Incompatibilidade no Ar
A Marinha arrumou sarna para se coçar. Comprou quatro helicópteros americanos SH-60B Seahawk por US$ 25 milhões a unidade, a fim de cobrir a lacuna deixada pelos FH-3 (sic) e enquanto os EC-725 encomendados da França não ficam prontos.
O problema é que as aeronaves americanas, equipadas com mísseis Penguin, são incompatíveis com o sistema Exocet que está sendo desenvolvido com os franceses.
A EADS, empresa europeia proprietária da Helibrás, já avisou que a integração desses equipamentos custará uma fortuna e é praticamente inviável.
O tema estará na pauta do encontro que acontecerá na França a partir do dia 25.
FONTE: Isto É
NOTA DO EDITOR: O texto acima foi transcrito na íntegra e seu título preservado o original, que foi publicado na revista ISTOÉ desta semana, edição n° 2096 na coluna Brasil Confidencial.
Lendo isto, me perguntei: Qual a finalidade desta matéria? Será que os editores da ISTO É acreditam que os nossos Aviadores Navais são tão incompetentes e desconhecedores da capacidade da nova aeronave adquirida? Será que o Comando da Força Aeronaval e a Diretoria de Aeronáutica da Marinha, composta por militares tão capacitados (na sua maioria Aviadores Navais), seria capaz de cometer um erro tão grotesco, para não dizer estúpido, como este?
Lógico que a resposta é não! Faltou sim, um pouco mais de conhecimento do assunto por parte de quem escreveu o texto acima, pois qualquer um com mínimo de conhecimento de Aviação Naval sabe que a plataforma do SEAHAWK não foi projetada (e nem é compatível) para utilizar o EXOCET e por este motivo, a MB encomendou um lote de MAS PENGUIN para equipar os nossos futuros Guerreiros, pouco depois de anunciar a compra dos S-70.
Quanto aos EC725, oito aeronaves deverão ter capacidade de realizar esclarecimento e ataque em missões de guerra de superfície (ASuW) e portanto, espera-se que utilizem os EXOCET hoje empregados nos SH-3A Sea King.
Finalizando, retifico o texto acima quanto as informações inexatas, uma vez que não existe a aeronave FH-3 e sim SH-3 Sea King (que no caso específico é o SH-3A Sea King pois o modelo BRAVO é destinado a ASW – guerra antissubmarina) e também não serão vendidas aeronaves SH-60B ao Brasil (mesmo porque elas não são mais fabricadas pela Sikorsky), e sim o modelo de exportação que é o S-70B. Vale lembrar também que a frase “…cobrir a lacuna deixada pelos FH-3 (sic) e enquanto os EC-725 encomendados da França não ficam prontos” também não corresponde à realidade: simplesmente não existe uma “lacuna” entre a desativação dos SH-3B, utilizados em ASW, e a entrada em operação dos EC-725, dado que estes últimos não estarão equipados para cumprir missões ASW – não sendo, portanto, substitutos dos SH-3B. Há, isto sim, uma substituição dos SH-3A/B por S-70B no Esquadrão HS-1 para o cumprimento de missões ASW e ASuW e uma complementação por EC-725 em missões ASuW.
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