anos do programa Bolsa Família (**) — não esclarece por que, diante da necessidade de se construir um estaleiro e uma nova base, com profundidade suficiente para atracação de submarinos nucleares, o governo preferiu aceitar a determinação da França de cuidar da construção e impor a Odebrecht como a empreiteira, em vez de abrir uma concorrência pública com a participação de empresas nacionais.

Ao longo de quatro páginas, a Marinha diz ainda que o alto custo da compra — 1,8 bilhão de euros para estaleiro e base, mais 5 bilhões de euros para os submarinos — se deve em especial ao “projeto e à construção de um submarino nuclear, cujo custo é muito superior ao de um convencional”, dando a entender que o Brasil estaria comprando uma embarcação dessa categoria.

A carta sugere que a França se comprometeria a transferir tecnologia nuclear ao Brasil — o que não é verdade, de acordo com a Parceria Estratégica assinada em dezembro passado pelos presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a Marinha, a decisão foi a de “buscar parcerias estratégicas com países detentores de tais tecnologias e que estivessem dispostos a transferi-la”. Mais adiante afirma: “A parceria teria que ser buscada junto a países que produzissem, simultaneamente, submarinos convencionais e nucleares. Depois de longo e acurado processo de escolha, a França foi o país selecionado.

É preciso enfatizar que somente quem constrói submarinos nucleares tem condições de transferir a tecnologia necessária para tanto”.

No entanto, o acordo entre Lula e Sarkozy estabelece claramente que “a concepção (expressão dos requisitos e projeto básico), a construção e a manutenção da infraestrutura e dos equipamentos necessários às operações de construção e de manutenção da parte nuclear do submarino nuclear estão excluídas do âmbito do presente acordo”.

O documento ressalta que o apoio francês é apenas para “a parte não nuclear do submarino nuclear brasileiro”. E registra: “A Parte brasileira não receberá assistência da Parte francesa para a concepção e a colocação em operação do reator nuclear embarcado, das instalações do compartimento do reator nuclear e dos equipamentos e instalações cuja função seja destinada principalmente ao funcionamento do reator ou à sua segurança nuclear”.

FONTE: O Globo, via sinopse diária

NOTA DO BLOG

(*) Segundo informação publicada no Diário da União a construção de um estaleiro e de uma base naval “serão custeados com recursos provenientes do Tesouro Nacional” e não pelo Governo da França como dito acima.

(**) Comparações deste porte são totalmente descabidas e fora de propósito.

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Robson Br

coitada da MB. Ta dando mais trabalho os inimigos da pátria do que a construção de submarinos.

João Curitiba

Alguém, em algum lugar, ou pode ser mesmo “alguéns” que não quer/querem que o Brasil tenha um submarino nuclear. Eles insistem que a França exige isso, determina aquilo, e por aí vai. Mesmo que o acordo fosse com a Namíbia e custasse só 500 mil euros, ainda assim haveria críticas. Eles não criticam por argumentos, mas sim por princípios. E este princípio diz claramente: “eles (no caso nós brasileiros) não podem ter um subnuc de jeito nenhum”. Eu sempre fui anti-PT, mas do jeito que a coisa vai, vou fazer que nem Davi Canabarro durante a Revolução Farroupilha, quando o… Read more »

Lucas

Rapaiz, denovo esse “O Globo” fazendo reportagens infundadas, e sem nenhum conheçimento técnico, esta na hora da Marinha Brasileira entrar com na Justiça e pedir as devidas indenizações cabíveis.

Jonas Rafael

A velha estratégia da Globo (também a TV). Ao invés de publicar na íntegra a resposta da Marinha divulgam “trechos” editados ao seu bel prazer. Me lembro do velho Sérgio Jockyman ao descrever como ficou de cabelo em pé na primeira vez em que viu uma máquina de vídeo tape capaz de editar imagens, ainda nos anos 60. O demonstrador pegava um trecho e através de edição fazia parecer o contrário do que o cara tinha dito originalmente.

renato

Num país de atos secretos, e transções obscuras referendadas pelo maior signatario do país e normal se desconfiar de tudo e de todos, principalmente quando envolve recursos publicos, não escassos, mas sempre mal aplicados.
Mas vejo que as noticias vinculadas pelo jornalista sempre apresentam falta de dados ou referencia consistentes.
Vamos acreditar que tudo esta sendo dirigido de maneira muito profissional e tecnica pela MB.
Aproveitando: gostei muito da materia sobre o projeto Sea 1000 da Marinha Austriana. Talvez um projeto interessante para o Brasil. Abraços

João Curitiba

Caro Poggio Acerca da observação do Blog: “(*) Segundo informação publicada no Diário da União a construção de um estaleiro e de uma base naval “serão custeados com recursos provenientes do Tesouro Nacional” e não pelo Governo da França como dito acima.” Não entendi assim. O que parece claro, na minha opinião, é que a França vai construir o estaleiro, isto é, ser a responsável pela construção, projeto, execução e outros que tais. Mas claro, quem vai pagar será o Brasil. Aliás, está bem claro na nota da MB onde ela explica que 1,8 bi de euros são distinados ao… Read more »

Douglas

A matéria é muito boa.

Só discordo da comparação que é realmnte descabida como o blog apontou.

Fato é que os 19 bi serão por 4 subs e um casco, estando nesta conta a obra de engenharia civil citada pela reportagem.

Como já defendi anteriormente esse dinheiro, se despejado em nossos centros de pesquisas publicos e privados, produziria muito mais resultado.

Abraço

Luís Aurélio

O nosso amigo, João Curitiba tem razão ao afirmar que alguém, ou alguéns, não quer/querem , que o Brasil tenha um SNA. Com certeza absoluta os EUA , não aceitam que o Brasil possua submarino nuclear e já tomaram providências para atrasar e eliminar a posse de tal navio. Parte da imprensa , já está fazendo o trabalho sujo e impatriótico. Logo veremos os políticos , aqueles traidores de sempre, chefiados pelo,.. ( aquele que jogou uma pá de terra no poço da Serra do Cachimbo ) questionarem este projeto da MB.

mauro dias

De minha parte vai meu apoio incondicional , como brasileiro , e cidadão deste país à marinha e todos os seus projetos.
M A R I N H A!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Pampa

Vou dizer: Alguém perdeu uma baita grana com a escolha da marinha pelo scorpene. Pq a cada 2 dias vem uma matéria diferente no site, rezando sobre o mesmo tema….
Fala sério, meu chapa. Já esta ficando irritante.

Lucas Calabrio

Prezados
Quando a imprensa for punida financeiramente em suas mentiras, calúnias, creio eu, que isso tudo mudará.
abraços