Inglaterra poderá reduzir futura frota de SSBN
Alega-se que a redução de 4 para apenas 3 submarinos lançadores de mísseis balísticos não seria por motivos econômicos, mas políticos
Os substitutos da atual frota de submarinos lançadores de mísseis balísticos (SSBN), composta pelas quatro unidades da classe Vanguard, poderá ser somar apenas três embarcações. Gordon Brown, Primeiro Ministro Britânico, está preparando a redução do sistema Trident de dissuasão nuclear, como contribuição da Inglaterra para o corte de arsenais nucleares do mundo. Da mesma forma, a quantidade e o poder das 160 ogivas nucleares britânicas também poderão ser reduzidos.
Brown quer deixar claro que essa redução não é devido a fatores econômicos, mas que é parte de um esforço liderado pelo presidente dos EUA, Barack Obama para reduzir os estoques de armas nucleares e forçar países como o Irã a abandonar seus projetos de construção de armas atômicas.
A redução da futura frota para apenas três unidades levanta questões sobre sua real efetividade como elemento de dissuasão, dado que, numa frota de três submarinos, um sempre estará na base, a qualquer momento, deixando apenas dois em patrulha.
Toda essa movimentação estaria no contexto da decisão de Obama de não levar adiante o sistema de defesa anti-mísseis da Europa Oriental, e da resposta favorável da Rússia a essa decisão, levando a um prognóstico de que um novo acordo de não proliferação poderia ser assinado no segundo trimestre do ano que vem. Embora a proposta britânica de redução pareça insignificante, quando comparada aos arsenais nucleares dos EUA e da Rússia, Brown deverá argumentar que representará mais pressão para que o Irã se junte a um futuro tratado.
Internamente, a questão não é simples de resolver: Brown tem sofrido pressões dos que defendem a opinião de que a Inglaterra não poderá arcar com os custos de substituição das atuais plataformas, algo entre 15 e 20 bilhões de libras. Por outro lado, essa atitude não agradará os Conservadores. Assessores também têm deixado claro que a redução de quatro para três unidades não reduzirá na mesma proporção (25%) os custos de construção e manutenção.
Uma decisão final sobre o tamanho da futura frota de SSBN britânicos deverá ser tomada após uma recomendação do sub-comitê do Gabinete, o que é esperado para antes do final deste ano. Os substitutos dos atuais submarinos não deverão entrar em serviço antes de 2025, mas decisões cruciais de design precisam ser tomadas nos próximos dois ou quatro anos.
O desafio da próxima classe poderá ser, então, diminuir as necessidades de manutenção de rotina e pesada, assim como aumentar o tempo de operação em relação a esses períodos de aprontamento. Estima-se que a substituição da atual frota por outros quatro submarinos, combinada à extensão da vida útil dos estoques atuais de mísseis Trident D5, que receberiam uma ogiva aprimorada, custaria entre 15 e 20 bilhões de libras: 14 bilhões para as embarcações, 2 a 3 bilhões para os mísseis e 2 a 3 bilhões para infraestrutura. O sistema Trident atual, com os quatro submarinos classe Vanguard, custou 14,5 bilhões de libras.
Os atuais submarinos classe Vanguard
A classe é composta pelos HMS Vanguard (S28) Victorious (S29), Vigilant (S30) e Vengeance (S31). O primeiro da classe foi lançado em 1993. Deslocam 15.980 toneladas submersos, e têm comprimento de 149,9 metros, 12,8 metros de boca e 12 metros de calado.
São operados por 135 tripulantes e o armamento é composto por 16 tubos verticais lançadores de mísseis balísticos Trident II D5, além de 4 tubos de torpedos (Spearfish). São equipados com sonares na proa, nos bordos, de interceptação ativa e também do tipo Towed Array. Os mísseis Trident II D5 têm alcance de 4.000 milhas náuticas, e capacidade para carregar 12 ogivas cada um.
FONTES: Times Online e Royal Navy
FOTOS: Royal Navy Colaborou: Franz Neeracher
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