Entra um, sai outro: HMS Astute inicia provas de mar
Nas fotos divulgadas em 16 de novembro, o HMS Astute sai de Barrow-in-Furnes, no Reino Unido, para o início das provas de mar. Poucos dias antes, o HMS Trafalgar entrava em Devonport para aguardar seu descomissionamento (veja link ao final da matéria).
Barrow-inFurnes é onde se localiza o estaleiro da BAE Systems, responsável pela construção da embarcação. As primeiras provas estão programadas para o trajeto entre o estaleiro e a base de onde o submarino deverá operar durante sua vida útil: Clyde, na Escócia, onde o Astute é esperado no final desta semana. As provas prosseguirão por vários meses e, por boa parte do tempo, técnicos e engenheiros da BaE Systems acompanharão a tripulação do submarino, monitorando e comparando sua performance com os parâmetros do projeto.
O HMS Astute é o primeiro de uma nova classe de submarinos nucleares de ataque da Marinha Real (Royal Navy), que combina tecnologia furtiva com sistema de sonar avançado (o 2076, com capacidade melhorada de detecção), torpedos Spearfish e mísseis Tomahawk. A classe foi projetada para cumprir papéis estratégicos e táticos, incluindo operações anti-navio e anti-submarino, vigilância, inteligência e apoio a forças terrestres.
Não é de se admirar que, devido aos papéis a cumprir, que o deslocamento e tamanho sejam consideravelmente superiores às classes Swiftsure e Trafalgar que está substituindo: são 97 metros de comprimento e 7,800 toneladas de água deslocada (seguindo a tradição inglesa de fazer comparações curiosas, também herdada pelos norte-americanos, a Royal Navy informa que o deslocamento equivale a 65 baleias-azuis…). Em compensação, o número de tripulantes é menor, devido à maior automação, e cada um conta com o “luxo” de ter sua própria cama, sem revezá-la em turnos com outros tripulantes (o tradicional “hot bunking”).
O total de armamento carregado também supera o das classes anteriores: 38 mísseis e torpedos. Uma outra característica importante é que a classe foi concebida para cumprir toda a sua vida operativa sem necessidade de reabastecimento do reator nuclear. A aceitação definitiva do HMS Astute pela Marinha Real está programada para o ano que vem, um prazo que tem por trás um longo período de grandes problemas, estouros de orçamento e adiamentos – o que mostra a complexidade atual e os altos custos de se projetar e construir submarinos nucleares cda vez mais avançados. Para mais informações sobre essa história, clique nos links a seguir.
FONTES E FOTOS: Royal Navy e BAE Systems
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Considero o melhor em operação no momento, uma bela obra de engenharia naval da BAE Systems e Royal Navy.
PARABÉNS !
Sds.