Esquadrão HU-2 realiza EVAM em navio de cruzeiro
No dia 2 de dezembro, por volta das 11h30, o Comando de Operações Navais recebeu e-mail de uma agência de cruzeiros, informando que uma passageira do Navio de Cruzeiro “Seven Seas Voyager” encontrava-se com suspeita de pancreatite e abdômen agudo, necessitando de evacuação aeromédica com urgência.
O navio, de bandeira das Bahamas, estava a aproximadamente 320 milhas (592 Km) de Cabo Frio (RJ), proveniente do Porto da Ilha de Santa Helena, deslocando-se em direção à cidade do Rio de Janeiro.
Imediatamente, o Comando do 1º Distrito Naval foi acionado para planejar e coordenar o resgate. Foi decidida a realização de uma evacuação por helicóptero da Marinha devido ao seu grave estado de saúde.
A Marinha do Brasil coordenou com o comandante do “Seven Seas Voyager” para que tomasse o rumo em direção à cidade de Cabo Frio, com a máxima velocidade.
Por volta das 18h30, a aeronave encontrou-se com o navio a aproximadamente, 150 milhas da costa (278Km), realizando a evacuação aeromédica, transportando-a para o aeroporto de Macaé (RJ), cidade mais próxima.
O resgate ocorreu pelo método de “pick-up”, no qual a pessoa é colocada em uma maca presa por cabos e içada para o interior da aeronave através de guincho, uma vez que o navio não possui heliponto.
Por volta das 20h30 do dia 2 de dezembro, a aeronave chegou ao aeroporto de Macaé, onde a enferma foi recebida por uma equipe médica, sendo encaminhada por ambulância para o Hospital São Vicente.
FONTE e FOTO: MB
NOTA do BLOG 1: Transcrevemos abaixo o relato do resgate, feito por um oficial do 2° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), que foi reproduzido no site vootatico:
“[…] no planejamento do voo, definimos que baixaríamos pelo hoist os 2 resgatistas, que receberiam a enferma e a colocariam na maca para ser içada, içaríamos a maca e depois recolheríamos os resgatistas.
Isso tudo, em função da autonomia da ANV, não poderia exceder 15 minutos, pois o resgate foi realizado a 155 MN de SBES (a autonomia do Super Puma da MB é de 3h50min e a velocidade de planejamento é de 100 kt).
Durante o translado de ida, conseguiu-se economizar 10 minutos, ampliando o tempo do resgate para 25 min.
Ao chegar ao local, apesar de ter sido solicitado que o vento estivesse entrando pela esquerda (bombordo) do navio com 30º de defasagem e o vento entrando com 20 kt de intensidade e enferma já estivesse aguardando no local de recolhimento isso não aconteceu, acarretando a perda de preciosos minutos de voo.
O resgate terminou exatamente no por do sol. Assim que embarcou na ANV, a senhora de 85 anos de nacionalidade americana e com pancreatite abdominal aguda, passou a receber cuidados de um Médico e de uma enfermeira da Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia que estavam a bordo da ANV.
O regresso foi em IFR IMC. O pouso foi feito em SBME (era mais perto e tinha sido previamente coordenado) com 600 libras de combustível, sendo o mínimo para pouso em terra adotado pelo EsqdHU-2 400 Lb. Ou seja, deu na conta…”
NOTA do BLOG 2: BRAVO ZULU HU-2!
BZ MB!
O relato é simplesmente fantástico. O lance de “dar na conta”, apesar de ser encarado com naturalidade pelos pilotos que planejam muito bem a missão, pra nós, leigos, parece até coisa de filme.
Hehehe