Gilberto Ramos

vinheta-clipping-navalA criação do Ministério da Defesa, em junho de 1999, foi uma ideia infeliz do governo Fernando Henrique Cardoso. Além dos tradicionais ministérios militares – Exército, Marinha e Aeronáutica – o Brasil dispunha do Emfa, que deveria coordenar as três forças.

Tudo funcionava muito bem, e o Emfa era ocupado em sistema de rodízio por um oficial general de quatro estrelas de cada uma das forças. Mas prevaleceu o ditado de que no Brasil nada se cria e tudo se copia.
Pronto, lá veio o Ministério da Defesa com jeitão americano, mas com ministro civil para não despertar ciúmes entre os militares. Alegar que o Emfa não tinha autoridade suficiente é argumento que não se sustenta: bastaria que, por decreto, o governo lhe atribuísse mais funções e verbas.

Juscelino Kubitschek, muito esperto, ao comprar o obsoleto porta- aviões “Minas Gerais”, numa só penada neutralizou Marinha e Aeronáutica, que ficaram discutindo quem comandaria a aviação embarcada.

Recentemente, o Ministério da Defesa adquiriu outro porta-aviões – o São Paulo – que pouco sai do cais e custa uma nota preta para ficar atracado. Por último, anunciou a compra de 36 caças e quetro submarinos, um nuclear.

A velha desculpa do reaparelhamento já não cola, haja vista as notícias de penúria absoluta nas três forças. Com a dinheirama que vamos esbanjar, poderíamos usar o Arsenal de Marinha para construir ótimos submarinos convencionais, aproveitar o casco do submarino nuclear desenvolvido pela Nuclep e que está guardado em Itaguaí, além de construir Tucanos e AMX na Embraer. Ou será que algo a mais fala mais alto?

FONTE: O DIA, via Notimp

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