A evolução da guerra anti-submarino
Clicando no infográfico acima podemos ver os principais vetores de guerra anti-submarino, suas armas e sensores.
Durante os anos da “Guerra Fria”, o grande desafio das operações A/S (ou ASW) era o combate ao submarino nuclear nas águas profundas, onde os submarinos nucleares soviéticos poderiam atacar as linhas de comunicações marítimas aliadas. Atualmente, com a proliferação dos modernos submarinos diesel-elétricos dotados de propulsão AIP, os antigos sensores e táticas não funcionam mais.
A maior parte dos sensores desenvolvidos para as ameaças da Guerra Fria, submarinos nucleares ruidosos, não têm eficácia contra os pequenos submarinos convencionais ultra-silenciosos.
A operação A/S em águas rasas caracteriza-se pelos altos níveis de reverberação e o grande número de “falsos contatos”, sendo extremamente desfavorável aos problemas da detecção e da classificação dos alvos.
No quadro abaixo podemos ver os principais sensores acústicos da Marinha dos EUA e sua efetividade contra os submarinos não-nucleares modernos. As barras em branco indicam performance ruim e as barras azuis indicam boa performance:
Observando o quadro conclui-se que os sensores passivos são inadequados para a detecção de modernos submarinos convencionais e que os sensores ativos são os melhores para este tipo de ameaça.
Nos exercícios realizados nos últimos anos as Marinhas de maior destaque têm aprendido que a caça aos modernos submarinos convencionais tem que ser coordenada por diversas plataformas, para que haja alguma possibilidade de êxito.
Navios utilizando apenas sonares de casco têm pouca chance de conseguirem detectar e rastrear alvos deste tipo por tempo suficiente para que haja uma solução de disparo.
Na busca aos silenciosos inimigos das profundezas, o helicóptero embarcado teve sua importância aumentada, graças à sua capacidade de mergulhar seu sonar além das camadas termais e ao emprego de equipamentos mais modernos, como sonares ativos de baixa frequência.
Trabalhando em coordenação com aeronaves de patrulha como o P-3 Orion, os helicópteros são fundamentais na caça e destruição de submarinos.
As palavras de ordem hoje na guerra antisubmarino são as operacões biestáticas e multiestáticas.
Em operações biestáticas um sonar ativo emite um ping enquanto o som refletido pelo alvo é recebido por um sonar passivo de um helicóptero ou outro navio.
As técnicas multiestáticas empregam mais sonares, geralmente sonares de mergulho e sonobóias, que permitem triangulações complexas e visões do alvo de diferentes aspectos, tornando mais fácil determinar a natureza do contato, sua posição, velocidade, curso e profundidade.
Os sonares de profundidade variável (VDS), rebocados por navios (fotos ao lado), estão vontando ao cenário, agora equipados com sensores multiestáticos.
Radares de alta definição contra periscópios
A Marinha dos EUA vem trabalhando no programa ARPDD (Automatic Radar Periscope Detection and Discrimination). O objetivo do projeto é desenvolver hardware e software para o radar APS-137 do P-3C Orion, permitindo ao mesmo detectar mais de 3.000 alvos e automaticamente identificar periscópios de baixa exposição em altos estados de mar, com baixas taxas de falsos alarmes.
O ARPDD deverá ser incorporado ao helicóptero Sikorsky MH-60R no radar APS-147 e nos navios-aeródromos americanos, no radar SPS-47(V).
Uma versão de pré-produção do radar SPS-47(V) foi instalado no USS George Washington, baseado no Japão. A ideia é testar o radar contra os submarinos diesel-elétricos chineses que vivem sombreando o navio-aeródromo americano.
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